Giovanni Arrighi, um dos mais destacados economistas políticos da actualidade, morreu há duas semanas. Discípulo da tradição intelectual dos “sistemas-mundo” de Fernand Braudel e Immanuel Wallerstein, Arrighi escreveu alguns dos mais provocantes e originais livros sobre a economia mundial dos últimos anos.
Dado o momento de crise financeira que hoje vivemos, vale a pena destacar o “Longo Século XX” de 1994, escandalosamente não traduzido em Portugal. Neste livro, Arrighi argumenta por um interpretação do capitalismo como sucessão de ondas longas de acumulação de capital, que, desde o século XVI, são marcadas na sua fase terminal pela expansão financeira, normalmente antecipadoras de novas hegemonias mundiais (Veneza, Génova, Holanda, Reino Unido e EUA). Assim, não é surpreendente que os seus últimos trabalhos se tenham focado no papel da China enquanto nova potência hegemónica nesta era de financeirização da economia.
Para quem quiser saber mais sobre o seu percurso intelectual, vale a pena ler esta entrevista ao geógrafo David Harvey na New Left Review, revista que também acaba de perder um dos seus mais destacados editores, Peter Gowan.
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4 comentários:
Será que nenhum dos eminentes economistas deste blog ainda não saiba o que é ou donde vem o dinheiro? As sebentas da faculdade ainda falam mais alto? O pensamento único teima em permanecer?
Oh Diogo! Mas que pensamento unico? Vai mas e' dizer isso para a Universidade Catolica ou para a Universidade Nova que dao mau uso ao significado do termo universidade: "Uma universidade é uma instituição pluridisciplinar de formação dos quadros de profissionais de nível superior,de pesquisa,de extensão e de domínio e cultivo do saber humano".
Nao tes esquecas quem foram os responsaveis pela actual crise. A meu ver foi o pensamento unico ao estilo das ciencia exactas que se ensina nas Universidades Assumidamente de Direita e de influencia religiosa que falam de teorias alternativas ao seu pensamento unico em aulas de Historia ou em tom jocoso de quem esta a dizer uma utopica gracinha.
Olá!
Este é meu primeiro comentário, apesar de já acompanhar o Ladrões... há algum tempo.
Só gostaria de indicar que há edição em português do famoso livro de Arrighi, só que publicada no Brasi, pela editora Contraponto.
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