sexta-feira, 26 de junho de 2015

Lapidar


«A suposta razão para a rejeição de uma resposta com base em impostos é que irá prejudicar o crescimento. A resposta óbvia é, estão a gozar connosco? Os mesmos que falharam redondamente, nas suas previsões, os estragos que a austeridade causou (...), estão agora a dar lições aos outros sobre crescimento?»

Paul Krugman

«Tsipras tem razão: em Portugal, a troika aceitou 'medidas equivalentes'. As instituições deveriam definir objectivos, e não ditar de que forma devem ser alcançados. (...) Todas as anteriores projecções do FMI sobre a Grécia revelaram-se um disparate. Se Lagarde rejeitar agora um acordo por causa das projecções, então isto é tudo uma brincadeira.»

Henrik Enderlein

«Já não se procura um acordo, mas conquistar uma capitulação total. Tudo leva a crer que o único objetivo seja o de provocar a queda de um governo eleito de um Estado europeu. Se assim for, isto não é uma negociação. É um golpe de Estado.»

Daniel Oliveira

6 comentários:

Anónimo disse...

"Tsipras tem razão: em Portugal, a troika aceitou 'medidas equivalentes'."
A diferença pode estar na credibilidade das medidas equivalentes e do seu impacto. Nomeadamente porque a quase totalidade das medidas baseia-se num aumento de impostos num Estado que não tem uma máquina eficaz de os cobrar. Por isso não basta escrever numa folha A4 que se vai aumentar o IVA em X e isso vai resultar numa receita de Y.
Basta ver o exemplo do programa eleitoral do PS que resultou de um trabalho rigoroso (mal ou bem) de análise técnica feita por 20 economistas. E as propostas feitas em cima do joelho do governo Grego?

"As instituições deveriam definir objectivos, e não ditar de que forma devem ser alcançados."
1º ponto. Krugman já nem questiona o facto de serem as instituições a definir objectivos ao governo Grego. E a democracia, Prof. Krugman?
2º ponto. Eu também acho que não devem ditar a forma como devem ser alcançados. Mas, aceitando o 1º ponto como Krugman aceita, as instituições devem avaliar se a forma de alcançar os objectivos proposta pelo governo Grego conduz ou não ao cumprimento dos objectivos, e com que margem de risco. E aqui voltamos ao meu primeiro comentário. Não basta escrever numa folha A4 que a medida X vai ter um impacto Y. É necessário justificar os cálculos tecnicamente (ainda que de forma falível). Este governo Grego apostou tudo nas promessas políticas mas não se preocupou com as questões técnicas. Que tudo se resolvia com "conversa e pancadinhas nas costas" como antigamente. Desta vez é necessário Excel e do duro! Infelizmente não é essa a especialidade de Varoufakis.

Jose disse...

Pura propaganda!
Desde há seis meses o governo grego vem provando o que vale: um bando de treteiros disponíveis para continuar o saque sob diferente bandeira.

Mário Reis disse...

Realmente Daniel, fala que isto é uma negociação???

E em que ficamos, em manter a fé numa europa que negoceia nestes termos?

Paulo Marques disse...

É um golpe de estado que vem desde o inicio da construção europeia e que muito se acentuou depois da criação do euro.
Infelizmente, o mundo está cheio de colaboracionistas como o Jose que aceita ficar cada vez mais pobre em troco de um regime forte que rouba aos pobres para dar aos ricos.

Anónimo disse...

É evidente a razão do que diz Daniel Oliveira. O Zéquinha, esse, continua a destilar e a demonstar a que bando pertence.

Anónimo disse...

O comentário do das 12 e 46 é um assumido manifesto troikista, pregando a submissão da Grécia aos ditâmes do directório.

Parte o referido sujeito de axiomas, como habitual no caso destes perfeitamente enviesados, com o enviesamento de quem tem interesses na matéria e com a predispoisição para a defesa do eixo austeritário ao serviço dos grandes interesses económicos

Fala em "credibilidade".Objectivamente aldraba.Que credibilidade tem a troika, o FMI, a UE perante o cenario da institucionalização do euro, das respostas para a dita crise, do garrote austeritário, do cerco à Crécia? Que credibilidade tem Junker mais a sua fraude fiscal monstra?

A folha A4 torna-se assim numa treta ( utilizando o inguarezar dum vero troikista fundamentalista). Antes da credibilidade definida segundo o modelo aldrabado dos "agiotas" há que colocar em causa a credibilidade dos que negoceiam.

Mas há que colocar também em causa a credibilidade da própria dívida. A que propósito esta credibilidade é escamoteada e assistimos a números circenses em torno duma folha de excel?

O que imopressiona é que todo o texto do referido senhor gira em torno duma falácia. Sem questionar nem a origem da dívida,nem a seriedade da troika, nem os factos concretos que teimam em persistir apesar das folhas de cálculos com que se tenta esconder o essencial. No fundo defende-se desta forma anquilosada o direito ao saque por parte da UE e da troika.
Ele sabe,nós sabemos, todos sabem que " na UE tudo está pré-determinado e pré-estabelecido - apenas há que obedecer.

De