quinta-feira, 12 de março de 2015

O Euro contra a Europa?


O economista francês Gérard Lafay publicou em 1997 um livro intitulado "L'Euro contre l'Europe?". Hoje, vemos que os riscos aí enunciados se concretizaram e as mudanças que Lafay propunha para a viabilidade deste projecto megalómano não são possíveis. Mas o título era premonitório.

Os recentes atritos entre os ministros das finanças da Grécia e da Alemanha, associados às manobras de Schäuble para submeter a Grécia, mostram-nos que o Euro vai tornar-se um factor de conflito grave com a Alemanha. Tem razão Jacques Sapir quando diz ("O Euro, a Europa e a Paz"):

"Quanto mais tempo ficarmos prisioneiros do Euro, mais violentos serão os sobressaltos que acompanharão a saída do Euro. O risco de um novo conflito europeu, a cada mês que passa, torna-se cada vez mais evidente. Se quisermos preservar a paz na Europa temos de dissolver o euro."

5 comentários:

Jose disse...

Quando se completar o enunciado das medidas que dispensarão o euro e as ajudas europeias eu começo a dar crédito a este peditório.

Mal por mal disse...

O Bloco em Portugal e o Podemos espanhol não têm os mesmos argumentos do Siryza.

Os gregos atiram com as vítimas dos nazis à cara de Merkel.

Em Portugal também houve desgraças mas foi o Napoleão, já prescreveu.

Mas se os alemães derem dinheiro aos doidos dos gregos, é como manteiga em focinho de cão.

Nem um tostãozinho para velas no cemitério.

Anónimo disse...

"temos de dissolver o euro."

Porquê dissolver o euro? Porque não simplesmente criar mecanismos para que os países que quiserem saiam do euro?

A grande questão final que lhe coloco directamente é:
Porque não quer a Grécia sair do euro?

Anónimo disse...

O Euro já está em queda livre e a Europa em crise económica progressiva.Quem tiver duvidas
que analise cuidadosamente os indicadores macreconómicos.Perante este cenário temos que proceder a uma interrogação . Para onde vai o Euro e a União Europeia? O que acontecerá se a Grécia sair do Eur?,aliás segundo alguns autores a Grécia já está com um pé dentro do Euro e outro fora do Euro.
O Euro foi uma experiência inédita e precipitada , uma inovação mal estudada e mal planeada.Temos duvidas se será possível criar uma moeda unica em países com níveis de desenvolvimento muito diferenciados.Os Tratados que deram origem ao Euro em face do Direito Internacional Publico, são atípicos , são incaracterísticos, imperfeitos , talvez propositadamente imprefeitos.
A União Europeia poderá vir a ser governada por governos de monolitismo político que numa primeira fase ainda não serão autoritários mas que poderão para lá caminhar de forma progressiva.

Mário R. Gonçalves disse...

O caminho é para a frente. Seja que política for a Europeia, a UE só progride, obviamente, se avançar e não se recuar. O Euro tem problemas de gestão, mas é um cimento essencial. Quem não quis, não aderiu.

Engraçado é que foram os países "ricos" - Dinamarca, UK, Islandia, Noruega - que não quiseram. Estar no Euro é uma obrigação de coordenar politicas. Os países da bancarrota aderiram logo na esperança de ganhos, e houve ganhos. Mas agora não querem as contrapartidas - disciplina financeira.

A Grécia não sai, não, porque bem sabe que ficaria perdida à deriva numa selva sem lei. O euro custou muito a ganhar, é uma garantia, é um porto de abrigo. Eles que se cuidem.

Eu sei porque há por aqui quem queira acabar com o euro. É porque quer acabar com a UE. Sempre foram anti-UE. Querem fazer da Europa um lugar de conflitos, países decentes de um lado, Venezuelas do outro. Odeiam a paz europeia. Odeiam o bem estar europeu. Alguns gregos sabem que a Europa é o único lugar de bem estar que lhes resta.

Felizmente, cá estamos livres de caudilhos tipo MFA. Espero que por muito tempo.