quinta-feira, 2 de abril de 2015

É, mas não creio que seja

(É, mas não creio que seja em duas fotos do mesmo encontro...)

O Financial Times divulgou ontem o último documento do governo grego para os chantagistas europeus que passam por parceiros. Nele se indica um cenário macroeconómico de recuperação surpreendentemente duplicada face às previsões institucionais, 2,9% de crescimento este ano, comprometendo-se à boleia desta e do rápido combate à evasão fiscal com um saudável aumento da despesa social de cerca de mil milhões de euros e com uma muito pouco saudável duplicação do excedente orçamental, em linha com a tralha regulatória inventada pelos credores e colocada em tratados. O excedente passaria então para mais de 3% do PIB, o dobro do que chegou a ser aventado como objectivo para uma variável endógena. O crescimento esperado funcionaria como a variável exógena essencial para atenuar/adiar conflitos sociais, neste caso com uma coloração nacional altamente relevante. O resto é um relativamente vago social-liberalismo, espero que para chantagista europeu ver, feito, por um lado, de privatizações numa passada mais cautelosa e de reforço da regulação conforme aos mercados e, por outro lado, de recuperação modesta da protecção social e eventualmente laboral, sendo que este é o lado que o Euro está destinado a erodir. Isto só será aceite, friso, na hipótese de que todos querem, por razões diferentes, comprar tempo, tentando manter o desequilíbrio político. É isto? É, mas não creio que seja...

1 comentário:

Aleixo disse...

Vamos lá ver, se o governo grego

terá a desvergonha,

de decidir contra o programa apresentado aos cidadãos,

sem REFERENDAR.


Tenhamos...Fé!