sábado, 9 de julho de 2011

Para lá do cinismo

“A saúde não é imune à justiça social”, disse hoje Cavaco para justificar o pagamento dos serviços de saúde por quem “pode”. O cínico chefe dos neo-indignados, o que antes dizia que “não vale a pena recriminar as agências de rating”, é, na realidade, um dos muitos que apostaram em usar a crise e a resposta austeritária que a aprofunda como oportunidade para destruir, entre outros, os serviços públicos de saúde, usando, com a mesma desfaçatez de sempre, palavras como justiça social só para tentar dar alguma dignidade a uma agenda que faz as delícias de graúdos nos grupos económicos rentistas e de miúdos na caridade. Foi a pensar nesta novilíngua que escrevi há tempos um artigo em defesa do ideal ameaçado da universalidade dos serviços públicos, uma das principais bases da justiça social.

3 comentários:

Anónimo disse...

Penso que o presidente da republica já não é levado muito a sério e para além disso todos sabem de que lado ele está.

Anónimo disse...

O presidente foi claro: para quem não pode pagar o estado deve entregar essa responsabilidade ás Misericordias, ou seja prestações de saúde de 1ª para uns e de 2ª ou 3ª para outros. isto não é civilizacionalmente aceitável.

Paulo Pereira disse...

O Cavaco foi o primeiro neotonto e continua na mesma linha.
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Não há pachorra para o Cavaco.
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Ele também é a favor das reformas milionárias e acumuladas.