segunda-feira, 16 de março de 2015

Estes islandeses...

Estes islandeses são loucos, dirão as nossas elites intelectuais e políticas: sem grande eco por cá, na semana passada, a Islândia decidiu meter mesmo na gaveta um pedido de adesão à UE e eventualmente ao euro, estranhamente aí apoiado por alguns sectores de esquerda, o que de resto pode ajudar a explicar a sua derrota nas últimas eleições.

Não se esqueçam que controlos de capitais, política cambial, Estado social robusto, imposição de perdas aos credores e recuperação económica já com anos não são para nós. Nós por cá somos então mais assim: a soberania é coisa do passado e o Estado-nação também, já que a UE e o euro protegem os nossos interesses ou podem, por milagre, vir a protegê-los. E, de qualquer forma, são irreversíveis, tal como a globalização.

Também não se esqueçam que quem pensa o contrário, quem pensa que é possível e necessário recuperar margem de manobra nacional, só pode um perigoso populista, um aliado objectivo, e até quiçá subjectivo, de Le Pen ou mesmo um admirador de Estaline. Ou todas estas coisas ao mesmo tempo, tanto faz. E guerra, fale-se muitas vezes de guerra, com um ar grave de quem sabe do que está a falar.

A sabedoria convencional e o que passa por pensamento crítico em certas áreas acabam por partilhar o mesmo desígnio pós-nacional, com a diferença que a sabedoria convencional ainda proclama hipocritamente “Portugal acima de tudo”, mas só porque os partidos que dela se servem têm eleições para disputar. É que a ideia de soberania ainda é popular...

11 comentários:

Jose disse...

A ideia soberana que se ergue viril quando chega o tempo de pagar as dívidas, contrapõe-se ao pusilânime estrangeirismo que reclama o 'melhor do que há lá fora' como direito próprio, no tempo febril em que a dívida é construída.

Dias disse...

Tornou-se tabu falar em soberania e Estado-nação. Porque “agora somos todos modernos e globais”…
E há ainda aquela tara (um certo esquerdismo juvenil) que diz que só uma União Europeia pode proporcionar o “internacionalismo”, “uma luta global”. Vê-se.
Bastou aparecer um grão na engrenagem chamado Syriza, para de imediato o quererem afundar, mandando às malvas a solidariedade e o internacionalismo, agora, que era preciso demonstrá-lo. (Syriza: O Inimigo Nº1!)
É sempre bom ver mais longe, e é o que fazem esses islandeses.

Aleixo disse...

A constatação da podridão do sistema político, deveria despoletar processos de transformação radicais, de toda a estrutura organizacional que alimenta a podridão.

Sem transformações radicais, no processo de DECISÃO nos partidos,
não há alternativa á implosão.

Não com surpresa, os “cozinheiros” de serviço, vão assobiando para o ar…

Os “mestres de culinária”, procuram dar uma de grandes reflexões mas, as sugestões, limitam-se a uma pedrinha de sal ali…uma acolá…

Nas “direitas”, os acólitos instalados …mais papistas que o papa…no zelo das minorias!

Nas “esquerdas”, os instalados e/ou as vanguardas esclarecidas, reivindicando a prerrogativa de decidir… pela maioria!

Certo, certo, é estarem sempre muito preocupados com os …populismos!

…faz-me lembrar, aquela das” reformas estruturais”…

Falam…falam mas,
fogem da SOBERANIA do POVO,
como o diabo foge da cruz!

Anónimo disse...

O Governo Islandes já disse que não estava interessado em trocar a EFTA pela União Europeia.
Uma atitude sensata e racional, que o futura irá demonstrar os seus benefícios.

Mario disse...

As ditas elites intelectuais e políticas:

De elites nao têm nada. Resumem-se a insipidos vassalos às ordens do euro-banditismo.

De intelectuais, menos ainda. Enterrados no vazio, nao do "pensamento unico" mas do "nao pensamento". Do zero absoluto. Aliàs é preciso ter um cérebro do nivel de um càgado centenario ou de uma ostra morta, para se reduzir ao papel de simples aplicadores de ordens.

Quanto a politicas, seria uma falta de respeito para a nobreza da politica, qualificar os protagonistas auto-proclamados politicos de algo que nao sao.

Politica, é o poder de escolher, decidir, gerir e governar.

Exactemente tudo o que nao têm as marionetas às ordens da eurocracia. Obrigadas à mais patetica das mediocridades. Obedecer aos tratados e às directivas euro-fascistas impostas por tecnocratas bruxelizados, que servem de tapete nos quais os lobies esfregam os pés.
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Dito isto...

Os islandeses nao inventaram nada. Optaram para a mais pura das normalidades. O mais simples e natural dos caminhos; O chamado Democracia.

O exacto oposto do que seguimos com o euro-fascismo, como reféns manipulados e reduzidos ao triste estado que conhecem as vitimas de seitas. Sendo o conceito da eurocracia, algo de muito proximo do conceito de uma seita. O estilo de manipulaçao mental das vitimas é quasi-identico.

Mesmo endoutrinamento, mesmas expressoes devidamente estudadas, mesmos gurus, mesma mafia, mesma pilhagem das vitimas; Mesmo caos e mediocridade.

Até os hà que - sem rir - qualificam a dita seita eurocrata de "projecto europeu".

Ironia, decadencia, inconsciencia e caos mental, além do desastre societal, resumem bem o conceito irresponsavel da eurocracia.

Mario disse...

Em terras ocupadas e violadas pela eurocracia :

Os euro-cretinos qualificam efectivamente de "populistas" os seres mentalmente equilibrados e lucidos, que se atrevem com extrema ousadia, a denunciar a irracionalidade do conceito predador, surrealista - e ilegitimo - da eurocracia.

Quando os populistas e demagogos sao precisamente os vassalos. Todos, sem excepçao, reduzidos a cumplices e traidores da Patria. Os que sem qualquer estado de alma, entregam soberania e democracia a um predador externo.

Os mesmos, do alto das suas incoerencias devastadoras, nao hesitam em paralelo a falar em "Europa" quando se referem à entidade fantoche e virtual da UE. Um simples castelo de cartas que cairà com um sopro de (bom) vento.

Amalgamando o nome do nosso continente, com uma simples entidade mafiosa e fantoche, criada por e para servir o interesse dos EUA.

Como nao hesitam a qualificar de "euro-cépticos", os cidadaos que têm um cerebro entre as orelhas, e que ao contrario de céticos, têm a certeza absoluta que o euro-fascismo tem de explodir na sua mediocridade. E que a democracia terà inevitavelmente de superar o euro-fascismo moribundo.

As expressoes logotipadas fazem parte da manipulaçao de base perpetrada, em couro, pelos euro-cretinos.
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Debate ? Nem pensar. A sociedade refem fica privada de qualquer debate sobre ela propria. A mafia prefere sempre a sombra à luz. O vazio à materia. Nao serà provavelmente amanha que me econtrarei num palco e poder confrontar os euro-cretinos com as suas inepcias. Os democratas estao riscados. Até ver... porque nada é imutavel.

Falar em Democracia é impossivel em naçoes que perderam a sua. Nada de novo ao horizonte dos fascismos modernizados e com a aparencia suavizada.

Os pseudo-debates patéticos aos quais assistimos nos meRdia às ordens europeistas, resumem-se a trocas sinterminaveis e estereis entre euro-cretinos, enterrados até à raiz dos cabelos em dogmas economistas.

Considerando que existe por essencia um homo economicus linear e homogeneo, que reage de forma previsivel ao primeiro assobio.

Debate ? Nada ! Democracia, sociologia, antropologia, ou a simples realidade da articulaçao das sociedades destruidas, nao têm a minima importancia.

So conta a ortodoxia dogmatica dos formatados por uma pseudo-ciencia, liderada por tipos que acertam menos previsoes que os astrologos. Mostrando tacitamente que a astrologia supera a economia a nivel da racionalidade e da justeza das previsoes.

E é a isto que somos condenados, a esta realidade irracional, cujo termo jà esteve - felizmente - mais longe.

Mário R. Gonçalves disse...

Sorte de país rico ! Só leio aqui argumentos idiotas. Porque é que a Suíça, a Dinamarca, a Islãndia, a Noruega, não querem o euro? Porque são economias sãs e fortes, com PIB per capita excelentes, e não precisam de apoios comunitários para nada.

Eu até pensava que isto é egoísmo e falta de solidariedade. Mas não: agora convém dizer que é VIRIL e sinal de SOBERANIA. Que grande treta. Só é soberano quem (1)pode e (2)não quer fazer sacrificios pelos outros.

João disse...

E vai um abraçlo para o Mário, que revelou a nudez do Rei e terminou com um parágrafo profético, cuja concretização é inevitável e inadiável.

Anónimo disse...

E nós não podemos ser soberanos porquê?

Mario disse...

Resposta a Mario Gonçalves :

So lhe desejo assinalar que a sua mente parece estar muito confusa, sendo o facto provavelmente devido a simples ignorancia.

1 - Mistura naçoes livres, soberanas e democraticas, com uma naçao que tem a sua soberania violada pela UE. Colocando assim um entrudo na sua lista.

- Esquece que uma naçao livre e soberana como a Noruega, Islandia ou a Suiça, nao têm nenhuma razao (nem aliàs o direito) de adoptar o euro, nao fazendo - obviamente - parte das naçoes sob dominio euro-fascista

- Nao é so eu euro que as ditas naçoes rejeitam : Nao querem ser refens da UE na sua totalidade ! Devem ser loucas porque preferiram a democracia à euro-ditadura. Mas portam-se bem com ela.

O que faz toda a diferença. Nao é so para preserverem as suas economias do caos, nem as suas populaçoes do desastre, nem so por razoes financeiras, mas tambem por razoes - obvias - de vontade de nao se submeterem a um predador externo.

Nem todas desejam ser vitimas da loucura perpetrada pelo conceito irresponsavel e demente do euro-fascismo.

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2 - Dà um argumento errado, com uma anti-tese dele proprio.

- O Luxemburgo, por exemplo, é uma das naçoes alvo da UE com o Pib mais elevado, e adopta o euro. Idem para os paises do Norte da Europa, da Finladia à Belgica passanto pela Holanda, e que infelizmente o adoptaram.

- O euro tem menos nocividade em naçoes com economias altas e com uma articulaçao industrial adequada. Com um sapato à medida do seu pé.
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- IMPORTANTE :
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As naçoes refens da UE como a Dinamarca e a Suecia, nao adoptaram o euro, porque tanto a populaçao dinamarqueza como a Sueca, recusaram o euro por referendo !

... Resistindo aliàs à incrivel imensidade de campanhas de manipulaçao perpetradas pela mafia eurocrata, os fantoches politicos euro-cretinos populistas, e os meRdia cumplices às ordens da oligarquia.

Mas como se trata de populaçoes cultas, informadas, responsaveis, adultas e lucidas, rejeitaram obviamente o euro.

É para nao verem as suas economias destruidas, que justamente o nao adoptam.

So um exemplo : Na ultima decada, nas naçoes sob dominio euro-fascista, mas que diminuiram o impacto da nocividade da UE, nao sendo em paralelo refens do euro, o nivel de desemprego ficou estavel.

Ao contrario das naçoes que adoptaram o euro, e que viram o nivel de desemprego subir de forma drastica.

Mário R. Gonçalves disse...


Populações cultas, informadas, responsaveis, adultas e lucidas, que como na Islãndia, Finlãndia, etc, elegem governos de centro-direita, eh eh. Parece que justamente a esquerda não dá a mínima garantia de soberania.