terça-feira, 24 de maio de 2016

Os fundilhos do mundo ao avesso

Passo primeiro: Clique aqui e keep it on repeat enquanto lê.

Passo segundo: Este post é dedicado a todos os que defendem que nada do que se verá no ecran em baixo (e que aconteceu na década de 90 e seguintes) se aplica à realidade nacional; que nada do que se passou em Portugal tem a ver com a venda de papel fraudulento; que nada tem a ver com a volatilidade das operações financeiras, dos mercados de capitais, com a crise financeira de 2007/8 ou com a próxima que há-de vir, fruto da falta de regulamentação do sector financeiro, ao contrário de todas as promessas feitas aos cidadãos do mundo atingidos pelos desvarios desta gente. Mas sobretudo, sobretudo de tudo, este post é dedicado a todos aqueles que por convicções religiosas e crenças económicas estão contra a intervenção pública que possa desincentivar toda a actividade especulativa, mais precisamente contra a imposição de uma tributação sobre cada operação financeira. "Ai impostos é que não, isso dá cabo do mercado...".

Aliás, a propósito de novos riscos, veja-se o que foi deixado pelo Nuno Teles no facebook

Ainda hoje ouvi a Helena Garrido na Antena 1 a falar de como o sistema financeiro quer aplicar as taxas de juro negativas aos depósitos dos clientes, mas não ao crédito que concede. Ou seja, a banca quer pôr os depositantes a pagar para ter depósitos (como se fosse um cofre), sem sofrer com a perda de juros dos capitais emprestados. Tudo porque isso fragiliza ainda mais as contas dos bancos. E Helena Garrido chamou-lhe... o mundo ao contrário, do avesso, quando afinal, se trata do mesmo mundo a rolar, a rolar outra vez, a apanhar todos no seu turbilhão sugadouro de dinheiro.

Às vezes, custa-me usar esta linguagem boçal e imprecisa, mas depois a realidade encarrega-se de me mostrar como sou uma criança mimada.

Pronto. Agora pode clicar aqui.


Trata-se da base teórica de um longo e não muito interessante filme de Martin Scorcese, The Wolf of Wall Street (2013), baseado nas memórias do jovem e milionário corretor Jordan Belfort. Um grande pequeno papel de Matthew Mcconaughey que eternizou a sua técnica pessoal de relaxamento, antes de entrar em palco.

16 comentários:

Jose disse...

Tributação de transacções é tudo que ocorre pensar quando se fala em dinheiro a circular.
Já impôr que a remuneração dos brokers fosse uma comissão sobre o saldo médio do montante investido pelo cliente, não ocorre pensar quando essa foi a regra inicial.
Do mesmo modo porque não retirar os bancos do mercado de acções, que foi o que aconteceu a seguir a 1929?

Regular o capitalismo nunca é o objectivo da esquerda,
Chulá-lo e redistribuir à clientela é tudo a que se propõe fazer.

Anónimo disse...

Regular a choldra do capitalismo?

Ó das 01 e 11,Isso parece um apelo um pouco desesperado a ver se salva a gamela e se mantém o status quo podre e corrupto.

Anónimo disse...

Regular o capitalismo?

E investindo desta forma contra a simples tributação de transacções?

Ó das 01 e 11.Já percebemos até onde vai a sua regulação da choldra.


Anónimo disse...

Regular o capitalismo?

Mas não foi vossemecê que disse que a expropriação das mais-valias sempre existiu e existirá , sobretudo se dirigida para os privados bolsos? Enquanto vociferava contra o Estado e outras coisas parecidas?

Tal como antes um dos seus émulos pré-históricos diria que escravos e senhores sempre os houve e sempre os haverá?
Numa espécie de círculo infernal para manter tudo como está?

Já percebemos o que é esta regulação do capitalismo

Anónimo disse...

Agora o melhor :

"Chulá-lo e redistribuir à clientela"

A quem está este tipo a chamar "chulo"? E quem é a clientela?

Mas sabemos que quem chula o trabalho é o Capital. E que é a clientela é a clientela que este tipo defende. Não é bom partir para outras indagações sobre a origem destes termos no linguarejar quotidiano do das 01 e 11.


Anónimo disse...

Já agora.

Não foi o tipo que fala em chulos e em clientela, que os defendeu, a ambos , na discussão sobre as negociatas entre alguns colégios privados e os contratos de associação promovidos pelo Crato e pelo Passos?

Já percebemos. Este tipo deve adorar esta regulação do capitalismo feita à medida dos chulos e da clientela que preza e que defende.

Anónimo disse...

"o BPN é nada comparado com o despesismo do Estado, supostamente realizado em benefício de todos. E à luz de uma tal suposição que a todos é exigido o pagamento"

Esta defesa cúmplice da fraude bancária e dos mafiosos banqueiros, aqui espelhada nesta comovente e deliciosa frase, é um exemplo da reforma do capitalismo atrás citada?

Mas este tipo que defendia assim o rombo do BPN e os mecanismos e os criminosos envolvidos em tal rombo não era o mesmo que defendia a "regulaçao" do Estado Novo, com a manutenção da Pide e das colónias após o 25 de Abril?

Está compreendida a regulação do capitalismo em cima citada e os chulos e clientes envolvidos

Anónimo disse...

só mesmo o cobarde meio cagalhão zé para me pôr a rir logo de manhã
é mesmo um personagem cómico
não sei como a Pixar ainda não o aproveitou

João Ramos de Almeida disse...

Caro José,
Sabe que está a ser injusto. A esquerda sempre soube conviver com o capitalismo que a respeite. Mas acho que é o próprio capitalismo que devia agradecer a um Estado verdadeiramente regulatório e limitador dos desmandos. É que o curto prazo acaba por se pagar no médio e longo.

Jose disse...

Caro João
Nunca o capitalismo foi desregulado ou os seus teóricos de referência propuseram que o fosse.
E se os critérios morais e a prisão por dívidas são coisas do passado, ainda há Madoffs na prisão e regulamentos até dizer basta.
Quanto à moralidade, tratou a esquerda de o demonizar para além de qualquer retorno.
Quanto aos regulamentos, é como digo, mais tratam os estados em chulá-lo de que em regulá-lo.

Anónimo disse...

Antes do mais esta frase sobre a moralidade (e a sua demonização para além de qualquer retorno)

Isto e com todas as letras é uma idiotice. Uma asneira da grossa. Um daqueles erros que leva ao chumbo do aluno com uma carta para os pais a pedir o seu ingresso num colégio privado.

Porque ignora o que é a moral e a moralidade.Porque aqui não há nem retorno nem não retorno.

Uma indigência ignorante. A raiar os livrinhos de cabeceira de Salazar sobre o tema e paridos nas sombras mais obscuras da sua relação com o cardeal Cerejeira

Anti-Jose disse...

Agora o doente diz que o capitalismo nunca foi desregulado!

Jose vai tomar a medicação JÁ!!

Anónimo disse...

Os regulamentos e os chulos é outro tema curioso.

Porque a questão é que a questão dos chulos não é uma questão moral.É sim uma questão ética. E aqui o que diz a ética no caso vertente?

É que quem fala com a boca cheia e com o à vontade suspeito nestes - os chulos- é quem assumidamente assume a quebra de "regulamentos" (já veremos o que é isto) quando os seus interesses de classe são atingidos.

É este tipo que saúda os offshores como meio de fuga aos impostos.É´este tipo que grita em defesa do comportamento de Soares dos Santos face à fuga fiscal.É este tipo que rebarbativo tem por aí alguns dos piores ataques à lei fundamental do país. E tantos outros exemplos a fundamental a profunda hipocrisia não apenas duma ideologia putrefacta, como também dum carácter ...

Um regulamentador portanto. Um regulamentador, chulo desses mesmos regulamentos, como acontece em geral com tal gentalha

Anónimo disse...

Nunca o capitalismo foi desregulado?

Tretas. Baboseiras

Ah. Mas pelo menos os seus teóricos nunca propuseram que o fosse?

Mais tretas.Mais baboseiras. Até um néscio se apresenta como teórico de referência de qualquer coisa

Uma prisão é fortemente regulada. O nazismo foi e é fortemente regulador. O que está em causa vai muito mais longe que a regulação ( vejam-se as regulações que agora se negoceiam entre a UE e os EU). O que está em causa é quem impõe tais regulamnetos E a quem servem estes regulamentos.

Quando este tipo, o jose, defendia a Pide, estava a defender os guardiões dos regulamentos do fascismo. Do capitalismo . Regulado e desregulado sempre que tal era do interesse do Capital.

Anónimo disse...

Depois é francamente dum mau-gosto - a lembrar a conversa sobre os chulos e os ditos chuos- atirar com o nome de Madof como justificação para o que quer que seja.

Que vá ler. Sobretudo os demasiado grandes para cair. E as consequências daí resultantes

Ah. Alguns dos heróis da extrema-direita, como Reagan ou Thatcher tiveram uma enorme responsabilidade na presente situação. Regulamentaram a desregulamentação. Até ao sítio onde queriam

Anónimo disse...

A questão dos regulamento e do seu cumprimento ou não tem muito que se lhe diga.

Os regulamentos servem para o que servem e só são respeitados pela classe no poder se estes regulamentos a esta classe forem favoráveis.
Como se vê quotidianamente. Perante a perspetiva de redução da sua taxa de lucro o Capitalismo não hesita perante nenhum crime (Marx), lançando os países se necessário no caos económico e social, recorrendo ao terror fascista e à agressão imperialista. E recorrendo a todo o atropelo "regulamentar". Veja-se o exemplo do Iraque.

Por isso é a própria oligarquia a primeira a quebrar as próprias leis se tal for do seu interesse e do interesses dos seus lucros. E a lei que devia proteger os mais fracos é sempre uma lei de classe que, embora por vezes traduza uma correlação de forças diferente, é manifestamente ultrapassada quase sempre se interesses maiores assim o impuserem.
Os interesses do grande poder económico, os interesses do imperialismo, os interesses dos grupos que os servem
Por cá basta lembrar os "regulamentos" quebrados pelo governo com a redução dos salários e das pensões. Ou com a conversão da dívida privada em dívida pública