segunda-feira, 19 de maio de 2008

Desemprego e precariedade ou um balanço do «socialismo moderno»

«Se analisarmos o período do governo de Sócrates - 1ºTrim2005 a 1ºTrim2008 - constata-se que mesmo o desemprego oficial aumentou, pois passou de 412,6 mil para 427 mil (. . .) Entre o 1º trimestre de 2005 e o 1º trimestre de 2008, o emprego a tempo parcial aumentou em 41,4 mil; os contratos a prazo em 154,8 mil; e os ‘trabalhadores por conta própria’ (os chamados ‘recibos verdes’) em 9,4 mil, o que somando dá mais 205,6 mil trabalhadores precários relativamente ao 1º trimestre 2005, data em que o governo de Sócrates tomou posse, enquanto o número de trabalhadores sem termo diminuiu em 22,6 mil». Dados de um estudo de Eugénio Rosa, economista da CGTP. O desemprego elevado e a precarização das relações laborais asseguram um dos objectivos da política económica neoliberal: a perda continuada do poder de compra dos salários e a quebra do seu peso no rendimento nacional. Numa pequena economia aberta e vulnerável, os salários, mais do que uma fonte de procura, são encarados sobretudo como um custo a conter. É claro que também aqui podem ocorrer efeitos perversos: a quebra continuada dos salários reais diminui os incentivos para a modernização da estrutura produtiva. Mas já sabemos que a maioria dos nossos pouco qualificados empresários não gosta de pressões laborais e de inovações e está habituada à mediocridade dos baixos salários. Até quando é que o governo está disposto a sustentar este vício? É que o resultado socioeconómico não é propriamente brilhante.

4 comentários:

Teresa Durães disse...

até perder as eleições :)

Anónimo disse...

BOICOTE ÀS GASOLINEIRAS JÁ !!!

Vide em .:

http://o-povo-vai-nu.blogspot.com/

Exerça o seu direito de cidadania com eficácia !!!

Diogo disse...

Até quando é que o governo está disposto a sustentar este vício? Até onde puder!

Cabe à sociedade civil por-lhe travões a fundo.

Anónimo disse...

Não me parece que isto mude... O problema não está só no ps nem no psd... é toda uma mentalidade que tem que mudar, sob pena de além de continuarmos a ser os pelintras e pedinchas da europa, vamos sofrer todos os dias com esta angústia claustrofóbica de não sairmos da merda (outros chamaram-lhe pântano.

Já um rei português qualquer, quando um dia foi ao vaticano, enquanto passava pelas ruas de roma na sua carruagem, atirava moedas de ouro à rua. É o nosso parolismo.

Mas o queixume já não é novo:
… Vós, ó portugueses da minha geração que, como eu, não tendes culpa nenhuma de serdes portugueses. (…) Gritai nas razões das vossas existências que tendes direito a uma pátria civilizada. (…) O povo completo será aquele que tiver reunido no seu máximo todas as qualidades e todos os defeitos. Coragem, Portugueses, só vos faltam as qualidades.

Almada Negreiros, Ultimatum Futurista (Manifesto às Gerações Portuguesas do Século XX, 1917)