Para os movimentos de libertação nacional, cuja tarefa é fazer a revolução, modificando radicalmente, pelas vias mais adequadas, a situação económica, política, social e cultural dos seus povos, o pensamento e a acção de Lénine têm um interesse especial (...) Lénine deu uma lição muito útil aos movimentos de libertação, aos combatentes da liberdade. Tinha uma nítida consciência do valor da unidade como meio necessário para a luta, mas não como um fim em si. Para Lénine, não se trata de unir todos em torno da mesma causa, por mais justa que ela seja, de realizar a unidade absoluta, de unir-se não importa com quem. A unidade, como qualquer outra realidade, está sujeita às transformações quantitativas, positivas ou negativas. A questão é descobrir qual é o grau de unidade suficiente que pode permitir o desencadear e garantir o avanço vitorioso da luta. E, posteriormente, preservar essa unidade contra todos os factores de dissolução ou divisão, tanto internos como externos.
Excertos do sábio discurso de Amílcar Cabral, em 1970, no centenário de Lénine, na URSS. Acho que acompanha bem a divulgação do lançamento do livro das Edições Avante! que se realiza hoje em Coimbra, no âmbito das magníficas comemorações do centenário. Sim, há mesmo quem insista em levar Cabral a sério. E que grande contraste ético-político com certas e desmemoriadas assinaturas...
1 comentário:
Outrossim.
A história, pateticamente, repete-se constantemente.
Os/as pretensos/as figuras unitárias marginalizam deliberadamente aqueles que são firmes e consequentes.
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