domingo, 19 de junho de 2011

Temos um ministro da Economia que acha(va) que…


…“as dívidas da economia nacional são de tal modo elevadas que será muito difícil evitar uma reestruturação a curto ou médio prazo. Porém, tal reestruturação tem de ser devidamente negociada com os nossos credores e com os nosso parceiros europeus e não deve ser feita de forma “menos civilizada”, como aconteceu em 1892.”

Mas agora senhor ministro temos de nos portar bem, não é verdade? Temos de ficar no quarto escuro de castigo um bocadinho. Depois pode ser que tenham pena de nós.

12 comentários:

Carlos Albuquerque disse...

Temos economistas e partidos que em 2010 achavam que TGV e nov aeroporto nos iam tirar da crise económica e na altura nem sequer queriam ouvir falar de dívida ou défice.

Talvez baste mostrar que nos livrámos dessa forma de gerir as finanças públicas para ganharmos credibilidade e conseguirmos melhores condições.

Tiago Santos disse...

Carlos Albuquerque,

Tem piada que nem o TGV nem o aeroporto estão feitos. Primeiro é falacioso dizer que achavam que isso, só por si, nos ia tirar da crise económica mas, se eles não estão feitos, como é que pode concluir alguma coisa daí?

Carlos Albuquerque disse...

Tiago

O contrato do TGV foi assinado e o seu cancelamento ou adiamento também vai custar dinheiro ao estado.

Há inúmeros contratos de PPPs do mesmo tipo, todos com a piedosa intenção de sair da crise assumindo dívidas encapotadas.

Os partidos de esquerda e os economistas de esquerda sempre se recusaram a ver que um país pequeno, sem moeda própria e de fronteiras abertas tinha que ter cuidado com o endividamento.

Os liberais de direita dizem que o estado é incurável, vai sempre gastar mais do que pode. A situação portuguesa ao longos dos últimos 200 anos parece ser uma confirmação empírica dessa situação.

Competia à esquerda mostrar que era possível, em democracia e com políticas sociais, manter o país independente e seguro. Infelizmente a esquerda que temos revelou-se completamente incompetente.

Enquanto a esquerda não fizer uma revisão completa do que se tem passado em termos das finanças do país só está a dar argumentos e a perpetuar a direita no poder.

Portugal tem que ser solidário dentro das suas capacidades e mostrar que a solidariedade até pode ser vantajosa em termos de crescimento económico. Não pode é ser solidário com os grandes grupos bancários e de construção, estando sempre à espera que os outros países lhe venham pagar as contas.

Mostrarmos aos outros que queremos viver com o que produzimos não é "ficar no quarto escuro", é saber em que mundo se vive. Confundir as boas contas com "esperar que tenham pena de nós" é mostrar que não se percebeu nada do que se passou.

Paulo Pereira disse...

A esquerda quer TGV's e PPP's para defender o Estado Social.

A esquerda quer impostos altos sobre o trabalho para defender os desempregados.

É só tiros nos pés, esta esquerda.

Anónimo disse...

Nao sei de que esquerda estão a falar. Pelo que sei, o PS é central e supostamente deveria ter um ramo mais à esquerda e outro ramo mais à direita....
E da última vez que eu vi o Socretino na televisão, o governo dele representava tudo menos aquele raminho à esquerda. Não vamos generalizar e meter todos no mesmo saco...

Carlos Albuquerque disse...

Caro anónimo das 20:01

O PCP e o BE apoiaram as políticas de "investimento" em TGVs e PPPs do PS, mesmo quando em 2010 os juros da dívida já tinham disparado.

Para recordar

Tiago Santos disse...

Carlos Albuquerque,

Ainda não me conseguiu explicar porque é que o TGV e o aeroporto são maus. Volto a dizer, não fora estas obras que nos meteram no buraco porque já lá estávamos antes. E se vão perpetuar o buraco, porque é que a troika não parou já imediatamente com o TGV?

Não encaixa, simplesmente. Não pode usar uma coisa que não aconteceu ainda como exemplo de nada. Não pode dizer que estavam errados ao dizerem que essas obras nos iam tirar da crise (e nunca ouvi ninguém a dizer tal coisa) se essas obras não foram ainda sequer feitas.

Carlos Albuquerque disse...

Tiago

O aeroporto e o TGV são maus porque têm grandes despesas garantidas ao longo de décadas e vagas possibilidades de retorno. São exemplares de uma certa forma de gastar dinheiro. E é isso que está errado: gastar sem fazer contas nem procurar as aplicações mais eficientes, como se o dinheiro fosse inesgotável.

O buraco actual está ligado a muitas outras coisas mas as PPPs são exemplares: contratos mal negociados e renegociados em desvantagem para o estado, obras inúteis (três autoestradas Lx-Porto) hipóteses mirabolantes (Lx Porto ligadas por 3 autoestradas+TGV+aeroportos, mas estudos que garantem imenso tráfego para todos).

"porque é que a troika não parou já imediatamente com o TGV"

A que empresas, de que países, iremos nós comprar toda a tecnologia para o TGV?

"Não pode dizer que estavam errados ao dizerem que essas obras nos iam tirar da crise (e nunca ouvi ninguém a dizer tal coisa) se essas obras não foram ainda sequer feitas."

Também não posso dizer que amanhã o sol vai nascer porque ainda não nasceu. Curiosamente diversas vozes avisaram que íamos para a bancarrota e afinal parece que acertaram.

Se negarmos as evidências mais simples podemos justificar o que quisermos, claro.

Anónimo disse...

Vou ver se escrevo um livrito de economia sobre o problema de Portugal( dizendo mal, de preferência ) para ver se vou para o Governo quando o tal canadiano, perdão, protuguês/canadiano ou canadiano/português, não sei, que é muito competente, claro, assim como o tal Vitor Gaspar(donde é que este saiu ? do BCE - pois vê-se logo o tipo de peça.), sairem ou forem corridos.

Rogério G.V. Pereira disse...

Posso só fazer três pequenas perguntas ao Carlos Albuquerque?

1ª Com o aumento do preço do petróleo e a sua sustentação nos três digitos, qual vai ser o futuro de um país que, apostando na rodovia, nem sequer tem integração na rede ferroviária europeia de alta velocidade(falo de transporte misto)?

2º Que ideia tem do nível de incorporação nacional do investimento total do TGV?

Rogério G.V. Pereira disse...

... faltou a terceira:

3ª - Conhece, por acaso, o interesse manifestado pela Alstrom em situar no país investimentos de forma a dinamizar o cluster ferroviário potenciando a capacidade nacional para a prestação de serviços/venda de tecnologia á rede TGV europeia?

Paulo Pereira disse...

Os contratos da PPP1 do TGV (caia -Poceirão) são uma aldrabice ruionosa para o estado, á semelhança das SCUTS.

Melhorar a ferrovia de mercadorias é que é o essencial e fazer isso a baixo custo.

O TGV é uma farsa económica. basta ver que custa mais por ano a ligação Lisboa- Madrid que toda a REFER.