domingo, 12 de abril de 2015

Para que não passe despercebido

Já que toda a gente se mostra preocupada com o enorme crescimento das desigualdades, por que é que esta análise do Fundo Monetário Internacional (FMI) passou despercebida? Terá sido por causa das suas conclusões? Num estudo apresentado em Março último, dois economistas oriundos deste templo do liberalismo salientam «a existência de uma ligação entre a queda da taxa de sindicalização e o aumento da parte dos rendimentos mais elevados, nos países avançados, durante o período 1980-2010». Como explicam eles esta ligação? «Reduzindo a influência dos trabalhadores nas decisões das empresas», o enfraquecimento dos sindicatos permitiu «aumentar a parte dos rendimentos constituída pelas remunerações dos altos dirigentes e dos accionistas». Segundo estes economistas do FMI, «cerca de metade» do aprofundamento das desigualdades que os liberais tradicionalmente preferem atribuir a factores impessoais (globalização, tecnologias, etc.) decorreria do declínio das organizações dos trabalhadores. Será isto surpreendente?

Serge Halimi, Elogio dos sindicatos, Le Monde diplomatique - edição portuguesa, Abril de 2015. Já que isto está tudo ligado numa perversa economia política, cruzem isto com isto - PSI20: Máquinas de distribuir dividendos aos acionistas.

17 comentários:

Anónimo disse...

Que bonito.
Mas falta aqui um comentário do José.

Anónimo disse...

Na mouche
( e uma gargalhada ao ler o comentário do anónimo das 13 e 52)

De

Jose disse...

Inteiramente de acordo.

Essa uma grande 'dívida' que os trabalhadores têm para com a esquerda política, promotora das políticas de LUTA inconsequentes, desajustadas e ao serviço de uma classe política treteira e livresca até ao vómito.
Veja-se o horror que lhes causa o modelo alemão onde essa partilha funciona a níveis visíveis na Auto-Europa mas que nenhum sindicalista da treta aponta como exemplo.
Um nojo.
Veja-se também a entrevista da Lagarde ao El Pais de ontem.

Unknown disse...

Os exemplos dados pelos sindicatos que vivem das empresas publicas "nossas" ou das escolas publicas "nossas" tambem tem influencia na fuga dos sindicatos. Pessoalmente conheço varios trabalhadores que não se sentem representados por decisões muito discutiveis olhando apenas para o componente de trabalho e que se desligaram de vez.

Anónimo disse...

Dito e feito.Eis o comentário esperado.

Obrigado a um "inteiramente de acordo" a cheirar a óleo de ricino ,jose mostra afinal que o seu acordo está reduzido a um hábito alemão- a auto-europa -

O resultado é este:
A "promoção da luta" (esta linguagem mercantil que denuncia hábitos e costumes), e em que a Luta é referida aos berros pelo jose, é o modelo que lhe causa engulhos e nojos.

" o enfraquecimento dos sindicatos permitiu «aumentar a parte dos rendimentos constituída pelas remunerações dos altos dirigentes e dos accionistas".

Para jose o enfraquecimento dos sindicatos deve-se ao facto destes se recusarem a...render-se. A mesma leitura estapafúrdia, redutora, desesperadamente ignorante e selvaticamente ideológica de alguém que há dias tentava vender a ideia que
O capitalismo não se alimentava do desemprego, porque o desemprego motivava uma renúncia à exploração.
( não se riam por favor)

Na mesma onda podemos então aspirar ver os joses desta vida assegurar que o crescimento exponencial do desemprego determina e determinará o crescimento da força sindical e das reivindicações dos trabalhadores

O que dizer de tal tipo de argumentário? Que se desenrola paralelamente ao convite à colaboração com os que a cada dia que passa ficam mais ricos. Talvez um convite obsceno a seguir as obscenidade da UGT mais as suas negociatas torpes com a governança, com os resultados que se viram e vêem.

Não, este tipo de pieguices a tentar esconder a realidade não é uma treta. É também seguramente isso ,mas é muito mais do que isso.
E é seguramente um nojo

De

Anónimo disse...

Quanto a Lagarde, esse espécimen invocado pelo mesmo sujeito...

A lagarde não é a directora do FMI? Pertencente à troika externa? A tal que se conluiou com a troika interna e nos conduziu a este pântano imundo em que nos encontramos?

E não é o dito sujeito que assim a cita um apoiante entusiasta da troika? Um desmedido e inusitado proclamador das virtudes da troika e da necessidade de se ir ainda mais longe que esta?

A lagarde o que diz?
Diz que dá muito valor às forças dos mercados, fala no esbatimento das desigualdades ( temos aqui o exemplo, aqui e em todo o lado em que o FMI deitou as garras) e fala que o capital deixa margem para a renovação...da mesma forma que a austeridade contribuiu para a riqueza...(sobretudo dos mais ricos...como também se constatou).

Um pormenor sórdido na entrevista da dita dirigente troikista.É quando ela fala na corrupção. Ela logo ela, que foi acusada formalmente pela justiça francesa de negócios pouco claros e "negligentes" aqui há meia dúzia de meses, quando era ministra de Sarkozy.

Um nojo

De

Anónimo disse...

O que me espanta é que ainda haja quem responda ao Jose
O Jose não engana ninguém...os seus argumentos (?) são intelectualmente desonestos e a sua sabujice é um "nojo". Nem sequer, com ele, existe a necessidade de desmontar argumentação porque o Jose diz tretas que nem ao nível de argumento chegam.
Ele tem ejaculações precoces com a atenção que aqui lhe é dada.
Deixemos o sabujo com o relevo que merece - em silêncio, no seu canto, a roer o osso jogado pelo dono

Jose disse...

Tudo que seja dissonante dos mantras que mantêm uma esquerda intelectualmente indigente num letargico estado de auto-satisfação, provoca a reacção típica de alguém a quem interrompem a sesta.

Exploração, luta, pão...
Terra a quem a trabalha...
Os mantra do sindicalismo absentista do trabalho e que sabe nada de negócios coisa desprezível para a sua sensibilidade social que recusa que são os negócios que criam e remuneram trabalho.
Uma espécie de fisiocratas retardados.

Anónimo disse...

"Sabe de negócios"...e ouve-se alguém a tentar puxar da máquina de calcular.
Exactamente o mesmo fulano que dava graças pela concentração da riqueza em cada vez menor número de mãos. Ou que louvava a fuga ao fisco do soares dos santos.Ou que atribuia o "desvio" à norma do Ricardo salgado ao facto do cavalheiro ter sido previamente "roubado".

É bom lembrar tais factos, é bom lembrar o aumento das desigualdades sociais, é bom lembrar que empobrece quem trabalha, enquanto uma minoria enriquece cada vez mais. Sobretudo quando ouvimos também um tipo falar em "absentismo sindicalista", com saudades do tempo em que o sindicalismo era proibido.

Porque para estes tipos qualquer obstáculo à rapina é um problema.

E ainda têm a a lata suprema de dizer que os "negocios" é que criam trabalho,inspirados nas negociatas dos seus amigos oliveira e costa, e relvas e passos e cavaco e salgados.

Quem cria riqueza é quem trabalha.Não são os que se apropriam do trabalho alheio, como os negociantes de "negócios" tão do agrado dos que vivem à sua custa

Jose disse...

Afoba-se DE e esquece-se de assinar; como sempre se esquece de referie que trata como citações as suas especulações sobre o que eu possa escrever.
Não é questão de feitio, é questão de carácter ou mais precisamente de falta dele.

Anónimo disse...

O sr jose diz que me esqueci de assinar.

Um facto. O esquecimento aqui registado, confirmado e datado.

Tal como reafirmado tudo o que escrevi sobre o negado por jose.

Apenas a proximidade do acto eleitoral obriga a dar o dito pelo não dito?


Quanto alguém que invoca a "questão de carácter" é exactamente o mesmo que invectiva deste jeito quem não segue os ditames da troika( cito ipsis verbis ):
"Às bestas serve-se a força bruta se forem insensíveis a outros meios"

ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2014/12/se-te-mexes-morres.html?m=1

ficamos cientes que estamnos conversados sobre o "carácter" e sobre outras coisas mais do referido jose

De

Anónimo disse...

Alguns exemplos concretos do vero carácter de JgMenos/jose:

A acumulação (Benvinda) do capital e o elogio néscio da riqueza desbragada:

"Uma coisa te posso garantir: os ricos não comem o que ganham e muito menos o que têm; e é essa a sua utilidade!"

"Se um rico não fica mais rico é porque nunca o foi ou fez asneira.
Ser rico é ser incapaz de consumir o que lhe rende a fortuna".

Quanto a soares dos santos e a fuga ao fisco deste:
"Se enganou alguma vez o fisco - o que é muito provável - não lho levo a mal, porque conhecendo que no destino dos impostos se inclui o sustento de muito corrupto e muita malandrangem, tenho-o por medida de legítima auto-defesa"

Quanto às saudades do tempo da proibição sindical:
"dos avós souberam que já houve em Portugal governos com gente proba e com sentido de Estado e de Nação; mas eram ‘fascistas`

De

Anónimo disse...

A propósito deste bom texto de Pena Preta:
" Quando Salgado se esqueceu de declarar no IRS pela terceira vez pequeninas somas que tinha no estrangeiro , o Governador chamou-o para opinião pública ver , mas continuou a considerá-lo idóneo para continuar como banqueiro…e quando foi descoberto o também pequenino prejuízo , a tal "enfermidade" do contabilista , como lhe chamou Salgado , o governador continuou a considerar este senhor como idóneo para ser banqueiro. Fantástico . Como prémio merece ir para o BCE tal como o Vítor Constâncio!"

Acontece que este mesmo Salgado foi alvo duma comovedora homenagem e defesa da sua posição na vida, da sua posição económica, da sua condição de legítimo proprietário das imensas riquezas recebidas(" o direito ao retorno" assim escrevia JgMenos

E concretizava:
"Sabe porque é que essas antigas famílias regressaram ao poder económico?
Umas indeminizações ajudaram, mas no essencial têm crédito porque são credíveis – ia dizer que sabe gerir e honram os seus compromissos, mas honra já vi que é coisa em grande descrédito!

Estávamos em Março de 2013.

Depois foi o que se viu.E o que se vê

De

Jose disse...

«ficamos cientes»
Não sei a que plural se refere, eu por mim dirigia-me a bestas.

A honra como sustentação do acesso ao crédito vem-se esbatendo na medida em que a sociedade priveligia valores que a menorizam.
Juntem-se as leis que tudo branqueiam como a sempre ignorada suspensão do 35º da Lei das Sociedades.

Quanto a justificar as 'citações' - NADA!

Anónimo disse...

A enormidade bestial de jose não permite esconder o facto

Está no link acima referido.Por isso jose sabe a quem se dirige. E sabemos todos nós.
(que diacho, um pouco de verticalidade)

Estamos assim cientes do facto. O dicionário pode ajudar se necessário.


O artigo 35 referido até à exaustão pelo jose já foi aqui escalpelizado bastas vezes. O ridículo da questão é que foi suspenso pelo cavaco no ido ano de 86. Jose numa manobra no mínimo desonesta tentou fazer crer que tal tinha sido da competência da assembleia da república. Não foi o caso e a responsabilidade cabe por inteiro a cavaco e ao seu governo. O mais do resto é ler por aí para perceber duas coisas:
- a futilidade de tal argumento
- a insistência absurda no tema que leva a pensar seriamente do propósito do jose em "esquecer" o tema do post ou seja "o elogio dos sindicatos"


Percebe-se o incómodo manifesto do sr jose quando confrontado com as suas próprias afirmações. Quer justificações. Quer que nos esqueçamos que ao ódio aos sindicatos, jose coloca em cima da mesa o amor pelos tempos da outra senhora.Quer que escondamos o ódio de quem chama bestas aos demais. Que soneguemos a informação admirada, subserviente, obrigada e laudatória ao salgado. E que rasuremos a solidariedade de compincha na fuga aos impostos doutra personalidade pela qual jose não consegue esconder a sua admiração.

Infelizmente as palavras testemunham o modo de pensar e de ser. Também o carácter ( jose nem percebe que quando fala em "falta dele" está a dizer outro disparate e a mostrar a sua ignorância sobre o tema, repetindo puerilmente floreados de "literatos").

E não ,não vale pena agora citar mais barbaridade do jose. O tema é mesmo o exposto pelo autor do post e tudo isto cheira a manobra tosca com intuitos bem precisos.

A proximidade do acto eleitoral aliado a uma falta de postura cívica obrigará a estas "cenas"?

De

Jose disse...

Voltas para o canto, desonesta criatura.

Anónimo disse...

?

A questão não é nem o canto nem os cantos (dos Lusíadas) que sua exª a veneranda personagem por quem o sr jose tem uma ternurenta cumplicidade ainda anda a contar.

A questão é mesmo a constatação que "o enfraquecimento dos sindicatos permitiu «aumentar a parte dos rendimentos constituída pelas remunerações dos altos dirigentes e dos accionistas»"

O confrontar outrém com as suas próprias palavras e a sua verticalidade (ou não) são motivos colaterais ao debate.
Embora não deixem de ser significativos

De