segunda-feira, 27 de julho de 2009
Pobreza e escolhas políticas
Os últimos dados do INE sobre os níveis de pobreza ilustram as consequências das escolhas políticas. Comecemos com as boas notícias. Registou-se um decréscimo dos níveis de pobreza entre os reformados. Mesmo assim, mais de um quinto vive na pobreza. O complemento solidário de idosos terá contribuído para os resultados positivos, mas modestos, num país onde cerca de 80% dos reformados da Segurança Social não ganham o equivalente ao salário mínimo. Passemos às más notícias. A taxa de pobreza aumentou entre os que trabalham e entre os que estão desempregados, o que faz com que globalmente se mantenha nos 18% em 2007, último ano do inquérito do INE. A minha crónica semanal pode ser lida no i.
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16 comentários:
Uma pergunta: o que fizeram estas pessoas durante a sua vida activa para planear a sua reforma?
Posso começar a deixar de deduzir para a segurança social e contar com um complemento solidário também?
Deixa-me adivinhar:
o Filipe Melo Sousa tem menos de 30 anos e nao sabe historia de Portugal no seculo XX?
precisamente por saber da história não me esqueço que o presente das pessoas que referi é consequência de escolhas passadas. por isso volto a perguntar: o que foi que estas pessoas fizeram no passado para melhorar a sua condição económica hoje?
Está confirmado, abrunho, o Filipe Melo Sousa não sabe mesmo da história de Portugal no século XX.
continuo sem ver os ditos descontos e PPR ;) cada um tem aquilo que merece. ou neste caso: mais
Filipe, muita desta gente foi vitima da estratificação social forçada a que as classes mais altas gostam de votar as mais baixas. Uma educação pobre com programas obsoletos, uma vida na lavoura que era iniciada por volta dos sete anos, uma endémica falta de aposta nas pessoas, isto são factores que contribuíram para os 80% de reformados abaixo do salário mínimo.
Não foi apenas uma questão de preguiça ou irresponsabilidade que levou muita gente a não fazer descontos. Ignorância e uma vida de pobreza também levam a isso.
Não deixa de ser desolador ler pessoas como o Filipe, que falam como se a pobreza fosse uma opção pessoal.
Como se as "elites" não influenciassem o poder político para a manutenção de um imenso mar de gente pobre e ignorante que proporcione um fluxo constante de mão de obra barata e pouco reivindicativa.
É a mesmo que estar de pé em cima de um individuo e perguntar-lhe porque é que ele não se levanta.
Mas enfim Filipe, já deixava de ser o Strawman randiano destas bandas. :)
"educação pobre" - não percebo: alguém lhes confiscou o dinheiro das propinas?
para além da eterna ingratidão daqueles que recebem avultadas somas em educação e habitação social, por parte dos restantes contribuintes, somos prendados com a irresponsabilidade na gestão da sua reforma.
até onde temos de sustentar formas de vida parasitárias?
""educação pobre" - não percebo: alguém lhes confiscou o dinheiro das propinas? "
Caro Filipe,
Se continua com argumentos desse calibre então não quer de facto debater a sério.
Sabe qual a envolvente social em que a maior parte dos reformados de agora viveram? Sabe o que é ter vivido e trabalhado a maior parte da sua vida de forma precária porque o dinheiro fazia falta para comer mas "a patroa não põem na caixa"?
Pode atirar os argumentos objectivistas que quiser, mas enquanto o faz agradeça ter nascido numa família que apesar de ter falhado completamente em incutir-lhe algumas noções de Humanidade e Compaixão lhe proporcionou uma base estável para prosseguir a sua educação e até teve tempo livre para ler Atlas Enxugados e outras Fontes... :)
Sabe qual a envolvente social em que a maior parte dos reformados de agora viveram?
Ora essa, cada um sabe da sua vida. Somos indivíduos racionais e soberanos. Não tenho culpa do que os pais dos outros não proporcionaram. Não me ralo minimamente. Com a miséria dos outros posso eu bem.
"Não tenho culpa do que os pais dos outros não proporcionaram. Não me ralo minimamente. Com a miséria dos outros posso eu bem."
Obviamente é livre de pensar assim. A Sociedade acomoda até indivíduos anti-sociais que não conseguem compreender o motivo pelo qual, em algum ponto no tempo, os seres humanos acharam que era boa ideia viverem em grupos onde o risco era dividido por todos.
Essa colaboração, empatia, entre-ajuda fez-nos algum jeito nos últimos 150 mil anos. Mas se calhar a Ayn Rand tem razão: a partir de agora o Egoísmo é que nos vai levar a outros 150 mil anos de prosperidade e felicidade. :)
permita-me que o corrija no seu conceito de "social" e "anti-social". existem sociedades em que os indivíduos se relacionam livremente, e apenas quando existe interesse comum, e não de forma coerciva e parasitária.
calculo que quando era criança e faziam-se festas de anos considerava "social" aquele que não escolhia apenas os seus amigos para convidar
"permita-me que o corrija no seu conceito de "social" e "anti-social". existem sociedades em que os indivíduos se relacionam livremente, e apenas quando existe interesse comum, e não de forma coerciva e parasitária."
Perfeito. Diga-me uma.
acabei de dar. por acaso convidei-o para o meu jantar de anos hoje a noite?
Mas de que tipo de Sociedade está a falar?
Eu refiro-me aquelas Sociedades que normalmente se organizam em nações.
E você? Chama Sociedade ao seu grupo de amigos?
Mas a pergunta que se impõe é: pretende um debate sério ou só poluir a caixa de comentários com boutades desse calibre?
É que se é o segundo, então eu paro de lhe responder. Se é o primeiro, então esforce-se um pouco mais, por favor.
não me vou esforçar, como é óbvio, em proveito dos seus argumentos ;)
mas ponha os seus argumentos em prática, ser "social" é baixar as calças e dar livre passe a quem se quiser habilitar - a troco de nada
:)
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