quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Cabral sobrevive

Amílcar Cabral discursou no centenário de Lénine na URSS (roubado a Marcela Magalhães).

Pedro Delgado Alves e Fernanda Câncio são apoiantes do colonialismo sionista e contam-se entre os subscritores de um apoio a uma justa manifestação antirracista em memória de Amílcar Cabral. Também há nesse abaixo-assinado outros apoiantes da NATO e do imperialismo, mas prudentemente silenciosos em relação ao genocídio em curso na Palestina, com suporte dos EUA e da UE. 

Não imagino, nem me interessa, o que os terá levado a assinar. O que acho absolutamente incompreensível é alguém pedir a sua assinatura neste contexto, misturando-os com tanta gente boa. Política unitária não é isto.

O que vale é que sei que Amílcar Cabral sobrevive indomitamente a toda esta desmemória, até porque há quem o tenha acabado de editar, como as edições Avante!, e o leia e discuta, use e mobilize, hoje em dia.

Cabral inscreveu-se criativamente na tradição marxista-leninista, partindo da situação histórico-geográfica concreta que era a do seu povo e indo para lá dela, digamos. Isto foi precisamente sublinhado anteontem por Flávio Almada, numa oficina realizada no âmbito das celebrações do centenário, em Coimbra. 

Cabral morreu pela libertação da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, nacionalista revolucionário que era, dando um contributo maior para a luta internacionalista contra o colonialismo e contra o imperialismo, logo contra o racismo. 

É o racismo que leva hoje à desvalorização das vidas palestinianas ou que serve para tentar dividir a classe trabalhadora desta semicolónia.

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