sexta-feira, 23 de agosto de 2024

O imperialismo é letal


O imperialismo é primeiramente a política externa da potência dominante do sistema internacional ao serviço do capital financeiro. Os EUA são a potência imperialista por excelência e logo o país mais perigoso do mundo. E estes factos estruturais estão para lá da conjuntura política. Kamala Harris, citada pelo Financial Times, confirmou-o ontem no discurso de aceitação: “como chefe suprema das forças armadas, assegurarei que os EUA têm a força mais letal no mundo”.

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma vez mais, a teoria do imperialismo merece os reparos seguintes:

1) o sr. João diz que o imperialismo é (primeiramente) a política externa de uma potência dominante, mas o imperialismo é (primeiramente) a política interna do capitalismo; desde logo, pela sua forma de funcionar segundo um mercado mundial. O imperialismo só se expressa como "política externa" do ponto de vista de uma nação central ou periférica; e, mesmo assim, segundo uma perspectiva da primeira guerra mundial. A política externa atual, e cada vez mais é assim, tem de ser encarada no quadro da luta de classes, no seu grau mais sofisticado de relações solidárias. O internacionalismo não é uma marca ideológica, é uma necessidade prática. (Uma analogia para qualquer um entender: foi o trabalho coletivo das primeiras comunidades agrícolas - i.e., da primeira revolução económica, origem das economias de produção - que pôs fim ao "individualismo zoológico"; e a mesma receita tem de ser aplicada à principal potência do imperialismo);

2) não é simples e meramente ao serviço do capital financeiro, como se o imperialismo fosse uma coisa externa, tipo uma guarda petroriana da grande banca; mas, na verdade, o imperialismo é resultante da fusão do capital industrial com o financeiro, para que os monopólios dessa fusão (com uma bandeira de potência à frente) possam exportar capitais (em economês: conquistar mercados; e em fantasmês: conquistar outras bandeiras);

3) os fatos estruturais não estão para lá da conjuntura política, mas é a conjuntura política atual que verifica, nova e empiricamente, estes fatos estruturais do capitalismo atual - que é imperialista.