sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Estados Unidos só na América

A Holanda e a Alemanha mantiveram superávites substanciais na balança corrente desde 2012, enquanto os défices das balanças correntes de Itália, de Espanha e das economias periféricas mais pequenas foram significativamente contraídos, em resultado sobretudo do colapso da procura interna e da queda dos salários (...) O resultado liquido foi um enviesamento deflacionário na Zona Euro, bem como na economia mundial (...) Em 2012, a Zona Euro, em termos agregados, foi sujeita a uma das mais agressivas consolidações orçamentais das economias avançadas apesar de ter um dos mais pequenos défices orçamentais ajustados do ciclo e uma perspectiva de crescimento fraca. 

Vale a pena traduzir passagens de um relatório do Tesouro norte-americano crítico da exportação europeia da crise, referido ontem pelo Nuno Teles e que bem podia ter sido por ele escrito. A preocupação norte-americana com a Zona Euro ajuda a pôr em causa, pela enésima vez, a tese de que o governo dos EUA e as fracções dominantes do capital norte-americano teriam algum interesse no fracasso do Euro, ou, nas perspectivas mais conspirativas, que estariam de alguma forma por detrás dos seus problemas. Das acções da Reserva Federal aos alertas do Tesouro, a intenção é clara: a integração europeia é absolutamente funcional para o imperialismo norte-americano, desde que a potência hegemónica europeia, a Alemanha, se comporte de forma responsável. A ideia da integração europeia como baluarte contra o quer que supostamente venha dos EUA é insustentável: do neoliberalismo de primeira classe ao imperialismo de segunda, está tudo bem inscrito nas regras que vigoram deste lado do Atlântico.

2 comentários:

Ricardo A disse...

http://inacreditavel.com.br/wp/o-governo-mundial-de-facto-da-atualidade/ Olhando a floresta.

Anónimo disse...

http://inacreditavel.com.br/wp/o-governo-mundial-de-facto-da-atualidade/

Este é o link certo do Sr. Ricardo Amaral... Para os menos "lestos"...