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Em qualquer caso, a oportunidade do tema é incontestável e a sua importância na actualidade consubstancia-se numa palavra: desemprego. A perda do emprego representa quase sempre uma queda abrupta nos rendimentos familiares. Quase metade dos desempregados em Portugal não recebe subsídio de desemprego. O afastamento prolongado da actividade laboral (que atinge valores particularmente elevados em Portugal) contribui para a perda de competências (dificultando o regresso ao emprego e conduzindo à perda de rendimentos no momento do regresso) e, em muitos casos, produz efeitos negativos a prazo nos restantes elementos do agregado familiar (por exemplo, contribuindo para o abandono escolar precoce dos filhos de desempregados). Estes são alguns dos factores que explicam que a incidência da pobreza entre desempregados seja sempre muito maior do que na média da população (em Portugal os valores em 2005 eram de 29% e 19%, respectivamente).
Com o desemprego a aumentar de forma preocupante (já ultrapassou os 10%, segundo o Eurostat), um dos grandes contributos que a comissão responsável pelo Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social poderá dar ao país é o de alertar para a necessidade de ter este problema no topo das prioridades das políticas públicas. Ou seja, o de lembrar que há vida para além das agências de rating.
1 comentário:
Isso, uma vigilia á porta da casa da musica e uma romaria á Cova da Iria.
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