sábado, 4 de junho de 2011

Reflexão esperançada

Helena Garrido diz que a "Grécia é a nossa bola de cristal". Formulação certeira. O pior é o que vem a seguir: "Se não quisermos que o presente da Grécia seja o futuro de Portugal temos de cumprir rigorosamente o acordo assinado com o FMI e a com a UE." O governo pode tentar controlar a despesa e assim cortar nos rendimentos e na procura. Ao fazê-lo, porém, contribui para a recessão e para tornar o controlo do défice numa miragem. A ilusão de que se pode "cumprir rigorosamente o acordo" é a melhor forma de nos vermos gregos. A Grécia indica precisamente a inviabilidade destas intervenções externas, a incapacidade de uma economia atirada para uma violenta recessão em honrar estes "acordos" irremediavelmente volúveis. Imposições ao serviço do rentismo financeiro, com transferências maciças de custos sociais para a maioria dos cidadãos, têm de ser combatidas. Não são mais do que oportunidades para fragilizar a provisão pública e para recuperar a formulação míope de um capitalista norte-americano do início do século XX, que se conseguiu rebater institucionalmente durante algum tempo: "a melhor forma de garantir a eficiência dos trabalhadores é ter uma fila de homens à porta". Precisamos de uma multiplicação de sobressaltos cívicos que acelerem o fim das miopias e das ilusões, que tornem irresistível o princípio da transparência democrática, através da exigência de uma auditoria e da recusa em apoiar a banca sem contrapartidas de controlo público sobre este sector crucial, por exemplo. A esperança será sempre proporcional à robustez das propostas alternativas e à capacidade de se transformarem em novo senso comum. Muito ainda depende de nós.

4 comentários:

ANTÓNIO DA CEREJEIRA SALAZAR disse...

a Grécia é um país em que as despesas dos ministérios em luvas para os compadrios políticos ultrapassam os nossos

e em que os sindicatos conseguem paralisar a economia durante meses de greves infindáveis

especialmente porque os transportes públicos são quase um monopólio

os estivadores deixam apodrecer tudo se não lhes derem uns trocos

é deve ser a nossa bola de cristal do futuro

mais ou menos quando o pessoal da estiva só em luvas ganhava 700 contos por mês e ia de táxi para o porto que ficava só a 600 metros
dos habitáculos

é deve ser o futuro visto no passado
de resto a CP e a TAP já começaram

e ordenados abaixo dos 3000 são ali raros

ANTÓNIO DA CEREJEIRA SALAZAR disse...

re flexão? adonde

quanto mais se flectem mais se veêm os fundilhos

Zuruspa disse...

Kristus é o supra-sumo da inveja. Entäo se é assim täo bom, porqe näo vais trabalhar para a estiva ou para a CP?

Já sei, preferes receber sem fazer nenhum, típico dos boys...

Anónimo disse...

Zuruspa, já regressaste da civilizada Alemanha para a terra das bactérias do espírito? QUERES MANTER A CHULICE GRAGA? PAGA-A. O meu dinheiro não vai para financiar os criminosos F-16. Do complexo militar industrial.


Jorge Rocha