quinta-feira, 25 de junho de 2015

As opções em cima da mesa

O governo grego quer alívio (“o corte de cabelo” já lá vai) da dívida, sem mexer directamente nas pensões (indirectamente é outra coisa). A Comissão Europeia (ou seja, o governo alemão) quer cortes nas pensões sem mexer na dívida. O FMI quer ou cortes nas pensões ou alívio na dívida. É aqui que se joga o actual impasse nas negociações. É também isto que explica como o FMI se transmutou de “polícia bom” em “polícia mau” em poucos dias – ainda na sexta-feira, Varoufakis citava o economista-chefe, Olivier Blanchard, na reunião de Eurogrupo. Pode parecer estranho esta recusa do FMI em “empurrar com a barriga” a situação grega, como alegremente a UE pretende fazer. Contudo, dada a importância histórica desta instituição na imposição da doxa neoliberal e o falhanço espectacular do maior resgate financeiro da sua história, os custos reputacionais de um acordo insustentável, pelas métricas do próprio do fundo, são demasiado elevados. O FMI pode não ter eleitores a quem tenha que prestar contas, o que explica a posição intransigente de muitos governos europeus quanto à dívida, mas tem muitos países devedores.

5 comentários:

Anónimo disse...

O Tratado de Roma de 57 foi um instrumento antipopular e anticomunista que, sem o Plano Marshall norte-americano não existiria.
Alguém lembrou os estragos feitos a´ Grécia pelos Fascistas italianos e Nazis alemães, mas e´ pouco – eles destruíram a Europa. Toda a humanidade sofreu!
Ontem foi contra o comunismo. Hoje e´ contra a democracia. E amanha será o que´?
Esta União Europeia e´ uma tentativa imperialista de domínio e escravização de povos! O FMI, o BM e o BCE escudados pela NATO.
Os “democratas” do PSD/PS que mentiram e enganaram o nosso povo, são os mesmos que ajudaram os gregos a se enterrarem no aterro sanitário (lixeira) chamado
Eurogrupo!
As vezes tremem…mas a vigarice, não e´ letal…
De Adelino Silva

Luís Lavoura disse...

O FMI tem razão. Para que a Grécia não seja um poço sem fundo, o Estado grego tem que cortar na despesa. E há dois sítios principais nos quais cortar: nas pensões e no serviço da dívida. O FMI exige que o Estado grego corte num deles.
Cortar nas pensões é pouco popular junto do povo grego e cortar no serviço da dívida é pouco popular junto do povo alemão. O FMI exige, não obstante, que um desses dois povos ceda.
Agora, continuar a atirar dinheiro para o poço sem fundo não dá, diz o FMI e tem toda a razão.

Anónimo disse...

Este Luís Lavoura tem piada...os planos que têm sido aplicados nos diversos países têm sido um falhanço colossal, mesmo do ponto de visto económico e este senhor ainda tem coragem de escrever que continuar a atirar dinheiro para um poço sem fundo não dá. O que não dá é continuar a aplicar politicas onde as pessoas não contam, o que não dá é continuar a alimentar um sistema que não é democrática, o que não dá é assistirmos à subjugação dos mais fracos, isto é que não dá. É lamentável haver gente que acha que a democracia é um pormenor sem importância, a naturalidade com que se defende um sistema opressor é proporcional a empatia que se sente pelos que sofrem com o mesmo.

Anónimo disse...

O Dimar resolve isso. O Livre/Tempo de Avançar tem os contactos deles.

José M. Sousa disse...

Pior, o Luís Lavoura parece não compreender mecanismos básicos de funcionamento das economias. Limita-se a um juízo moralista deslocado e inconsistente.