Já sabiamos que a crise é uma oportunidade para a economia austeritária. Pedro Santa-Clara, detentor da cátedra Millenium-BCP de finança da Nova, que já antes tinha feito uma sonsa apologia do FMI, defende agora, em entrevista ao Negócios de hoje, a privatização da CGD, a par da venda dos principais bancos a estrangeiros. Uma das formas de “ultrapassar” o problema da dívida externa, diz ele. Na realidade, trata-se de uma política míope, que imita e antecipa o serviço que o FMI gostaria de fazer ao capital financeiro estrangeiro, entregando-lhe a CGD e o que mais houver de bandeja. Isto quando, da Europa de Leste à Argentina, são conhecidos os efeitos desastrosos das privatizações bancárias e do controlo do sistema financeiro por grandes conglomerados financeiros estrangeiros. Quando há crises, os países ficam muito mais expostos às decisões destas multinacionais, que obrigam as suas filiais a súbitas e mais intensas contracções do crédito, ao mesmo tempo que os Estados perdem ainda mais a capacidade para controlar o seu sistema financeiro.
Publicado no Arrastão
5 comentários:
Agora fiquei bem preocupado. Assim que ouvi o Dr. António Borges, quando chegado ao seu novel cargo no FMI, «deitar abaixo» a banca Portuguesa, pensei e concluí que deviam querer «apanhá-la». Começo a sentir-me uma espécie de Zandinga*.
*Com todo o respeito, que este Sr. já faleceu.
Esta Faculdade de Economia é uma vergonha!
7 a 9 mil milhões de euros potenciais é dinheiro
a Carris e a maior parte dos bancos
estiveram durante décadas nas mãos de capitalistas externos ao país
deixar a administração do condomínio a gestores mais capazes pode compensar
o actual sistema é que é pouco compensador
quando um banco assume as dívidas e créditos incobráveis de outro...
se 49% do capital não fosse do estado decisões ruinosas deste jaez dificilmente ocorreriam
"deixar a administração do condomínio a gestores mais capazes pode compensar"
Parece economicamente eficiente mas na prática os gestores de condomínio são com frequência óptimos a administrar apenas os seus interesses imediatos, deixando os condomínios pior do que os encontraram.
Sábias palavras, Carlos Albuquerque e com provas reais por esse mundo fora como provam as falências de bancos e seguradoras nos EUA por ex! Preocuparam-se de tal forma com os seus interesses imediatos que levaram os bancos à falência!
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