Já se nota o estilo inconfundível de Álvaro Cunhal no informe político ao primeiro congresso clandestino do PCP há oitenta anos, em 1943. Cunhal fez trinta trinta anos durante os dias que durou o congresso, como informa Pacheco Pereira na sua monumental biografia, cada vez mais empática, digamos, de volume para volume.
Nas mais duras condições nacionais e internacionais, Cunhal fazia as distinções que se impunham. A política com p grande passa sempre por um esforço para fazer distinções moralmente justas e politicamente produtivas em conjunturas históricas bem concretas.
Há método neste exercício necessário. E o método é o mais importante. Comunistas ou não, antifascistas certamente, permanece a obrigação de fidelidade a um método válido: Deus, Pátria, Família, Trabalho, nada, nem ninguém, do povo pode ser deixado aos velhos ou aos novos fascistas e muito menos apoucado, era o que mais faltava. A tarefa era, e é, precisamente a de agigantar, estimulando o que há de melhor num país irremediavelmente contraditório, como tudo o que está vivo e evolui.
O trabalho intelectual e político unitário, uma frente nacional e popular, exige sempre humildade, incluindo disponibilidade para o “aprender, aprender, aprender sempre”, e um núcleo fundamental de convicções fortes, incluindo soberanistas, sem as quais não há estratégia e, logo, a tática não passa de pura perda de tempo.
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