segunda-feira, 23 de maio de 2016

Passos Coelho, o Deus da Destruição

Variação em cadeia (face ao trimestre anterior)
Passos Coelho continua a demonstrar ser o político nascido na incubadora do Partido com menos vergonha na cara.

Já não bastava ter mentido na campanha eleitoral de 2011 quando disse que não imporia mais sacrifícios aos portugueses e que o PEC4 era demais; já não bastava ter prometido uma redução do desemprego com a aplicação do seu programa plasmado no Memorando de Entendimento, tendo sido "surpreendido" por uma subida abtupta do número de desempregados em 2011 e 2012 e 2013 e que só não foi maior por causa de um vasto programa de ocultação de desempregados (via políticas activas de emprego, devidamente apoiado desde 2011 por uma mudança de critérios estatísticos comunitários) e por uma emigração histórica, bem acima da gerada pela pobreza dos anos 50 e 60; já não bastava ter prometido uma revolução na economia fruto da aplicação da austeridade que nunca aconteceu; já não bastava ter prometido uma reforma de Estado que nunca soube como fazer porque iria afundar ainda mais a recessão e que, por isso, não a fez para querer ganhar as eleições de 2015; já não bastava ter prometido uma reestruturação na banca, paga por todos nós, para - em vez disso e em conluio com as instâncias comunitárias - ter varrido para debaixo do tapete todos os casos polémicos (BES, Banif), para salvar a cara para as eleições de 2015; já não bastava tudo isso e ainda apadrinhou em público e diante das televisões - sabe-se lá porquê... - a triste figura nacional chamada Dias Loureiro, envolvido num triste e escuro negócio do BPN na América Latina de várias dezenas de milhões de euros, pago por todos nós...; já não bastava tudo isso e ainda nos vem hoje dizer que o actual governo destruiu 60 mil postos de trabalho

Soma das variações em cadeia no período entre o 3ºT e o 1ºT do ano seguinte
 Claro que Passos Coelho destruiu muitos mais e por isso deveria ter vergonha na cara. Mas mais do que isso, Passos Coelho esquece - ou não sabe - que o emprego tem um ciclo sazonal. E que se deve corrigir as séries de sazonalidade ou comparar ciclos sazonais com os mesmos ciclos sazonais. Tanto numa versão (grafico 1), como na segunda (gráfico 2), seja considerando os valores oficiais do INE, seja considerando como desempregados (e não empregados) todos os "desempregados ocupados" em estágios e ainda o subemprego (o pessoal que quer trabalhar mais horas do que as que trabalha), Passos Coelho fica mal na fotografia: o papel destruidor de Passos Coelho não tem qualquer comparação. Passos Coelho é mesmo o Deus da Destruição. E pior, muito pior: é mesmo a cara da destruição de uma esperança, da ideia de que é possível trabalhar no nosso país, ter uma vida comum, criar família, ter um futuro à frente, estável e justo. Passos é a cara em Portugal, embaixador efectivo do pior pensamento comunitário, do pior que nos poderia ter acontecido como povo: a desarticulação dos laços intrageracionais (com uma geração em fuga) e a criação da ansiedade como sensação nacional.

Por favor, é tempo do PSD tomar uma atitude.

16 comentários:

JS disse...

O problema é que desmascarar um ex-PM do PSD (PPCoelho ou outros) é tido como discurso a favor do PS.

Assim como desmascarar um actual ou um ex-PM do PS (ACosta ou Sócrates ou outros) é visto como apenas propaganda pró-PSD.

Esta deformação na cultura política em Portugal instaurou-se por desgraça de uma Lei Eleitoral que não permite uma límpida sanção eleitoral personalizada.
A opção eleitoral é uma inútil escolha entre dois sacos cheios de "políticos" e "políticas" gravosas para o cidadão contribuinte ... não funcionário público.
Para não falar na merecidamente autoritária e feliz "União de credores" a dita UE.

A presentemente impune classe de políticos "made in PS e PSD" sobrevive, faustosa e abusivamente, à custa de essa Lei Eleitoral que óbviamente nunca mudarão.
De barriga e ego cheio, nas suas torres de marfim. Merecem respeito?.

António Pedro Pereira disse...

Caro João Ramos de Almeida:
Há dias, no post de R. P. Mamede sobre Schumpeter, deixei esta sugestão que reproduzo completa.
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Caro Ricardo:
Acabo de ler uma notícia sobre o desafio que lhe lancei no comentário acima.
No último trimestre de 2013 o desemprego era de 17%.
Entretanto, a economia crescia a uma taxa muito longe dos 2% que historicamente é considerada necessária para haver criação líquida de emprego.
Como conseguiu o governo Passos/Portas tal milagre?
Com os «ocupados».
Quem eram os «ocupados»?
Pessoas consideradas pelo IEFP como inscritas num Centro de Emprego e integradas num programa de emprego ou de formação profissional.
Segundo a notícia, no final de 2011 eram 30 mil.
No começo de 2013 eram 78 mil.
Em meados de 2015 eram 174 mil.
Como grande parte destes «ocupados» era considerada empregada, a taxa de desemprego descia assim artificialmente.
Agora, como o anterior Quadro comunitário que apoiava essas acções terminou e o actual, o Quadro Portugal 2020, ainda demora algum tempo a produzir efeitos, o desemprego já voltou a crescer.
Veremos se o governo da Geringonça utilizará semelhante estratégia engehosa para nos enganar quando o novo Quadro comunitário produzir efeitos.
Quer confirmar esta informação a apresentar-nos um post esclarecedor sobre o assunto?

A ser verdade esta informação, o Pinóquio está de parabéns por mais esta mentirola.
Nada a que não estejamos habituados desta personagem:
https://www.youtube.com/watch?v=1OhP5592WI4
E o submarino irrevogável também:
https://youtu.be/6KZvuoKsNio
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O R. P. Mamede não correspondeu à minha sugestão, mas o Joâo Ramos de Almeida aborda o assunto.
Mas não se debruça sobre a manipulação Passista/Portista que eu refiro.
Não quer pronunciar-se sobre este aspecto?
Como pode uma economia que nunca cresceu 2% (desde 2011, que é o período em causa nesta discussão) criar emprego líquido?
A pertinência do tema tem que ver não só com a manipulação Passista/Portista como com o futuro do governo da Geringonça nesta matéria.



Anónimo disse...

Passos Coelho (e os restantes neoliberais) quer-nos colectivamente miseráveis e submetidos às sua vontade.

Eles, os neoliberais, são os fascistas da actualidade e na realidade não se importam tanto assim com +- mercado ou +- Estado, o mercado e Estado são meras ferramentas para subjugarem todos aqueles que não fazem parte da classe que eles pertencem.

Espero que a justiça não fique parada e investigue pois o que tem acontecido nos últimos anos neste país ao mais alto nível da governação é caso de polícia!!

João Ramos de Almeida disse...

Caro Manuel,
Já por diversas vezes o mesmo assunto tem sido abordado. Apenas para lembrar aqueles de que me lembro, o Nuno Serra tem apresentado valores do "desemprego ocupado" (grande nome!), embora talvez sem a veemência que pede no seu comentário.

É um assunto interessante e bastante pertinente. As políticas activas de emprego têm sido uma constante. Qualquer governo que lide com os fundos comunitários destinados a essas actividades tenderá a usá-los e a "beneficiar" do seu resultado. Porque não é por acaso que as instituições comunitárias se preocupam tanto com as políticas activas de emprego já que provocam tanto desemprego sem o conseguir absorver.

Mas espera-se que o novo paradigma da polítia nacional - a criação real de emprego - possa inverter um pouco a situação. Pessoalmente, acho que a coisa ainda vai demorar um tanto. Porque, a seguir à inversão das políticas, ainda teremos de resolver o problema das contas externas desequilibradas. E isso prende-se com o nosso papel na Divisão internacional do Trabalho, com questões cambiais, com a nossa posição no quadro das instituições comunitárias. E isso doi muito mais e custa muito mais a atacar.

A ver. Mantenhamo-nos atentos e interessados.

Tentarei não o esquecer nas próximas ideias que tiver.

Anónimo disse...

O PSD (e o CDS com ele mancomunado) não é mais do que uma associação criminosa.

Logo, a atitude que o autor do post pede não compete ao PSD, e sim à sociedade portuguesa, representada pelas suas instituições: a extinção de tal associação criminosa, e o castigo, por via jurídica, dos que, a coberto ou encapotadamente, nela militam ou militaram.

Dias disse...

“… comparar ciclos sazonais com os mesmos ciclos sazonais”

Para além de toda a informação de avivamento da memória relativa à passagem desse mentiroso compulsivo e confrades pelo governo, um deus menor que incitou as pessoas a sair da sua “zona de conforto” enquanto condescendia com a “síndrome da peste grisalha”, fica o conselho: “ Vai estudar, Passos!”

Jose disse...

Há mentirosos que dizem que se podia obter crédito e evitar a bancarrota sem alterar os valores da balança comercial e mantendo emprego.

Há falsários que garantem poder manter emprego durante um ajustamento com a troika.

Há gente ruim que prefere o desemprego a 'políticas activas de emprego'.

Há farsantes que defendem as políticas da geringonça como a mais adequada forma de promover o emprego.

Há negacionistas que perante os resultados da geringonça vão a todo o tempo dizer que o mal vem de trás quando quanto ao PPC sempre o deixam sem herança e autor de dívidas, SWAPS, PPPs e memorandos que outros subscreveram antes dele.

Há má gente na política!

Unknown disse...

Tenho pena que a demagogia da "criação" de emprego pelo estado seja arremessado pelo dão sebastião Costa, pelo P.Coelho e pelos tudologos de cartola. Mentira os empregos "criados # eplo governo são embustes como o da formação profissional para enganar as estatísticas; e custam os olhos da cara. com o beneplácito de muito hipócrita, que sé enxerga com um olho.

Jose disse...

A formação profissional é crítica para o sucesso do país
- Porque mudar de profissão será uma normalidade na vida dos trabalhadores.
- Porque a formação profissional é essencial para a pequena empresa sem autonomia financeira para promover tecnologicamente o seu pessoal.
- Porque entre pagar a inação de um desempregado é maior custo social do que custear a sua formação.
- O estágio profissional, a formação dual, são modos essenciais a evitar a inconsequência de formações provavelmente regidas por gente sem prática em meio industrial.

´Há muitos anos atrás foram criados «centros protocolares de formação profissional» que posteriormente foram praticamente reabsorvidos pelas máquinas burocráticas do IEFP/UE e inevitavelmente colonizados pelo apparatchik político-partidário.

Anónimo disse...

"Há gente ruim que prefere o desemprego"

Pois há. Um deles é o que diz essa frase aí exposta acima e que disse esta frase aí exposta em baixo:
"Quanto aos empregos que se perdem, provavelmente haverá de perder muitos mais"

Claro que as frases foram ditas em tempos diferentes. A primeira data dos dias de hoje.A segunda é dos tempos de chumbo da governação da troika, de Passos Coelho e Portas e havia de justificar o desemprego galopante e urrar por mais

Anónimo disse...

Passos como autor de dívidas, SWAPS, PPPs e memorandos ?

Essa é mesmo de farsante, mentiroso, falsário, ruim e negacionista.

Passos foi apenas um executor troikista. Um miserável lambe-botas ao poder económico. Um traidor de meia-tijela. Um manga de alpaca medíocre,desonesto e vigarista que procurou também lucrar com o saque. O falar deste jeito de Swaps e PPP e memorandos e coisas afins tem que objectivos? Negar a responsabilidade destes instrumentos tão úteis do Capital? Esconder que isto são mimos do bloco central de interesses e que foram responsáveis por uma parte de dívida ilegítima? Que Cavaco conviveu, apoiou , criou, desenvolveu,lucrou com tais mecanismos do Capital sem freio?

Mas que raio de educação teve este tipo do seu papá para assim proceder desta forma tão manifestamente desonesta?

Anónimo disse...

"Há falsários que garantem poder manter emprego durante um ajustamento com a troika."

Chamar falsários aos dignitários troikistas, ao Passos Coelho , ao Gaspar a todos os troikistas internos é forte.

É forte porque a tentativa de reescrever a História esbarra com os factos. Por exemplo vamos ver as previsões da própria Troika (logo secundadas caninamente pelos que a defendiam e defendem)
Um exemplo sobre os desvios das previsões do Memorando de Entendimento (MdE), verificados entre a versão inicial e as posteriores
http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2014/05/ajustar-troika_14.html

Outro exemplo concreto sobre os falsários e sobre os falsários que agora tentam esconder a trampa que defendiam
http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2014/01/o-fracasso-e-as-ilusoes-do-grandioso.html

Será que esta forma de agir foi aprendida na escola privada de Goebbels ou nas acções de contra-informação do estado novo?

Jose disse...

O Cuco sabujo, retoma a sua actividade de truncar citações, torcer e retorcer frases assim demonstrando a mesquinhez da sua miserável existência.

Anónimo disse...

Cuco sabujo? Miserável existência? Truncar citações? Torcer e retorcer frases?
Hum...basta ir ver,lolol.

O confronto com as suas próprias palavras deixa em geral muito desconfortáveis os que se movem por motivos bem sinistros.

E em geral não gostam. Já se habituaram à sua imagem que vêem reflectida ao espelho. Mas detestam que outros vejam a deformidade intelectual e a ausência de escrúpulos. Desta forma tão patente

( e quanto à substância da questão...? Apenas a malcriadice que desgostaria tanto os seus progenitores se.)

Anónimo disse...

Essa estória da formação profissional e a "prática em meio industrial" refere-se à prática da dita formação nos idos de Cavaco quando este deu cabo do nosso tecido industrial, em benefício dos interesses do Capital e da Alemanha?

A colonização pelo apparatchik político-partidário está assim intrinsecamente ligada à actividade do estoriador a defender a parasitação dos que trabalham.
Então e o exemplo da Dinamarca e o do sofá na Bélgica?

A procura de esconder a realidade social, tentando proteger o deus da destruição transpira por todos os poros. E é sumamente patética

Anónimo disse...

Confesso que dá algum gozo observar um troikista convicto, encartado e útil, apelidar como falsários a cagangalhada troikista e os seus serventuários, sejam Passos ou Gaspar, Portas ou Cavaco. Não é que todos eles garantiam a pés juntos e com atestados de virgens seminovas que a troika iria conduzir a uma melhoria laboral?

Os dados dos desvios das previsões dos memorandos devem deixar tão envergonhados e encavacados alguns, que só lhes resta chamar "falsários"aqueles para ver se safam o couro da respeitabilidade.

Mas confessemos que é um eufemismo triste e paupérrimo. E o couro cheira mesmo a material velho e bolorento.