segunda-feira, 10 de julho de 2017

Ser trabalhador pobre não quer dizer...

... ser trabalhador menos cool.

Cobrindo uma lacuna do mercado, alimentado por uma gama de clientes cada vez mais alargada, já existem diversas marcas de produtos adaptados a uma "economia de marmita", em linhas atenuadas e elegantes, de design de qualidade, que aproveita os curtos espaços para a comida - não se deve comer muito entre dois turnos, que dá sono - e para os talheres, a guardar em pequenos estojos de borracha que podem ser laváveis quando chegar a casa.

E tudo em cores alegres, vivas, umas mais vermelhas, outras mais cristãs-democratas, outras anarquistas, dependendo das cores do clube ou do coração, que até dá gosto mostrar a marmita aos outros camaradas.

Cada objecto custa 3% do SMN? Vai ter de gastar uns 10% do SMN para usar o conjunto completo? Poupe um pouco mais. No fundo, tem de comer todos os dias e o preço dilui-se rapidamente. Não perca a alegria, já que perdeu a esperança.

É tão bom o capitalismo...

24 comentários:

Anónimo disse...

Dantes eram só os trolhas, agora nesse transporte 'proleta' que é o metro, veem-se paletes de marmitas para além das escondidas na mala das senhoras. A maior parte delas não custarão tanto como é dito no post, mas é mais um nicho de oportunidade para alguns ganharem dinheiro à custa da austeridade. E com o apoio entusiastico dos nutricionistas do 'regime'...

Jose disse...

Nos kolkhozes a partir de 1966 os trabalhadores passaram a ter um salário para além da ração de batatas.
É tão bom o socialismo...

João Ramos de Almeida disse...

Caro Jose,

Por que será que eu sabia que ia reagir dessa maneira? Mas apraz-me pensar que, reagindo dessa maneira, está comigo contra esta ideia de que não se deve tornar os trabalhadores pobres. Quem trabalha deveria ter una remuneração que o impeça de ser pobre. Tentando, acho que conseguiremos concordar em muita coisa.

Jose disse...

Caro João,

Seguramente estamos de acordo nesse ponto.
Mas a solução é melhor negócio e melhor trabalho, não são milagres de tirar do puco muito.

Anónimo disse...


Oxalá fosse a marmita o maior problema dos mais desfavorecidos!
Uso marmita porque a oferta de refeições por menos de 10€ é, em geral, muito má. Agora , as empresas com determinado número de trabalhadores deviam ter cantinas e com menus decentes.

Anónimo disse...

Usar marmita não quer dizer... ganhar mal.
Nem em Portugal nem em 1 ou 2 outros países da Europa que conheço melhor.

Jose disse...

Anónimo das 13:49, recomendo-lhe a Província; por 10€ o nível é de dia de festa.
Quanto às cantinas, creches, habitações sociais, tudo isso é do tempo em que o Estado permitia que se lucrasse muito dinheiro e havia toda a flexibilidade para desfazer o que se tornasse insustentável.

Anónimo disse...

O nível é de dia de festa?

Infelizmente as recomendações de jose não são de fiar.

A última vez tentou vender a ideia que nas "cantinas" da Legião portuguesa era um regalo e que serviam muito bem aos "clientes" do clube.

As restantes perguntas a propósito não tiveram resposta.
Partiu à desfilada

Anónimo disse...

Quanto aos milagres... e o tirar do pouco muito

O que dizer de quem usa os bordéis tributários e os defende, mais os proxenetas em curso?

Parece que são precisos pelo menos 200 000 euros para o seu usufruto.

Estes tipos roubam. O pouco está reduzido a muitos. O muito a poucos.

E depois virão com o choradinho sobre o insustentável..

Para os outros claro. Porque para eles,o que é preciso é "melhor negócio" nas exactas palavras dum que também defende a fuga fiscal do grande patronato

Anónimo disse...

"É tão bom o socialismo"?

Isso parece um grito desesperado de alguém desesperado.

Quando confrontado com a incapacidade do capitalismo dar respostas concretas e fazer sair da pobreza um cada vez maior número de pessoas (passa-se exactamente o contrário) o que faz este Jose?

Foge para os kolkhozes de 1966 e finge-se de lucas. Parece que por lá os kolkozianos só tinham direito a uma ração de batatas até 1966 Uns bandidos. E a injecção atrás da orelha esperava os mais velhos pela certa.

Quão desespero traduz este desespero para recuar mais de 50 anos para tentar limpar a trampa do capitalismo?

E não era que a sua "fuga " habitual era já esperada?

Anónimo disse...

Mas temos aqui a marca indelével da trampa da sociedade que nos querem vender como boa fonte de negócios ( para eles) e de trabalho ( para os outros ...e quanto menor o custo deste, melhor para o lucro deles).

Sem o querer e nas entrelinhas:
"Quanto às cantinas, creches, habitações sociais, tudo isso é do tempo..."

É isso que têm a oferecer. Um monte de nada para quase todos . Um monte de tudo para uma mão-cheia deles

E porquê?

O capitalismo chegou a uma situação em que a grande maioria das pessoas, os 99%, estão cada vez mais pobres e inseguros, com menos direitos, enquanto uma minoria de 1% detém 50% da riqueza mundial, controla a economia, as finanças, a opinião pública, o poder político, segundo os seus interesses, num regime que apesar da fachada democrática, não passa de um indisfarçável totalitarismo. O capitalismo tornou-se incompatível com o crescimento económico, com o desenvolvimento, com a própria democracia.

Anónimo disse...

Há uma coisa que deixa esta gente lixada e que nunca foi desmentida:

"Não há memória de que algum dia um porta-voz dos capitalistas tenha admitido de boa mente que a produtividade aumentara o suficiente, que os negócios iam bem e que, por isso, havia espaço para aumento real dos salários e redução efectiva dos horários de trabalho".

Anónimo disse...

"É tão bom o capitalismo"

5 700 000 000€ é o que o Sector privado de Saúde factura anualmente. Fazendo "negócio" com a nossa saúde.

Após a tentativa de liquidação do SNS pela dupla Passos Coelho/ Paulo Portas.

São só negócios. É vê-los a salivar

Anónimo disse...

É tão bom o capitalismo:

"A companhia aérea espanhola exigia o teste de gravidez às candidatas a funcionárias antes de as contratar".

Que querem? São oportunidades de negócio e a Iberia precisa de aumentar as suas taxas de lucro

E assim não serão precisas mais creches

Jose disse...

Um contributo para o combate à inanidade mental:
Os porta-voz dos trabalhadores representam pessoas, unidades tomadas por iguais a quem é proposto agirem em unidade.
Os porta-voz dos patrões representam empresas, unidades tomadas por diferenciadas a quem é proposto agirem em competição.

Sempre fica difícil a quem sempre se vê no meio do rebanho, entender a quem compete escolher o caminho.

Anónimo disse...

Ahahah!

Isto nao é a sério pois não?

Mas não há ninguém que mostre a este Jose que a pedantice enfatuada misturada com a pieguice camuflada dá estas figuras tão tristes como cómicas?

Então e as associaçoes patronais?
Entao a CIP e quejandos? Entao e os interesses de classe defendidos acerrimamente pela classe possidente?

Isto tem que ser mesmo s brincar. E um exemplo para as pequenas empresas que se têm que libertar destes tubarões agora armados em vítimas tao pretensiosas como patetas

Anónimo disse...

Para Herren Josés e quejandos o que deveria haver era QIMG: o Quociente de Inteligência Mínimo Garantido. Juntar-se-ia, assim. o útil ao desejável: o Estado praticaria, tão ao gosto do filantropo Herr José, uma obra de caridade e nós, por aqui, livrar-nos-íamos dos constantes enxurros de cloaca da amiba impenitente.
Quanto a oportunidades de negócio, ele há que esperar que alguma alma "empreendedora" lance o "kit de sobrevivência diária": meia carcaça dura com meia dúzia de azeitonas (pretas, para grande desgosto de Herr José que, certamente, as preferiria mais arianas) mal curtidas e, quando o rei fizesse anos, um naco (fino, muito fino, que isto não se pode habituar a gentalha a luxos de boca orientais) de toucinho.

Jose disse...

Não contribuo para o combate à iliteracia.
Remeto para as Novas Oportunidades ou uma qualquer sinecura do género.

Anónimo disse...

Unidades diferenciadas?

Diferenciados são os trabalhadores. Segundo os registos o primarismo e a iliteracia dos patrões são assustadores

Anónimo disse...

A quem compete escolher o caminho?
Isto faz lembrar a competência das nobres e antigas famílias muito honradas e muito ricas, assim tipo Espirito Santos, tão a ver, a quem diziam que competia escolher o caminho.

Assim um caminho tipo BES, tão a ver?

Anónimo disse...

Antes havia a nobreza, convertida num monte de parasitas , enfatuados e vazios.

Agora os patrões, convertidos nuns coitadinhos que têm a esmagadora tarefa de indicarem o caminho.

Para os offshores e para a concentração da riqueza, como dizia Marx.

Percebe-se. Eles são mais iguais do que os demais. E reivindicam os privilégios de classe.

Parasitas emproados, a arrotarem o mando do mundo

Anónimo disse...

E se fossem tomar um café?

Sempre ficam com energia para comentar mais uns posts, ou trabalhar se fôr o caso.

Ganham anos de vida e ainda ajudam a multinacional que plantou a notícia nos media internacionais.

No consumir é que está o ganho. E se não poderem ao menos comam brioches.

(TAEG 24,6%, não inclui seguro contra inanidades)

Anónimo disse...

Mas contribuo eu para o combate à iliteracia e bebo de seguida um café. Algo que aconselho todos os demais a fazer

E se não PUDEREM ao menos não fiquem abespinhados com o curso do debate. Seguro contra as inanidades não há, embora se fique na dúvida se há quem os tente impingir

Anónimo disse...

Definitivamente, Herr José está hoje com a veia literária agigantadíssima e brindou-nos com mais uma novíssima e brilhantíssima figura de estilo: a antonomásia. Não contribuir para a iliteracia alheia, caríssimo? Impossível, pois Vossa Excelência é, com as suas brilhantes e elucidativas intervenções, a consubstanciação da própria contribuição para a iliteracia.
Quanto a pausas para cafezinhos - e que me perdoe o anónimo comentarista se me escapa alguma intenção irónica na sua redação - o único problema do avanço civilizacional que é a utilização da marmita é o de esse avanço civilizacional poder ser imediatamente compreendido por aquilo que realmente é (um retrocesso civilizacional) caso a marmita fosse aquela, de cores menos berrantes e muito mais fria, porque de alumínio, que era utilizada pelos explorados operários e camponeses de antanho. Ou seja, a boa da classe-média deste país proletarizou-se definitivamente e bem podem, por motivos de "marketing", dourar a pílula com marmitas "cool"...
De avanço civilizacional em avanço civilizacional, os que hoje podem pouco e comem "brioches" vão amanhã poder nada: passarão do mastigar ao abocanhar, farão suceder ao "comer brioches" o "fazer brioches" à beira da estrada para ganharem uns trocados. É o "cool" efeito ascensional da colossal espiral descendente que assaltou a UE.