sexta-feira, 1 de julho de 2011

Eles repetem-se...

Estou sem tempo para fazer outra coisa que não seja repetir o que neste blogue temos dito, agora a propósito da nova ronda de austeridade que, uma vez mais, corta directamente os rendimentos da maioria dos trabalhadores: o governo até pode cortar na despesa e tentar aumentar as receitas de forma manhosa, erodindo a moralidade fiscal, mas não controla o défice orçamental, porque não controla a reacção no lado das receitas, e mesmo em algumas rúbricas da despesa pública, à recessão induzida pela quebra na procura graças a sucessivas rondas de austeridade. É o tal círculo vicioso que também tem sido gerado pela decisão de proceder a transferências de rendimentos para o buraco sem fundo criado pelo capital financeiro e de activos para os sectores rentistas. Os compromissos do governo só são firmes com quem aposta na transformação do poder do dinheiro concentrado em poder político. Vítor Gaspar bem que pode falar de credibilidade e de confiança com toda a calma do mundo. As duas palavras do pensamento económico mágico, que já achou, e nos sectores lunáticos ainda acha, que a austeridade podia ter efeitos expansionistas, exprimem cinismo ou cegueira ideológica. É a perspectiva de evolução da procura e, secundariamente, o acesso ao crédito que determinam o investimento. Quem pode ter confiança?

2 comentários:

Paulo Pereira disse...

Tem razão que o governo não controla as receitas, ms estando no EURO o que poderia o governo fazer ?

tempus fugit à pressa disse...

bancos sem capacidade de conceder crédito também não são bom ingrediente

e já agora

a receita para que as exportações passem dos 30% do PIB para os 40
ou os milagrosos 50

é?