sábado, 17 de agosto de 2024

Enfim


A sociedade indigente de comunicação usa e abusa do sinal aberto, um bem público, difundido ideias fascistas, de que o machismo e o ódio à cultura são parte integral, conjuntamente com o belicismo, o classismo e o racismo. 

Há mesmo um défice de autoridade do Estado, quando temos José Gomes Ferreira com responsabilidades no que passa aí por informação, só para dar um exemplo. Já há fascistas, como Nuno Rogeiro, a partilhar impunemente toda a espécie de mentiras, como não se cansa de denunciar Luís Galrão

E, sim, José Miguel Júdice, da extrema-direita estudantil na Universidade de Coimbra, membro da rede bombista de extrema-direita no PREC e negocista desde aí, também é tecnicamente um fascista. E é mais um poderoso sinal do declínio editorial e isto para já não falar da situação financeira do medíocre grupo Impresa. 

Perante mais um momento fascista de José Miguel Júdice, Pedro Marques Lopes limitou-se a um “enfim”. Quem me lê, sabe que uso muito o “enfim” como muleta. Por isso, sei que o “enfim” tem múltiplas camadas. 

O “enfim” pode ser a reação de um conservador ao fascismo. “Enfim”, são uns brutos, mas o que tem de ser, tem de ser, trata-se de salvar as pratas da família. O “enfim” pode ser um “que maçada e inconveniência este tio, porque não se cala?”, um “cala-te boca”. 

O “enfim” neste contexto pode mesmo ser o reconhecimento dos limites da liberdade de expressão em meio laboral no capitalismo realmente existente: “é melhor sinalizar muito discretamente a crítica, mas sem melindrar o patrão, que o herdeiro anda nervoso e ainda me despede”.

Enfim, os patrões têm poder, porque têm a capacidade de infligir custos significativos a quem, neste caso, só colabora, mas ganhando várias vezes mais do que um jornalista que aí trabalhe.

1 comentário:

Anónimo disse...

E esta: se for para ler opinião de esquerda, o perdócio do Continente exige assinatura; se for para propagar falácias liberais é de "borla". A coberto de uma lógica aparentemente razoável, se aplicada a um caracal ("a domesticação de animais não é uma construção social", isto é, "as coisas são como são e não como queremos que sejam"), impingem-se links para o sempre manhoso Observatório, para escritos onde, subrepticiamente, se tenta naturaliza a desigualdade social e, até, a escravatura! Confirmai: https://www.publico.pt/2024/08/14/opiniao/opiniao/bores-caracal-preso-dois-mundos-2100783 . Enfim?