quinta-feira, 6 de abril de 2017

O lastro demográfico do «ajustamento estrutural»

De acordo com as recentes projeções demográficas do INE, Portugal poderá perder, entre 2017 e 2080, no «cenário central», cerca de 2,8 milhões de habitantes, passando «dos atuais 10,3 para 7,5 milhões de pessoas». Nessa estimativa, o número de jovens diminui de 1,5 para 0,9 milhões (quase metade) e o número de idosos passa de 2,1 para 2,8 milhões.

Curiosamente, na projeção de 2008, anterior à crise, o INE estimava que a população residente continuasse a aumentar até 2030 (atingindo em 2034 um valor de 10,9 milhões), situando-se em 2060 nos 10,3 milhões de habitantes. E prolongando a tendência até 2080, chega-se a uma estimativa a rondar os 9,5 milhões, ou seja, dois milhões de residentes acima do valor agora projetado pelo INE. Aliás, a discrepância entre estimativas já se verifica em 2017, com uma diferença de quase de 480 mil habitantes entre a projeção de 2008 e a projeção atual.


Como explicar este agravamento tão significativo dos cenários demográficos em menos de dez anos? Como justificar que a estimativa realizada em 2008 aponte para um crescimento da população até 2030 (iniciando-se apenas a partir daí a tendência de diminuição) e a estimativa de 2017 indicie estarmos já em processo de contínuo declínio, cujo início é antecipado em vinte anos face à estimativa de 2008? Estas discrepâncias refletem já o impacto que a crise e as políticas de austeridade e de «ajustamento» tiveram nas dinâmicas demográficas, com a convergência inédita, a partir de 2010, entre saldos naturais e saldos migratórios negativos? Tudo leva a crer que sim.

Veja-se, por exemplo, a evolução recente da população jovem, segmento que tem um peso particularmente relevante nos cálculos da população residente futura. Em apenas cinco anos (2010-2015) a quebra de população jovem (a rondar os -131 mil) foi muito superior ao saldo registado nos dez anos anteriores (-78 mil). Ou seja, em metade do tempo a queda do número de jovens passa para quase o dobro. O que significa que se entre 2000 e 2010 o país perde uma média de 7,8 mil jovens por ano, entre 2010 e 2015 passa a perder uma média anual de 26,2 mil jovens. E agora junte-se a esta evolução a sangria migratória verificada nos últimos anos, que fez recuar o país para valores registados nos anos sessenta do século passado.


Torna-se muito difícil, perante estes dados (considerados, entre outros, nas fórmulas de cálculo das projeções demográficas do INE), ignorar, minimizar ou negar o impacto da crise, e em particular das políticas de austeridade, no agravamento da recessão demográfica de Portugal nas próximas décadas. E por mais que a direita encontre aqui um falso pretexto adicional para proclamar a crise de sustentabilidade da Segurança Social (e a urgência da sua privatização), o que está verdadeiramente em causa é a herança deixada, no longo prazo, pelas políticas de «empobrecimento competitivo», com cortes nos rendimentos e a contração do Estado Social. Ao «ajustamento estrutural», apresentado como salvação do país, corresponde afinal um «ajustamento demográfico» que o empobrece e enfraquece o seu futuro.

40 comentários:

Anónimo disse...

A herança da governação austeritaria não pode ser esquecida.

As suas consequências também não.

Que todos nos lembremos disto quando os ouvimos papaguear a sua doutrina repescada quotidianamente pelos media e pelo aparelho político- ideológico.

Porque de facto metem nojo

Anónimo disse...

Acompanho o espírito do texto. Mas há ali uma premissa que parece ter gerado algum consenso e que continuo a não acompanhar: a de que a diminuição da população é intrinsecamente má.
Já quando no final dos anos 70 do século passado o prof Nazareth apareceu com a sua tese de doutoramento sobre "O envelhecimento da população portuguesa", soaram os primeiros "alarmes": vinha aí o "inverno demográfico" e a prazo isso seria um problema.Que problema? Bem, aí as opiniões divergiam. Enquanto uns colocavam a ênfase na dinâmica da economia, outros apontavam a questão da "sustentabilidade" da segurança social. Curiosamente, pouca gente era capaz de elaborar sobre a diferença entre pagar pensões e subsido de desemprego; nem sobre a capacidade de uma economia que caminha sem travões para modos de produção de baixa intensidade de mão-de-obra absorver os excedentes populacionais que herdamos da sociedade rural.

MR

Luís Lavoura disse...

Todas estas projeções demográficas são treta, porque não tomam em conta as migrações internacionais.
Aliás, se já é difícil fazer previsões a cinco anos de distância, muito mais impossível é fazê-las a 50 anos.
Quem previu que cerca do ano 2000 algumas centenas de milhares de eslavos imigrariam para Portugal? Quem previu a invasão de nepaleses e bengalis a que hoje se assiste?

Jose disse...

«Estas discrepâncias refletem já o impacto que a crise e as políticas de austeridade e de «ajustamento» tiveram nas dinâmicas demográficas»

Todos os recursos são prioritariamente dirigidos a sustentar liberalidades do passado e nada sobra para garantir melhor futuro.
Acresce a bestialidade igualitária que anulou o coeficiente familiar

Anónimo disse...

Talvez fosse interessante colocar o parágrafo completo do INE que apresenta outros acrescenta outras razões para a redução da população jovem:
"Mesmo considerando, neste cenário, um aumento da fecundidade assim como uma alteração para saldos migratórios positivos, a redução de mulheres em idade fértil que se verifica desde 2003 terá inevitavelmente como resultado a diminuição do número de nascimentos e, consequentemente, da população jovem nos próximos anos, processo que se propaga ao longo do período projetado". Ou seja, para além do efeito conjuntural (emigração), há um efeito estrutural que é bem anterior às medidas de austeridade pós-2010.
É evidente que se pode argumentar que esta redução das mulheres em idade fértil é, também, um resultado do aumento dos fluxos emigratórios (o que até determinado ponto até estaria correto). Mas como a redução é anterior a 2011, este argumento perde alguma poder explicativo.
Acresce que, até ao recente incremento dos fluxos emigratórios o INE adoptou uma abordagem conservatora do efeito da emigração na evolução populacional. Por exemplo, na ficha técnica da projeção de 2008 é referido "Quanto à componente das migrações, face às dificuldades associadas à previsão de fluxos migratórios, adoptou-se como referencial a média dos saldos migratórios estimados no período de 1993 a 2007." Como os dados sobre os fluxos emigratórios apresentados para esse período pelo INE são reconhecidamente débeis, não são de estranhar os valores apresentados na projeção de 2008.

Geringonço disse...

Nuno Serra, os países industrializados entraram em decadência há décadas!!
Nós só não víamos isso porque o CRÉDITO mascarou essa realidade...

Nós não recuperamos da crise 2008.
A recuperação que é alardeada deve-se ao insuflar de novas bolhas.
A financeirização da economia baseia-se no insuflar de bolhas e consequente estourar das mesmas, não se baseia no trabalho e na produção de produtos e serviços que servem a maioria da população.

Nós já temos uma geração que está a viver em austeridade mesmo antes de serem adultos, e é assim porque esta geração nunca teve acesso ao crédito.
Não só não têm acesso ao crédito, como outras gerações tiveram (as mesmas gerações que agora acusam os jovens de serem piegas), como o trabalho disponível é cada vez mais medíocre, precário e com rendimentos que os condena à pobreza.
Não será de estranhar que as pessoas em idade produtiva e reprodutiva não estejam nem a produzir aquilo que podiam nem a fazer os bebés que gostariam...

A austeridade não é mais que um esquema que a classe feudal da finança arranjou para transferir a riqueza para o topo.
Nós estamos condenados a encontrar alternativa ao neoliberalismo, se assim não for, neoliberalismo será o nosso fim...

Anónimo disse...

O lastro demográfico do «ajustamento estrutural»
Pelos vistos não e´ difícil discorrer sobre a demografia em Portugal pros anos vindouros, ainda que quando a demanda 2060/80 muita gentinha já não esteja por ca´ … O raio dos gastos com a “longevidade” humana… – já não se pode ser velho neste país, nesta Europa Musculada, e acabar os dias com dignidade – E´ demasiada carga para um homem só.
Por um lado as ciências médicas fizeram como que um milagre ao dar mais vida ao homem. Por outro lado, porque diretamente proporcional, a miséria humana usufrui, mas negativamente, e com mais intensidade do mesmo milagre. Contradição?!
Seria muito bom que os entendidos destas coisas da vida humana se ocupassem mais com os «tempos que correm» sem amedrontar os demais cidadãos. Me parece que nem todos sabem ou pensam sobre a “lei da vida”, mas todos parecem saber de economia sofrível…
Já os do “Aquecimento Global” nadam nas mesmas águas – tratam da natureza como se deles tratasse – Qualquer dia não temos praias em Portugal – as Calotes Polares enchem os oceanos. Parecem danados em fazer a vida cara mesma para la´ da vida. Acabem com isso, já!
Por ventura já se interrogaram - se o Oceano engole a Terra para que e´ preciso ter gente? de Adelino Silva

Anónimo disse...

A crise e a austeridade são consequência das bancarrotas do estado de 1977, 1983 e 2011. A previsão da demografia, a ser associada às crises, resulta de quem governou nos anos antecedentes e não precedentes.

De qualquer forma, uma analise simplista, direciona-me para motivos contrários à opinião deste artigo. As previsões demográficas estão alicerçadas na diminuição da natalidade e as suas causas são a diminuição do numero de mulheres e a insustentabilidade das pensões e divida publica que penalizam as expetativas dos mais novos, atrasam a sua estabilidade e criação de família. Não sendo capazes de cortar definitivamente os benefícios dos atuais pensionistas e funcionários públicos, as futuras gerações continuarão a pagar o desvario das décadas de 90 e 2000 das finanças publicas e sabem que para alimentar as bocas na mesa, não basta a utopia das esquerdas.

Luís Lavoura disse...

MR tem razão: andam muitos muito preocupados com o decréscimo da população, quando Portugal nem sequer é capaz de gerar emprego para a população (nomeadamente para os jovens) que tem... Agora imagine-se se Portugal tivesse mais jovens, a emigração seria então muito maior!

Anónimo disse...

"Todos os recursos são prioritariamente dirigidos a sustentar liberalidades do passado"

Admite-se que entre todos os recursos, o dinheiro transferido para os offshores também está incluido neste bolo.

A pergunta que se impõe é a seguinte:

As liberalidades exercidas nos bordéis tributários, vulgo offshores, correspondem concretamente a que situações?

Como o senhor José é defensor de tais bordéis pode ser que ele esclareça que liberalidades os sacanas sem lei por lá praticam



Anónimo disse...

"nada sobra para garantir melhor futuro".

Foi de facto este mandamento seguido, até ao fundamentalismo ultra liberal, por Passos Coelho e por Portas, mais os seus apêndices Cristas e Maria Luís Albuquerque.

A pergunta que se impõe é a seguinte:
Atendendo à responsablização directa - e assumida - de Passos Coelho por empobrecer o país que medidas há que tomar para impedir que tais fedelhos travestidos de alemães néscios persigam os seus intentos de ainda empobrecer mais o país?

E de assim compromterem o futuro deste?

Até quando vamos assistir à bestialidade política até agora impune de tais tipos?

Anónimo disse...

"a bestialidade igualitária que anulou o coeficiente familiar"

Deixando de lado (por enquanto) o termo "bestialidade" ( usado num contexto desadequado) passemos ao que é objectivo:

O desaparecimento do coeficiente familiar deu lugar a uma outra medda em sede de IRS.
Quando os pais estão divorciados e têm guarda partilhada, só um deles podia incluir o filho na divisão do rendimento. Com o fim do quociente familiar, a questão deixa de se colocar.
https://www.economias.pt/guarda-conjunta-no-irs/

Como se vê uma medida que se impunha tendo em atenção a correcção de injustiças.


Voltando de novo ao termo "bestialidade" referido ai atrás.

Uma excelente palavra ( agora sim) para definir o procedimento de um tipo - herr jose ou herr JgMenos? - na sua porfia de se assumir cmo um particular porfiador de outros interesses que não os do bem-comum.

Sem quaisquer escrúpulos no uso de meios para atingir os seus fins. Como aqui ficou mais uma vez comprovado

Anónimo disse...

Pelas 15 e 46 um anónimo faz declarações no mínimo espantosas. Estruturalmente falsas.Ideologicamente motivadas. E intrinsecamente desonestas.

"A crise e a austeridade são consequência das bancarrotas do estado de 1977, 1983 e 2011"

Deixemos para lá a patetice de se confundirem causas por efeitos e vice-versa. Se um neoliberal fundamentalista quer apagar a chamada crise financeira de 2008 é lá cm ele. Mas tem que arcar com a responsabilidade de tais asnices.

Vamos a dados objectivos: "Bancarrotas do estado de 1977, 1983 ,2011?

Que bancarrotas? ora pegue lá este pobre anónimo num dicionário e vá ver o que significa bancarrota.

E depois apareça para discutir porque alarvidades deste teor não passam

Anónimo disse...

Um dos estratagemas para a vinda da troika foi este faduncho da bancarrota

” Mas basta recordar que o mesmo país que estava a semanas da bancarrota ( o alarido que os crápulas fizeram com esta ameaça) foi capaz de esperar meses pela primeira transferência vinda da “troika” internacional, e que sobreviveu sem ruptura das contas públicas, pagando não apenas salários e pensões como as rendas pornográficas das PPP ou os juros agiotas a que já se encontrava submetido. A esfarrapada desculpa da bancarrota é uma mentira tão mentirosa como as promessas de Passos Coelho em tempos pré-eleitorais "



Anónimo disse...

" A previsão da demografia, a ser associada às crises, resulta de quem governou nos anos antecedentes e não precedentes."

Aqui mais outra afirmação que vale o que vale. Ou seja, vale o que vale qualquer afirmação atirada para o éter sem qualquer base de comprovação.

Aqui com uma enorme agravante. A diferença entre o "antecedente e o precedente" só mesmo na cabeça de quem debita tais "análises simplistas.

Quanto à responsabilidade da crise, do empobreciment do país e do peso desigual deste empobrecimento entre a população, Nuno Serra já colocou os pntos nos is. E Geringonço ajudou

Anónimo disse...

Mas o que não se pode perdoar a um anónimo que só diz asnices e que claudica no mais elementar conhecimento da língua portuguesa é "isto"...

"a insustentabilidade das pensões e divida publica que penalizam as expetativas dos mais novos, atrasam a sua estabilidade e criação de família. Não sendo capazes de cortar definitivamente os benefícios dos atuais pensionistas e funcionários públicos, as futuras gerações..."

Atirar a responsabilidade da situação para os actuais pensionistas e para os funcionários públicos rendeu votos. Rende entre a escumalha da extrema-direita. A culpa atribuída à geração grisalha constituiu um paradigma da governança neoliberal. Se voltarmos qause um século atrás encontramos os nazis a utilizarem argumentos deste tipo face aos judeus. A estigmatização dos outros e o atribuir-lhes os males sociais faz parte dum passado negro da História. Que este anónimo das 15 e 46 repesque esta argumentação acanalhada significa apenas que, ou não tem vergonha, ou não tem dois dedos de testa para descodificar a informação que lhe fornecem os boys e os media do poder

Anónimo disse...

"as futuras gerações continuarão a pagar o desvario das décadas de 90 e 2000 das finanças publicas e sabem que para alimentar as bocas na mesa, não basta a utopia das esquerdas".

A responsabilidade pelo empobrecimento do país, admitido e confessado pelo próprio, coube a Passos Coelho. O roubo de salários. O corte de pensões. O assumir o despedimento como "oportunidade". O convite descarado à emigração dos jovens portugueses.
A pesporrência ideológica, verbal, acintosa de quem fez estas e outras afirmações tem pais (e mães) objectivos e concretos. Quem tirou o pão às bocas á volta da mesa foi sobretudo a governança neoliberal. Mas há outras responsabilidades desta gente que não podem ser escamoteadas.

Porque a governação foi tabém uma governação da direita. Porque a governação dos Donos de Portugal rapidamente foi restabelecida pouco depois de 1976. Porque é preciso não esquecer as condições objectivas para a presente situação do país. E aí temos Cavaco e o escavacar do nosso tecido produtivo. Aí temos cavaco e as PPP.E temos o banco laranja, o BPN. E o BPP. E o BES. E o Banif . E Swaps. E a transformação da dívida privada em dívida pública.. E as pornográficas privatizações que delapidaram as nossas riquezas para o bolso de quem depois deu cabo da banca, por exemplo.

Pelo que o anónimo das 15 e 46 se deixe de fitas e de cenas. Este seu paleio já teve melhores dias. Mas nunca poderá passar impune

Jose disse...

Qual impacto qual carapuça!

A falta de esperança, a falta de confiança é que define os projectos de futuro, e nada mais aponta ao futuro do que dar vida a filhos.

PM disse...

Muito bem dito! Estes neo liberais de pacotilha cujo o grande "ideologo" é o mediocre do Passos têm a mania que repetem slogans simplistas e soudbytes da treta e julgam que a malta é toda parva...

Anónimo disse...

Percebemos que herr jose tenha abandonado o terreno pantanoso das "liberalidades".

Mas que agora opte por uma carapuça como forma de fugir à autêntica carapuça enfiada sobre a "bestialidade igualitária que anulou o coeficiente familiar" é obra.

Anónimo disse...

Herr jose insiste, virando o disco, porque desta vez foi apanhado mais uma vez com as calças na mão.

Que fazer para não se deixar auto-esmagar pela sua auto-bestialidade?

Debitando um comentário sobre a "falta de confiança, a falta de esperança"

Pobre tipo. Ainda nem percebeu que a falta de confiança, a falta de esperança têm raízes nalgum lado? Ainda está neste patamar de pensamento mágico em que tudo é fruto de geração espontânea?

Por isso Darwin lhe mexerá com a nervoseira?

Lá se vai a carapuça do impacto. Fica só o impacto. Para sua grande infelicidade. Mais a sua bestialidade e a sua carapuça

Anónimo disse...

"E por mais que a direita encontre aqui um falso pretexto adicional para proclamar a crise de sustentabilidade da Segurança Social ..."

Caro Nuno Serra,
Veja se guarda este gráfico num ficheiro com o nome certo não se vá enganar e colocá-lo num post futuro sobre a sustentabilidade da Segurança Social. Para esse tema o gráfico terá de ser outro. Por outro lado faz bem em deixar já o aviso para o caso de se enganar mesmo no gráfico. Bem lembrado.

Anónimo disse...

"agravamento tão significativo dos cenários demográficos em menos de dez anos"

Como explicar então o interesse em fazer projeções a 60 anos se em meros 10 anos os cenários se alteram radicalmente? Só mesmo para prazer próprio de economistas académicos. Publique-se o paper e pronto!

Anónimo disse...

Uma projeção demográfica a 50 anos que precisa de uma correção do valor total da população de 20% ao fim de 6 anos, pode ser considerada uma treta.

Tanto pode dar isto como outra coisa qualquer.

Anónimo disse...

É elucidativo ver os comentários que duvidam da bancarrota do país. E se atribui a responsabilidade das “crises” ao desvario das finanças publicas, porque o país não pode suportar a despesa publica corrente com pensões e salários, não coloquei de lado responsabilidades de direita nem de esquerda porque ambas promoveram e contribuíram para a situação insustentável que as gerações mais novas estão a pagar e que condicionam a demografia porque ninguém arrisca ter um filho, quanto mais dois ou três. Referi a utopia da esquerda, apenas por ver que continuam a acreditar que é possível continuar a gastar à tripa forra. Mas não tenho apreço por qualquer partido dos que governam ou governaram Portugal.

Jose disse...

A 'esperança' para a esquerda é sempre centrada na acção do Estado; nada mais propício à desconfiança após anos de cretinice convertida em política e que o presente não desmente.

Anónimo disse...

Às 12 e 44 alguém repisa o tema sobre a bancarrota

Como isto não é uma questão ao gosto dos desgostos partidários do referido anónimo, pede-se ao referido anónimo para consultar um dicionário.

E poupar-nos a afirmações que, para além duma marca ideolocica pesada, revelam sobretudo ignorância ainda mais pesada

Anónimo disse...

Quanto à continuação do comentário do referido anónimo sobre o gastar à tripa forra...mais uma vez se remete para o já dito.

Tripa forra sabemos nós quem viveu e vive.Sabemos quem engordou e engorda.

Portanto se não é o caso do referido anónimo, então que não insulte os demais por coisas que os demais não têm qualquer responsabilidade.

E que não repita desta forma um pouco primária os sound-bytes de uma propaganda vergonhosa que esconde os verdadeiros responsáveis pela presente situação.

Não há pior cego que.

Anónimo disse...

Quanto às gerações mais novas.

Era bom que abrissem os olhos e que vissem que há uns tantos que a cada dia que passa ficam mais ricos, enquanto a grande maioria consegue apenas sobreviver.

E se em vez de olharem para onde aponta o dedo dos grandes patrões, que indica os que passaram toda uma vida a trabalhar, como se estes fossem os responsáveis, observassem quem produz a riqueza e como esta riqueza está distribuída, poderiam chegar a conclusões muito mais interessantes.

E talvez decidissem agir para mudar esta trampa de sociedade

Anónimo disse...

Se não ultrapassarmos esta faze «do agora dizes tu e do agora digo eu» - por exemplo, os sindicatos da função publica que a greve teve uma adesão de 85% e o governo que não senhora, foi reduzidíssima 32%; o governo diz que agora e´ que vai ser, e a oposição que não senhora, vamos ficar muito pior…O “Português de Samarra” nunca mais sairá da ignorância a que se confinou ou a que o confinaram.
Pior, se continuar a faltar-lhe coragem para eliminar do seu habituario a palavra medo, então o grau que falta para a escravatura se desvanecera´.
Por vezes ponho-me a cogitar sobre se a saída do Euro ou da U.E. me faz sair do sistema neoliberal vigente no mundo conhecido por globalizado, e a resposta não tarda por negativa. Do mesmo modo vejo-me na atual situação com a U.E. e o Euro e as respostas mantem-se pela negativa.
Ate´ porque tenho de pensar global e não só do meu país; tenho de pensar na humanidade e não só na minha coletividade; ainda porque não precisei de requerimento para estar convosco. Sou, Adelino Silva

Anónimo disse...

Pobre herr jos.

Aperrado entre a patética" bestealidade igualitária" e a carapuça da geração espontânea da confiança e da esperança, que maos lhe resta do que este saracotear dito em jeito de ladainha animalista em processo de fuga:

A "cretinice convertida em política".

Não herr Jose, não há qualquer cretinice transformada em politica. O que há é uma política deliberada de aumentar a exploração de quem trabalha e a taxa de lucro,transferindo a riqueza de baixo para cima

Pelo que a cretinice fica limitada a este esgar da treta.

Anónimo disse...

O que estes dados indiciam é que as chamadas "politicas de ajustamento estrutural" encobrem uma tentativa de domínio imperialista por parte dos países do centro da Europa através de:
1- Migração forçada de populações jovens e educadas.
2- Absorção de população jovem com bons níveis de formação para colmatar o défice demográfico próprio dos países centro-europeus.
3- Destruição das perspectivas de desenvolvimento futuro através da subtracção de quadros qualificados e aumento relativo do peso da população envelhecida.
Na prática tais politicas equivalem a uma variante de genocídio, lento mas eficaz a longo prazo e politicamente "limpo", sem necessidade de intervenção militar nem de métodos violentos.

Anónimo disse...

A migração forçada há muito que foi identificada como uma arma de destruição cultural e até de extermínio étnico. Por exemplo pela diluição dos autóctones e assimilação pela cultura colonizadora como no Tibete por imigração de chineses de etnia han.
Em sentido oposto temos como exemplo politicas da coroa inglesa que agravaram a fome na Irlanda de 1845 a 1852, levando à emigração tanta gente que a Irlanda perdeu 20 a 25% de população, o que ainda hoje pesa na relação de forças entre as comunidades religiosas da ilha.

Portanto as decisões politicas com consequências demográficas não são inocentes no destino dos povos e nações. Aqueles que convidam à emigração em massa de um país que já tem problemas de rarefacção demográfica ou são tolos ou traidores.

Anónimo disse...

O ajustamento estrutural:

"empresas do Setor Empresarial do Estado continuam impedidas de contratar trabalhadores em 2016"

"No final de Setembro 2016, o Estado empregava mais 6319 pessoas"

Aumento do emprego no setor empresarial do Estado contraria orientação inscrita no OE de 2016. Recrutamento deveria ser "excecional e devidamente fundamentado"

A esquerda protege estes indivíduos que ficam com as vidas feitas com tachos no publico.

Quem recebia menos de 1500 euros não teve cortes e os que tiveram, ricos do funcionalismo publico já foram retirados.

as pensões já estão a subir novamente. progressões vao ser descongeladas.

o peso com salários e pensoes na despesa publica vai chegar rapidamente aos 100 mil milhões por ano.

Mas a esquerda preocupa-se é com os empresários que criam emprego e riqueza e os bancos.

Anónimo disse...

O comentário das 13 e 32 é um comentário "sujo"

Porque quem trabalha não é o "empresário" que se apropria do trabalho dos outros para enriquecer. Porque quem cria riqueza não é nem o banqueiro nem o que passa o tempo a aumentar a sua taxa de lucro.

Porque os factos desmentem de forma vergonhosa um paleio vergonhoso que tenta desmentir um facto indesmentível.É que a miséria e o empobrecimento alastrou com a governança neoliberal de Passos e Portas.Que atingiu uma parte importante da classe média, mas sobretudo os que menos tinham. Que o corte nas pensões não respeitou os tais 1 500 euros de que se fala de formas obscena. Que originalmente o governo de ladrões queria impor até como limite os 600 euros.

Mas o comentário é "sujo" por outra coisa. Como é que alguém tem a lata, o topete, a sem vergonhice de falar do modo como o faz de salários de 1 500 euros...e depois vem lastimar-se e lacrimejar pelos "bancos" e pelos "empresários" que em muitos casos enriqueceram ilegitimamente como a realidade o demonstra? E que arrastaram o país para a situação em que estamos?

As "vidas feitas"? Quem tem as vidas feitas sabemos nós quem é. É olhar para o que se passa à nossa volta. E também sabemos quem teve as vidas desfeitas, como aconteceu de forma aguda pela governação neoliberal de Coelho e sicários.

Anónimo disse...

Talvez fosse bom informar esse tal anónimo que fala em ricos desta forma suspeita que os cortes ainda não foram todos retirados

E actualizar o vocabulário do sujeito. Não foram cortes. Foram roubos. `Perceberá a diferença?

Anónimo disse...

Roubos durante décadas à juventude e às gerações futuras sem duvida. Para pagar esses salários, de quem entrou para a função publica e subiu exponencialmente na carreira de forma automática e com tabelas salariais muito acima dos privados. Arriscaria dizer que mesmo com os cortes o salário não traduzia sequer a mínima aproximação real à produtividade da maioria desses funcionários. E o mesmo se repercute nas pensões naturalmente porque a formula mágica apenas considerava os últimos melhores anos... colocando pessoas a receber balúrdios por muitos mais anos do que seria sustentável.

As gerações futuras e a natalidade estão a pagar essa fatura não tenha duvidas.

E se esta o atual governo a tentar mascarar essa realidade, com reposições e promessas para os funcionários públicos e pensionistas, não tenhamos duvida que mais uma vez estão a hipotecar o futuro do pais. Veja-se que só foi possível com níveis de investimento público mais baixo desde 1995.

É esta a alternativa.

Anónimo disse...

Roubos durante décadas às gerações actuais e às futuras

Há uma guerra de classes.Há os que ficam cada vez mais ricos. E a imensa maioria que fica mais pobre.

Pelo que a conversa do anónimo de 12 de Abril às 12 e 01 é uma conversa da treta. Fala em produtividade mas ela tem subido em Portugal bem mais do que os salários. Se quiser dados é só dizer.

Fala em gerações futuras e em natalidade mas é na governação neoliberal criminosa de Coelho e seus muchachos que foi dado um autêntico tiro naquelas e nesta.

Fala em pensões mas o que se passa com as pensões vai muito mais longe do que o que apresenta."Esquece-se" do roubo a estas pelos crápulas. "Esquece-se " do desvio de dinheiro praticado por vários governos. "Esquece-se" do sobrecarregar da segurança social com fundos de pensões privados que de repente....

Percebe-se que os saudosos do tempo do outro senhor tudo faça para mascarar a realidade. Quem recebe e recebia balúrdios são os Mexia e os Ferreira do Amaral mais os corruptos do bloco central de interesses com o PP à carga. O dinheiro que tem saído dos cofres públicos para pagar à banca privada e às negociatas da CGD promovidas pelos boys neoliberais de turno...ao serviço desses interesses privados.

E aproveita-se para denunciar o silêncio sobre o desmantelar das falsas "informações" apresentadas anteriormente

Anónimo disse...

Apresente la os dados dos salários e produtividade durante a década de 90 e 2000

natalidade? apresente lá os dados que dispõe dos últimos anos.

roubo pelos crápulas? nisso sem duvida estamos de acordo mas enquanto eu defendo sempre essa divulgação independentemente dos partidos, pela verdade, vocês só querem o que for direcionado a PSD e PP, não se importam com os roubos da esquerda e sindicatos e conivência com interesses instalados, da banca a outros particulares.

fico aguardar os seus dados, que espero retirados de fonte idonea

Anónimo disse...

Lendo sobre o tema, encontro aqui uma "espécie de questionário" de um "anónimo" .

Só que as questões surgem 4 meses depois do último comentário.

A que propósito surgiram tais questões? Atiradas para o ar, com uma pequeníssima probabilidade de serem lidas ou respondidas? É mesmo para se ficar com a ideia de que não há resposta?

O que vem a ser isto?

Será que estamos em face do sr pimentel aonio eliphis ferreira?

Esta questão é colocada a 27 de Fevereiro de 2018