quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Parcerias público-privadas: nota histórica


As parcerias público-privadas foram “inventadas” pelo governo conservador de John Major em 1992 (private finance initiative). Como não podia deixar de ser Tony Blair achou que eram muito boa ideia e insistiu. Vários partidos socialistas e sociais-democratas (convertidos à terceira via) haveriam de ser contaminados. Um destes dias essa febre passa-lhes.

7 comentários:

F. Penim Redondo disse...

Vendo bem todo a actividade do Estado é uma parceria público-privada.

Sem actividade privada não haveria receitas para o Estado e este ficaria reduzido a nada.

As grandes obras com que os estadistas entram para a história não existiriam sem os impostos do sr. Fernandes da mercearia da esquina e do seu marçano Gabriel.

Politikos disse...

Ainda irei assistir a isso... Só que entretanto, ficam as facturas...

Rui F disse...

F Penim Redondo

convenhamos que estas PPP's à Portuguesa rebentaram literalmente Portugal, ou não?

Já reparou que a divida Publica deve-se na sua esmagadora maioria ás PPP?
Acha bem deixar um fardo desses aos seus netos, que nao tiveram voto na matéria?

F. Penim Redondo disse...

Rui F

eu apenas chamei a atenção para os perigos da visão antropomórfica do Estado. O dinheiro do Estado é o nosso dinheiro.

Não há dinheiros públicos se não tiver havido antes dinheiros privados. Portanto a discussão não deve ser público contra privados.

A discussão deve ser sobre quem são os privados que pagam os gastos do Estado e quem são os privados que o parasitam.

Rui F disse...

F. Penim Redondo

Certo.

Eu juntaria igualmente os parasitas políticos que se serviram do Estado para dar o salto para o privado. Não tenho dúvida que é bastante mais pernicioso passar do estado para o privado do que o contrário.

Pedro Viana disse...

Caro F. Penim Redondo, lamento mas o seu raciocínio está errado. Genericamente e na situação actual, sem actividade privada não haveria receitas para o Estado, **e** sem Estado não haveria actividade privada.

Na situação actual poucas receitas teria o Estado se não houvesse actividade privada, porque o Estado abdicou de ter actividade produtora de bens transacionáveis. Não que defenda tal sistema, mas nas antigas republicas socialistas praticamente não havia actividade privada, mas mesmo assim não faltaram "grandes obras com que os estadistas entram para a história". Se a actividade privada se recusasse a pagar impostos, o Estado teria que retomar a produção de bens transacionáveis.

Por outro lado, a produtividade da actividade privada ficaria reduzida a cinzas se não houvesse Estado. Não havia polícia, sistema de justiça... era cada um por si. Já imaginou Portugal transformado em algo pior do que a Somália, onde pelos menos há uma estrutura débil que tenta passar por Estado? Continuaria a haver actividade privada na ausência de Estado, sem dúvida, mas não seria exactamente o mesmo tipo de actividade privada que hoje existe, pois não?...

F. Penim Redondo disse...

Pedro Viana,

claro que eu estou a falar da sociedade que temos aqui e agora.

Volto a dizer que me limitei a recusar que se fale do Estado em Portugal como uma entidade económicamente independente, que produz dinheiro para nos dar.