Naturalmente não subestimamos a importância de a Constituição as ter consagrado no plano legal – porque até aí era tudo provisório, o próprio regime era provisório –, mas não foi a Constituição que deu essas conquistas, que deu a Reforma Agrária, a independência das mulheres, os direitos das mulheres, o direito de reunião e de associação, de manifestação. Foi a própria luta (...) Por exemplo, o 1.º de Maio em 1974 é, pela primeira vez, feriado (...) O Spínola não queria que fosse feriado. Quando a Intersindical e a Comissão Democrática Eleitoral (CDE) vão falar com o Spínola, ele nega completamente. Só que alguém lhe assoprou ao ouvido que era melhor ceder nisso porque ia mesmo ser feriado. É por isso que o 1.º de Maio foi uma conquista de Abril: foi imposta. O feriado do 1.º de Maio é talvez a primeira conquista de Abril (...) A burguesia liberal não queria aprofundar o derrube da ditadura com a liquidação do fascismo. Tudo o que era popular cheirava a revolução. Não queriam acabar com as estruturas que sustentavam o fascismo. Não foi ela que marcou o ritmo da Revolução de Abril.
Aos 85 anos, Domingos Abrantes, o heróico Conselheiro de Estado, foi entrevistado pelo AbrilAbril.
Aproveito para lembrar que os burgueses ditos “liberais”, agora herdeiros de Passos Coelho e da troika, os que não suportam as marcas que a nossa Constituição ainda transporta dos meses libertadores em que avançámos décadas, andam por aí a promover noções enviesadas de liberdade, à boleia de propaganda cool ou reacionária. Sim, Iniciativa Liberal e Chega são duas faces da mesma moeda única: olhem para os programas socioeconómicos e para os interesses que servem.
12 comentários:
Ganhar feriados foi uma das grandes conquistas.
Salário sem trabalho é bandeira com forte apoio de quem tem patrão.
Extorquir a riqueza que provem do trabalho é a asneira, em que o José insiste como lacaio do patrão, ou charlatão tanto dá...
Sara, sempre fui patrão - pela maior parte do tempo de mim mesmo.
Em todo o tempo, nem horário nem calendário.
Quanto a extorsão, vai mais do carácter (esse valor silenciado) do que da condição laboral.
Tudo muito mais fácil se medido entre quem dá ordem de pagamento e quem assina o recibo!
«...sempre fui patrão - pela maior parte do tempo de mim mesmo.»
Ou seja, sempre fui um privilegiado, um riquinho, com muito desprezo pelos pobres e os que lutam por melhores salários. Não é assim, patrão Jose?
...coitadinho nunca fui, e ser patrão, mais que privilégio é responsabilidade de que sempre me orgulhei de assumir.
E não é a pobreza que faz o coitadinho; sempre os houve em toda a escala de rendimentos, mas nunca como agora se sentem justificados: ou é pela renda, ou pelas mais diversa insatisfações (próprias, alheias, englobantes) ou, em desespero de causa, nada como uma crise psicológica ou de identidade.
A luta por melhores salários vai tratada em comentário a post vizinho.
Jose e o desprezo por todos aqueles que não têm, não conseguem e acabam por ser os desfavorecidos de uma sociedade desigual, onde os mais ricos vingam. Para Jose não há contemplações por essa tal classe de «coitadinhos». A maior resposta de Jose e ditos «Joses» é ser cruel e desumano.
Desumano é fazer dos humanos um bando de coitadinhos auto complacentes, que cultivam as sua debilidades e fracassos como obra que sempre lhes é estranha.
Desumano é não fazer da diferença um instrumento de realização do bem comum, em defesa de uma igualdade que é a negação da humanidade.
Desumano é não proteger os fracos por exauridas as forças a proteger todo o cão e gato.
Jose e as suas contradições, como ser humano.
O seu último comentário é uma confusão de palavras que não explica a própria mentalidade de quem se tenta desculpar de atos e palavras, tanto aqui, como em «Manifesto 74».
A desumanidade de Jose e ditos «Joses» está em não saber sentir e perceber o que vai para além deles próprios. Jose é o seu espelho e o seu próprio labirinto, exercido aqui em caixas de comentários que nada esclarecem sobre o autor.
Porém, há evidências e confirmações que Jose defende os patrões, ataca os trabalhadores (inclusive, chama de fracos aos que reivindicam por melhores salários), ataca as greves, defende grandes senhorios e proprietários, ataca os arrendatários que pedem por rendas a preços acessíveis.
José pode ser um labirinto de palavras e contradições, como também é um charlatão, um falso, um inconsequente, tal como os políticos e senhores que tanto admira e gosta que fazem parte de todos os partidos e grupos de direita e extrema-direita.
Aos clamores e pedidos de atenção deste Jose, lidos em dezenas de comentários enviados para «Ladrões de Bicicletas», leia-se as suas ofensas e provocações a Lúcia Gomes do «Manifesto 74». São a constatação da sua perfídia.
Este «Jose» partilha do mesmo sentimento de todos aqueles que nos oprimiram antes do 25 de Abril de 1974, ou seja, não tem sentimento nenhum.
«Jose» ou «JgMenos» já o conhecemos dos comentários fascistas que escreveu no blog «Manifesto 74».
É um defensor da PIDE, do salazarismo, do franquismo e até mesmo do anticomunismo primário.
Para além de carraça, «Jose» também pretende ser uma vítima, se o evitarem, é claro.
Pode identificar-se uma esquerda que tem do debate uma clara ideia:
ou panegírico do seu credo
ou exercício de rotulagem sem considerar argumentos
O materialismo dito dialético, configurando uma ética para cada grupo definido pela sua condição de acesso a recursos e rendimento, tudo acoberta num manto de racionalidade em que lógica, argumento e transparência, são meras transigências ou traições ao que em exclusivo conta: a luta que conduza ao domínio de recursos e rendimento.
Que esse seja o caminho para a sociedade mais justa e igualitária que anunciam, parece pressupor um qualquer clímax em que tudo se transfigura num qualquer mundo de paz, com lógica, argumento e transparência.
Os últimos milagres conhecidos...
Infelizmente, Jose continua a ter todo o tempo de antena neste blog de amigos da democracia e da liberdade.
O próprio «Jose» ou «JgMenos» já provou ser inimigo da democracia e da liberdade, ao atacar de modo soez, em «Manifesto 74», o 25 de Abril, os trabalhadores que apoiavam greves e os presos que foram libertados de Caxias.
Este «Jose» ou «JgMenos» já provou mais que uma vez, ser falso, cobarde e desonesto, ao ponto até de defender os carrascos que levaram pessoas para a morte no campo da morte do Tarrafal.
Todas estas palavras que escreve, são meras invenções, um jogo de palavras que só um pequeno psicopata fechado em qualquer condomínio deste país pode fazer.
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