domingo, 1 de março de 2015

Das alianças

No Domingo passado, destaquei posições, que me parecem justas, dos comunistas portugueses e neste destaco posições de intelectuais bloquistas, nomeadamente as implicações de política que têm vindo a retirar da situação grega e não só.

José Manuel Pureza: “o resgate da democracia passa hoje por uma rutura com a prisão em que a União Económica e Monetária se tornou.” José Gusmão: “um governo grego que não esteja preparado para incumprir e sair no dia seguinte é um governo desarmado”. Francisco Louçã: “quem propugna uma restruturação da dívida tem que estar preparado, e mais vale estudá-lo com todo o cuidado, para a necessidade da saída do euro”.

É também por convergências destas que creio ser oportuno voltar a defender uma aliança povo unido. Uma aliança que junte comunistas, bloquistas, ecologistas e outras forças apostadas num programa de recuperação da soberania que é popular e democrática, que é condição necessária para políticas de pleno emprego e de justiça social.

Num contexto provável de forte bipolarização nas legislativas, creio que uma aliança desta natureza seria um factor de esperança para lá da esquerda, constituindo-se como um terceiro pólo capaz de pesar na vida nacional. Creio que estou longe de estar sozinho nesta avaliação. E por isso repito a pergunta: se não agora, quando?

10 comentários:

Anónimo disse...

ora aí está uma grande questão---
claro que não está só...quem dera aos portugueses de hoje uma junção de esforços á esquerda para governar á esquerda...
Portugal precisa de unidade e Acão á esquerda. os portugueses sonham com isso desde sempre. desde as eleições do Dr. Rui luís gomes até Humberto delgado.
AVANCEMOS!
Adelino silva

João disse...

Unidade de esquerda, sobre pontos concretos (alguns dos quais, precisamente os mais delicados e fracturantes, como a ponderação de uma eventual saída do Euro e da UEM, conseguem gerar hoje um consenso que ainda ontem era impossível): e vai mais um voto de apoio incondicional a uma ampla frente de esquerda, com objectivos de ruptura de ciclo vicioso, capaz de superar as divergências (que as haverá e são absolutamente naturais) em nome de qualqwuer coisa que é maior e mais importante.

Jose disse...

Esta associação «políticas de pleno emprego/ justiça social» é a marca indelével do cretinismo de uma esquerda que aspira a uma sociedade de progresso tecnológico e abundância vivendo numa paz agro-pastoril.
Se é possível imaginar os mais elaborados modelos de aproximação à justiça social, o pleno emprego é uma quase impossibilidade numa sociedade tecnológicamente avançada que por sua vez requer tais níveis de diferenciação que nunca aí se acomodará essa sua noção de justiça social,.

Aleixo disse...

O problema, está na SOBERANIA...do POVO!

Os "instalados"(ou a "instalar"),

não estão interessados em representar o POVO mas sim,

"estar" em nome do POVO.

Eles não querem "linhas"...

querem... "entre-linhas" !!!

Dias disse...


Se não agora, quando?

Também não percebo... Em Espanha apareceu o Podemos como alternativa ao status quo, enquanto Portugal se prepara para assistir mais uma vez a uma aparente bipolarização.
Pior, acentuou-se ainda mais a divisão, com a criação de partidos/movimentos com ideias muito vagas, sem expressão nenhuma (só com um catálogo é que se percebe o que para aí há). Anda muito ego à solta…
Mas se os maiores partidos da esquerda não derem o primeiro passo, quem o dará?



Anónimo disse...

Alianças de esquerda inclui o PS dos chineses e a Tempo de Avançar do PS?

Anónimo disse...

Sobre essa frente vale a pena ler este post de Vitor Dias

http://otempodascerejas2.blogspot.pt/2015/03/a-milonga-do-costume.html

como se diz na caixa de comentários, um dia depois de bernardino soares ter mostrado disponibilidade para ir para o Governo como se lê em http://www.dn.pt/Inicio/interior.aspx?content_id=4427595, mas que todas as televisões ignoraram.

no Público, a jornalista lartanja leonete e o possivelmente da mesma cor Sá Lourenço ignoram a a muitas vezes manifestada disposição do PCP e do BE para irem para o Governo, o que é manifesto favorecimento dos partidos que preferem (neste caso servem as narrativas do PS e do Livre).

Na pergunta final da entrevista a Tavaraes, Leonete e Sá Lourenço fazem aquilo que na gíria nornalística se chama um broche. Ajoelham, pegam, chupam, gargarejam e ainda engolem.

se lhes perguntarem, dirão que é critério jornalístico. A deontologia vale pouco e a distorção serve muito bem.

Anónimo disse...

o publico tem interesse nestes tipos do livre/ta porque eles não prometem mudanças e sim lenga-lengas diferentes para os mesmos de sempre governarem. o livre é uma fraude, espanta-me quadros com alguma solidez intelectual como o daniel e a ana meterem-se com esta gente.

j. disse...

«E por isso repito a pergunta: se não agora, quando?»

Depois de um falhado governo PS-CDS ou bloco central?

Dá-se também o caso de que, com a nova orientação anti-deflacionária da Comissão Europeia, as pressões para a reforma administrativa e eleitoral tenderão a ser menores...

Anónimo disse...

Só agora li este bom post , através dum link para este texto.

De sublinhar alguns bons comentários.

E do que ressalta do do jose/JgMenos que, mal escondendo o receio duma alternativa que surja à governança, investe contra a "justiça social"

"Cretinamente" dirá ele. Isso e muito mais

De