quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Nunca se esqueçam


A excelente Jacobin Brasil lembrava ontem os 204 anos do massacre de Peterloo na Manchester da primeira revolução industrial, quando a cavalaria carregou sobre dezenas de milhares de trabalhadores reunidos para exigir o sufrágio universal, que só começou a chegar um século depois e à sombra da Revolução de Outubro. Em 1819, só 2% da população podia votar.

Nunca se esqueçam: a conquista da democracia foi obra da classe trabalhadora, contra o que o grande Domenico Losurdo designou por “cláusulas de exclusão macroscópicas” do liberalismo realmente existente, as de classe, género e raciais/coloniais. 

Nunca se esqueçam: as pesadas derrotas sofridas pela classe trabalhadora desde os anos 1980, impostas pela reação neoliberal, são indissociáveis dos regimes tão pós-democráticos quanto oligárquicos em construção. 

Nunca se esqueçam: contra os desmemoriados da “democracia liberal”, que se dizem de esquerda e tudo, a democracia pressupôs a superação do liberalismo histórico e pressupõe hoje a superação do seu sucessor neoliberal. 

Nunca se esqueçam: só a classe trabalhadora organizada poderá garantir a “conquista da democracia pela luta”, na certeira fórmula de 1848, forjada por dois jovens democratas chamados Karl Marx e Friedrich Engels.

Haja memória e história.

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