segunda-feira, 5 de maio de 2008

A fraqueza selectiva do Estado

«Há seis mil gerentes e directores de empresa que garantem ganhar apenas o salário mínimo. Nestas empresas, portanto, nem um trabalhador tinha um vencimento mais baixo do que o do responsável máximo (. . .) Descontando os casos de reais problemas financeiros, os gestores garantem ser impossível encontrar no mercado de trabalho quem assuma a responsabilidade de gerir uma empresa, por mais pequena que seja, por um salário tão baixo». No Jornal de Notícias. O «Estado fiscal de classe» em todo o seu esplendor. A relembrar que o «problema» do défice, para além da conjuntura económica difícil, é afinal de contas a melhor ilustração da fraqueza do Estado perante quem detém mais poder económico. Um Estado que não cobra impostos a quem deve e que abdica de instrumentos preciosos no combate à fraude não tem legitimidade para exigir «sacrifícios» aos grupos que já são tão penalizados pela penosa situação socioeconómica do país. É altura de acabar com estas assimetrias. Definitivamente, as contas bancárias não devem fazer parte dos segredos de família.

3 comentários:

João Dias disse...

Sim, a quebra do sigilo bancário, para quando...????

Nuno disse...

Nem mais! Para qdo a quebra do sigilo bancário? A única forma de acabar com estas assimetrias.

L. Rodrigues disse...

Demasiados telhados de vidro no pessoal que vamos elegendo, é o que é...