1. Este gráfico sobre a fuga de depósitos da banca grega diz tudo sobre a situação. Sem controlos de capitais, sem o mínimo de soberania monetária, um governo democrático está sujeito a todas as operações políticas de desestabilização conduzidas pelo exterior e com efeitos no interior; neste caso, a operação é conduzida pelo BCE, um instrumento da guerra financeira dos credores de uma dívida que, como indica investigação recente conduzida no FMI, pode ser eficazmente reduzida pela chamada repressão financeira, de que os controlos de capitais são parte, e que historicamente garantiu, entre outras, taxas de juro reais negativas.
2. Neste contexto grego, é mesmo como diz Francisco Louçã: “Para os que acompanham com esperança a Grécia e a promessa do seu governo, a lição é forte e deve ser enunciada com todas as palavras: o euro não permite uma política de esquerda para corrigir ou combater os efeitos da crise financeira e social. Se a esquerda quer fingir que a Grécia ensina algo de bondoso e regenerador sobre a União Europeia, é melhor começar a fazer uma procissão a Berlim, porque será esse o seu destino.”
3. É por estas e por outras que já não tenho paciência para os apelos à unidade da esquerda, como o que hoje saiu no Público. É impressionante como pessoas muito respeitáveis repetem o mesmo método há vários anos: diagnóstico genérico da situação, formulação ainda mais vaga dos eixos programáticos e, claro, um entendam-se todos, dando a ideia que a situação se desbloqueia por um simples acto de vontade ou que está bloqueada por falta dela, assim como que uma birra de direcções partidárias pouco atreitas a compromissos de governo. Por exemplo, reconhecem no texto que há divergências sobre o euro e a UE, mas tais questões são obviamente detalhes que não justificam chatices, como se vê na Grécia. Desculpem, mas assim é fácil. Mais difícil é desencadear e justificar as iniciativas que contam, algumas delas impostas por condições bem objectivas e antecipáveis, e formular apelos à altura das circunstâncias em que os indivíduos têm de fazer a sua história. Pela minha parte, considero há muito que a unidade popular terá de se fazer em torno de um programa patriótico, para usar uma formulação dos autores, claramente definido e claramente indeclinável. Esse programa pode ajudar a criar a tal fronteira do
antagonismo que conta. Tudo o resto é pura perda de tempo.
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15 comentários:
Fiquei com a sensação que o texto seria interessante, se estivesse escrito de forma inteligível.
Não é sarcasmo
Concordo inteiramente. É preciso coragem para se assumir os riscos de fazer alguma coisa de concreto e deixarmo-nos de ser empata-fadas.
Apoiado!
Parece-me. João Rodrigues, que trocas a ordem das coisas. A ordem é simples, e a Grécia serve precisamente de exemplo: primeiro há que ganhar força, eleições, segundo demonstrar à exaustão, com apoio popular, que só a saída do euro, até da UE, permite uma alternativa, e só depois se pode lá chegar, com apoio popular.
Já isto é complicado, na ordem nacional e comunicacional vigente, quanto mais começar pelo fim.
Temos uma vantagem: a Grécia vai à frente, e provavelmente o estado espanhol também irá.
É verdade, é necessário acção.
CADA VEZ QUE SURGE
"COISA ORGANIZADA",
OS "ORGANIZADORES" NÃO ABDICAM DO PROTAGONISMO DA LIDERANÇA E...
RELEGAM A REPRESENTAÇÃO.
SÓ SE FÔR COM ALGUM...DESALINHADO!
(...como na ISLÂNDIA ! )
O grafico é bastante elucidativo.A banca Grega foi alvo de fuga de capitais.Procedeu-se a um processo de sabotagem completa da economia Grega de forma a destabilizar o país e a levar ao derrube do governo de Centro--esquerda que ganhou as eleições.Trata-se portanto de uma acção subserviva contra um Governo legítimo, por forças dominantes agressivas.Esta acção de subversão pode ser realizada de várias formas.Neste caso a componente pricipal será a sabotagem económica que poderá ser acompanhada de acções mais ou menos violentas de grupos internos da extrema direita , direita e grupos mascarados de "extrema- esquerda." que passarão a estar muto activos e que será acompanhada por uma campanha agressiva e intensiva dos meios de comunicação social.
O Euro tem vindo a demonstrar que se trata de uma aventura que está a levar a Europa para uma situação perigosa, especialmente no Sul . Se a Grecia sair do Euro unilateralmente ou por imposição o que vier a seguir será imprevisivel , mas não será nada de bom.
Não percebi do 'por mim...' para a frente,
Quanto ao governo grego, faz o que antes dele fizeram outros, levar de treta o dinheiro do resto da Europa.
Mmas este é um tempo em que a paciência dos outros está esgotada.
A Esquerda cria as suas próprias teorias da conspiração para explicar o falhanço do Governo do Syryza, incapaz de governar e assumir compromissos. A culpa é sempre dos "outros", assume a Esquerda, e retoma a ideia soviética da Albanização da Europa. Cada um no seu canto com a sua moeda e as suas fronteiras fechadas. A Esquerda radical (BE, PCP, Podemos, Syryza) decididamente quer uma Europa de anões.
A iletracia tem destas coisas.
Já não é somente a incapacidade de compreensão. Agora também se regista algumas dificuldades nas citações transcritas.Pura e simpelsmente não existem
Claro que há quem use expedientes baseados nesta incapacidade para fugir à discussão e para não mostrar de caras a vacuidade argumentativa e a pesporrência ideológica. E se entretenha com o insulto soez e grosseiro.
Chora-se o dinheiro roubado ao resto da europa?
Mas que disparate é este? O dinheiro é roubado pelos governos ( português, espanhol, francês and so on) a quem trabalha.Com mais umas tantas outras coias que só autênticos mafiosos se lembrariam .E roubado em prol dos que mais têm.
Já começamos a estar fartos destas atitudes mistificadoras e cumplices com
É altura de perdermos mesmo a tal paciência e ver onde os donos disto tudo e os seus fiéis acólitos têm o dinheoro do saque e das rendas.
Agindo depois em conformidade.
De
Falar em "esquerda radical" referindo-se ao Syryza ou ao Podemos é um autêntico disparate.
Que mostra várias coisas.Uma delas é que a propaganda mistificadora dos media funciona em muitas camadas populacionais.
Que também resulte entre tipos que deveriam ter um mínimo de capacidade cognitiva e de conhecimentos básicos para destrinçar os factos das estórias da carocinha diz muito do poder da comunicação fidelizada.
Mas também diz por demais de quem assim replica e engole tais tonterias.
Não vale a pena ir portanto na onda da "culpa", porque o debate está à partida tão inquinado que não atinge níveis mínimos para continuar.
"a ideia soviética da Albanização da Europa" é apenas mais um apontamento pitoresco que atesta o já dito.
De
O complexo financeiro- industrial alemão foi fortemante abalado com a crise eeconómica na Europa que alguns consideram terá começado com a crise dos chamados "sub-primes" nos Estados Unidos , embora alguns anos antes já houvesse indicadores que iria haver uma crise económica no Eixo Estados Unidos- União Europeia.Antes disso a economia do Japão já tinha entrado em declinio , falando-se agora numa "japonização" da Europa.O que é certo é que houve uma destruição de activos com uma grande dimensão.
as causas poderão ser multiplas e poderão ser abordadas conforme a posição ideológica do analista.
Em Portugal a analise na comunicação social , pelo menos na generalista, tem sido vista de forma ideológica ou revestindo-se
de posições pré-concebidas com recurso á vulgata conservadora obtidas da cartilha.
O eixo dominante da UE que é dirijido pela Alemanha está a tentar recuperar à custa dos países da Europa do Sul, até aqui com a colaboração dos respectivos Governos tendo agora aparecido na Grecia um Governo não alinhado.
Este Governo irá ter a sua exitência fortemente dificultada, tendo ficado bem explícito nas declarações agressivas do Ministro das Finanças alemão.Muito provavelmente vai ser alvo de sabotagem económica com vista ao seu derrube o mais rápido possível.
Fui hoje almoçar a MÉRIDA Espanha
bela ALMOÇARADA Não para fugir mas para reflectir sobre o Republicano Henrique Neto
Adelino silva
as operações políticas de desestabilização conduzidas pelo exterior
Não há nenhuma operação política. O que há é cidadãos gregos que, no uso das suas liberdades, decidem pôr o seu dinheiro em contas em bancos estrangeiros. Individualmente, sem conivência, tomam a decisão que consideram ser melhor para a proteção do seu pecúlio.
o BE quer diabolizar a Alemanha e a UE pelo falhanço do modelo Syryza. Os gregos não pagam impostos mas esperam que os outros lhes ofereçam milhares de milhões de euros para por o Estado grego a fumcionar
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