terça-feira, 21 de dezembro de 2021
O pesadelo da sociedade de proprietários
Vivemos numa sociedade de proprietários. O sonho neoliberal de Margaret Thatcher foi realizado, os seus efeitos desastrosos também.
A sociedade de proprietários contemporânea é o resultado do esforço para desmantelar o Estado Providência (welfare state) e da emergência do chamado «bem-estar patrimonial» (asset-based welfare), um modo de provisão cada vez mais assente na acumulação individual de activos financeiros e imobiliários e que é indissociável do avanço do neoliberalismo e da financeirização da vida económica e social.
A habitação assume um papel central nesta transformação. Parte constitutiva dos Estados Providência mais avançados, a habitação tem sido instrumental no seu desmantelamento, em vários contextos sociopolíticos, apesar dos diferentes regimes de provisão residencial e das diferentes combinações entre provisão pública e privada.
O resto do meu artigo pode ser lido no Le Monde diplomatique - edição portuguesa, em papel ou no digital. Com o novo sítio, temos ainda mais razões para assinar este jornal.
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2 comentários:
Efeito óbvio de uma legislação que, na ânsia de tornar aparente o desrespeito pela propriedade, fez leis de arrendamento que tornaram economicamente mais racional comprar casa do que alugar.
Efeito não menos relevante, fixou milhares de trabalhadores às zonas vizinhas das suas habitações, ou pior, escravizados a condições de transporte não raro tornadas penosas e dispendiosas.
O dinheiro não dá para tudo, e para o Estado e autarquias até a privatização do parque habitacional social foi meio de libertar despesa e claro reconhecimento de incapacidade de gerir imobilizado e cobrar rendas.
Ao dito «Jose», envio esta frase de Lenine: «A causa dos exploradores e da sua criadagem de intelectuais é uma causa desesperada».
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