terça-feira, 24 de setembro de 2024

Drinks até dizer chega


Os liberais até dizer chega estiveram representados no drink de fim de tarde para homenagear um embaixador de Israel em Portugal que devia ter sido expulso a seu tempo. São apoiantes do genocídio, mas ninguém na dócil comunicação social os confronta. 

Através de Diogo Faro, fiquei a saber que a maior entusiasta do genocídio perpetrado pelo colonialismo sionista na Palestina, Helena Ferro Gouveia, presença assídua na tal embaixada, foi oradora no “campus da liberdade”. O que lhes falta em humanismo, sobra-lhes em coerência.

É uma iniciativa do menos liberdade, stink tank da IL para a luta ideológica e para contornar a lei de financiamento dos partidos, recebendo centenas de milhares de euros anualmente de milionários. Um pinochetista-videlista da Comissão Executiva da IL veio garantir que não há qualquer ligação entre este partido de extrema-direita e o tal stink tank, mais uma mentira fascista

Entretanto, este padrão de apoio é coerente com a história dominante do liberalismo clássico realmente existente: imperialista, colonialista e racista no longo século XIX e em parte do breve século XX, como assinalou Domenico Losurdo, ou não fosse a ideologia para naturalizar uma forma de capitalismo particularmente exploradora e opressora. 

No breve século XX, figuras gradas do neoliberalismo, por sua vez, detestaram tanto o grande levantamento anticolonial que estiveram disponíveis, por exemplo, para apoiar o Apartheid, como assinalou Quinn Slobodian

Sim, a melhor história da economia política é crescentemente crítica destes liberais até dizer chega.

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