Um gestor brasileiro partilha o entusiasmo de classe perante Bolsonaro, o rosto do fascismo brasileiro: “Bolsa pode subir até 7% nesta segunda com euforia após eleição”. Quando foi do golpe de Pinochet, num outro contexto, a bolsa chilena teve uma reacção equivalente, relembremos.
Para falar de fascismo é preciso falar de certas formas de capitalismo, de crise e de reacção de classe. E, ao mesmo tempo, será preciso falar da derrota de projetos de desenvolvimento nacional, inclusivos e democráticos.
De resto, onde há fascismo na América Latina, nas suas variadas versões desde pelo menos os anos setenta, há economistas de Chicago. No Brasil não é diferente: “tinha que vender tudo”, diz Paulo Guedes, o economista de Chicago de Bolsonaro. Para esse programa de regressão, a repressão é absolutamente essencial. Bolsonaro já avisou que quer acabar com “todo o activismo”.
Entretanto, Fernando Haddad, do PT, declarou: “colocamos a soberania nacional e a soberania popular acima de qualquer outro interesse”.
A disputa é essa, ao contrário dos que aceitam o manipulatório enquadramento liberal de um suposto conflito entre abertos e fechados.
A soberania nacional e popular sempre será o terreno da mais ampla frente anti-fascista. Trata-se de saber se ainda há programa, liderança e força ético-política no preciso contexto brasileiro para vencer Bolsonaro. Não está nada fácil.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
18 comentários:
«A soberania nacional e popular sempre será o terreno da mais ampla frente anti-fascista.»
O patriotismo de esquerda está em alta por todo o lado; esperemos sentados pelas grandes manifestações de apreço pelos símbolos nacionais.
Mais uma vez uma excelente posta
Os que não têm voz que votaram no Bolsonaro vão continuar a votar, depois destas eleições ainda com mais propriedade, a direita mais abastada sabe da transferência de riqueza que pode estar em causa com a chegada de Bolsonaro ao poder vai apostar todas as fichas no candidato, a tarefa não me parece só "não fácil" parece-me sim muito difícil.
Grandes manifestações de apreço pelos símbolos?
Pode esperar este pobre tipo sentado e bem sentado. A soberania não passa pelas idiotices simbólicas. Vai muito mais fundo e vai muito mais além
Mas tudo serve para esconder vende- párias banais. Agora até os símbolos...
E as missas rezadas também não?
«projetos de desenvolvimento nacional, inclusivos e democráticos»
Língua de pau para identificar ataques à propriedade, aumento de impostos, distribuição de rendimentos, défices orçamentais, quebra de investimento e muita, muita propaganda.
Quando o significado de soberania nacional e popular significa o abraçar da corrupção (sim, o PT está afundado nela, independentemente da culpa de Lula, que suscita muitas dúvidas), não há espírito anti-fascista que resista, João Rodrigues.
Aliás, basta olhar para o pântano de corrupção em que se tornaram inúmeros exemplos de nacionalismo progressista, de que a Venezuela só é o caso mais recente.
Se isto é soberania, tragam-me já as grilhetas de Bruxelas...
A Esquerda, porque defende a igualdade de todos perante a Lei, é particularmente susceptível a acusações de hipocrisia (os eleitores de Direita são bastante mais cínicos relativamente aos seus dirigentes políticos).
E sabe qual é o primeiro veículo para lutar contra essa apropriação ilegítima que leva ou à ditadura como na Venezuela ou à reacção fascista que vemos no Brasil? A separação de poderes e a transparência, esses modos de pensamento característicos do Liberalismo Político (se bem que nem sempre praticados).
Aquela coisa de que você foge como o diabo da cruz.
A Esquerda Anti-Liberal vai acabar como a primeira vítima do Fascismo porque é incapaz de abandonar a pureza ideológica, que isso de fazer alianças com os Liberais, cruzes canhoto... Antes com os fascistas...
Ah, bendita Geringonça!
Não é por nada mas a linguagem desse tal jose vai variando na exacta medida em que vai vendo desmontadas as suas anteriores diatribes?
Agora investe contra «projetos de desenvolvimento nacional, inclusivos e democráticos»
Prefere os projectos de desenvolvimento alemão, as grilhetas de Bruxelas como o outro que não se cansa de repetir, e que tais projectos sejam exclusivos ( género porno-rico, que tanto aprecia) e não-democráticos
Já percebemos.
E nem a língua de pau para identificar ataques aos salários e às pensões, aumento de impostos tão exorbitantes como os ocorridos na governação negra e criminosa de Passos e companhia, distribuição de rendimentos nas mãos do topo da pirâmide, défices orçamentais paridos à medida das grilhetas de Bruxelas, quebra de investimento determinada pelas regras de um euro predador conseguem mascarar ao que vem e o que pretende este jose
Quando pensávamos que Jaime santos já tinha ido suficientemente longe nesta espécie de "vade-retro social-democracia" ( já nem é sequer socialismo) verificamos com pesar e estupefacção que ainda vai mais além na sua descida para as suas alianças de classe.
Verdadeiramente miserável ter que ouvir e ler o que o apologista das "grilhetas de Bruxelas" tem a dizer no seu afã histérico contra a "soberania nacional e popular"
Miserável num triplo sentido. Porque a referida soberania não significa abraçar a corrupção. Porque o que se passa com o PT não se resume a esta resenha proferida por JS. Porque esquece e oculta o real significado desta votação dramática.
Nem uma sua palavra sobre as ambições da reacção golpista que destituiu a legítima Presidente do Brasil e encarcerou Lula da Silva para impedir a sua candidatura e chegou mesmo ao ponto de não o deixar votar.
Nem uma palavra pelos gravíssimos problemas sociais que afectam a grande massa do povo trabalhador brasileiro.
Como se sabe regista-se uma profunda crise das instituições democráticas em que a politização da justiça e a corrupção desempenham papel particularmente importante ( e não sejamos ingénuos, a corrupção paira em todo o espectro Liberal brasileiro, seus apêndices e estende-se à extrema-direita).
Como se sabe houve e há uma colossal operação de manipulação promovida pelos principais órgãos de comunicação social e pelo uso das redes sociais.
JS prefere ir por outro caminho . E nesta fase em que estamos perante um perigo que não pode ser subestimado e que exige a unidade de todas as forças democráticas brasileiras e a mobilização popular o que faz JS?
Esgrime pelas "grilhetas de Bruxelas", invectiva a corrupção do PT ( esquece-se de tudo o resto, tal como se esqueceu dos seus corruptos do bloco central de interesses?), avança para o pântano de corrupção na Venezuela ( na sua pressa nem se envergonha que está a disparar ao lado) e fala em "pureza ideológica"
Ele , logo ele , que prefere nesta altura atirar contra o PT, feito donzela impoluta e virgem ao serviço das suas grilhetas.
Infelizmente e digo-o mesmo com pena, há mais.
Perante a complexidade da situação política no Brasil, o que tem a dizer JS, para além do levantar da voz contra a corrupção ... apenas ao que parece sobre o PT?
"E sabe qual é o primeiro veículo para lutar contra essa apropriação ilegítima que leva ....à reacção fascista que vemos no Brasil? A separação de poderes e a transparência, esses modos de pensamento característicos do Liberalismo Político (se bem que nem sempre praticados)
Não é formidável? Separação de poderes num país que assistiu a um golpe judicial? Transparência num país dominado por evangelistas, telenovelas da globo e generais golpistas? Liberalismo político que elege actores porno a dar a mão a bolsonaro?
Eis aqui expressa em todo o seu esplendor a cegueira das ditas elites liberais bem -pensantes ...e que gostam de grilhetas.
De Lula, de Dilma, do PT pode-se dizer muita coisa má. Pode-se até lembrar que foi por tentar negociar com as elites liberais, por tentar conciliar o que não o deveria ser, por tentar governar também segundo os moldes das elites brasileiras que Lula teve o resultado que teve.
Mas também pode-se dizer muita coisa boa daqueles três. Foi com a primeira vitória presidencial de Lula da Silva que se iniciou o caminho de progresso e soberania em 2002
(Curiosamente JS fala desta fora apressada na corrupção em que o PT estava atolado. Curiosamente sobre Dilma ( que governou mais à direita que Lula, mais segundo os cânones liberais e neoliberais) não pesam acusações deste teor. Curiosamente sobre Lula todo o seu processo fede)
E depois há o insulto soez, a borregada, a má-fé de JS
"A Esquerda Anti-Liberal vai acabar como a primeira vítima do Fascismo porque é incapaz de abandonar a pureza ideológica, que isso de fazer alianças com os Liberais, cruzes canhoto... Antes com os fascistas... "
Como se vê, quem anda aqui com pruridos ideológicos é JS. É vê-lo como atira sobre o PT,numa pureza ideológica que faz lembrar os proxenetas hoje já eleitos no Brasil
Com quem fazem alianças os liberais sabemos nós quem são. Com os fascistas, como foi o caso no Chile de Pinochet. Como parece já ser o caso do Brasil com o apoio de alguns destes a bolsonaro.
Mas há ainda uma coisa pior no que JS diz e que revela todo o seu mundo mental.
É que não é a "Esquerda Anti-Liberal (que) vai acabar como a primeira vítima do Fascismo.
Quem serão as primeiras vítimas serão todos aqueles contra quem o fascismo se dirige-trabalhadores, minorias étnicas, mulheres, indígenas, favelados, as bocas do mundo que têm fome e que pedem apenas por comer.
Serão essas as primeiras vítimas. A esquerda, as esquerdas, devem combater nos seus postos. Mas para gente como JS tudo se trata de "agendas partidárias" e de jogos de poder entre elites que o não são, esquecendo que o que está em causa são pessoas e pessoas que querem viver e não apenas sobreviver.
Os liberais esses preferem assim estes jogos para justificar as suas alianças Eis o neoliberalismo em todo o seu esplendor. Como que a justificar-se para o que fizeram e fazem.
Como dirá Manuel Loff: "O fascismo nunca triunfa só com fascistas. Os que lhes emprestam credibilidade (e lhes dão o voto) é que são o problema. Um dia acordamos com eles no governo. A criar raízes.»
"Disse que votou no PT e foi morto com 12 facadas
Discussão política terá estado na origem do crime em Salvador. Vítima era o mestre de capoeira Moa do Katendê, de 63 anos e terá sido morto por suposto apoiante de Bolsonaro".
Vítima do fascismo. Das primeiras, nesta fase em que nos encontramos
Nem todos os populismos são equivalentes.
Como deveria ser óbvio o populismo é um medicamento (político) potente e deve ser mantido fora do alcance das crianças (políticas).
O caso brasileiro é um exemplo do que pode correr mal por influência e exacerbando até os desmandos do grande irmão do norte.
As instituições têm a resistência à corrupção que as relações de poder lhe permitam. E em estados geopoliticamente permeáveis, económicamente dependentes e com vastas massas de cidadãos com pouco poder negocial face ao estado, a compra de poder fora do quadro legal é uma tentação a que as elites recém eleitas não conseguem resistir pela simples razão de que já é a norma não escrita nos círculos do poder político.
A separação dos poderes existe formalmente mas nada pode contra a corrupção porque esta infecta todos os poderes do estado. A solução passa por dar mais poder ao cidadão, sobretudo económico e cultural face ao estado. Outra das maneiras é reduzir a duração dos mandatos para obrigar os políticos a porem em jogo os seus cargos mais amiúde.
No caso brasileiro o vencedor será quem consiga convencer o centro.
Jaime Santos não precisa de mandar vir as grilhetas de Bruxelas porque já as tem na sua própria cabeça. Os demais que se cuidem para não serem contagiados por Jaime Santos e serem transformados como ele em zombies europeítas. LOL
Quanto a alianças, percebe-se que Jaime Santos gostaria de receber cheques em branco, mas só quem fôr parvo é que vai no embrulho.
Estratégicamente a esquerda portuguesa como não pode contar com um populismo de direita para se aliar com vista a libertar-se do vínculo externo da EMU, deveria optar por uma escolha muito criteriosa em relação a que princípios manter e que princípios reformular, porque só pode contar com o seu próprio crescimento para tornar mais valiosa a sua capacidade de "abençoar" governos de um sociológicamente informe PS.
Porque sejamos claros, só pela atracção de eleitorado do PS poderá o BE ou o PCP aumentar a sua votação. E essa atracção só pode fazer-se correspondendo a um modelo "sociológicamente liberal", justo, e que garanta que os elevadores sociais funcionem de facto.
É óbvio que Jaime Santos faz a rábula de tentar colar nos adversários a máscara do socialismo estatista de antanho. O radicalismo de esquerda talvez esteja neste caso nas ideias económicamente bem fundamentadas e sociológicamente abrangentes. Ideias essas que possam criar uma alargada base de apoio.
Dá p'ra entender?
S.T.
Assisto com funda preocupação ao despontar de múltiplos fascismos não muito longe da nossa porta. Depois da Itália, da França, da Áustria, da Hungria, ou da Polónia, agora também em Espanha temos uma nova voz, com uma impressionante capacidade agregadora e desprezando logo de entrada o próprio ovo de que nasceu: a direita do PP, que agora consideram ser "uma direitinha cobarde e sem músculo". Estas formações repousam todas elas sobre um mesmo substracto genético comum: alimentam-se dos cacos e da tralha ideológica e político-social que as várias sociais-democracias têm andado a espalhar um pouco por todo o Mundo mas sobremaneira aqui no velho continente. Esse "imenso centro", assumiu acima de tudo um compromisso inabalável com o capitalismo e com os seus dogmas, tendo estado na primeira linha da sua defesa contra a expansão dos "totalitarismos" que o ameaçavam. Com a unipolarização mundial que aplaudiram em gáudio, perderam interesse e utilidade e, tal como Roma já tinha ensinado não se paga a traidores, excepto aos conjunturais idiotas úteis. Pelo caminho, deixaram o seu lastro de um compromisso cada vez menor com o Estado social, esse Alfa e Ómega em que capitalismo e socialismo se confundiam num só e converteram-se em cúmplices inevitáveis da emergência do desencanto, da desesperança e da falta de perspectivas, que afecta milhões de homens e mulheres, para os quais as janelas que se abrem não se oportunidade mas sim de incerteza, vazio e medo. São estes homens e mulheres que agora se agarrem em desespero às botas cardadas ou aos pezinhos de lã com que o fascismo vem. É preciso estar atento, vigilante e disponível para separar sem hesitações todo o trigo de todo o joio, porque os tempos que se avizinham cada vez vão consentir menos que se esteja sentado em cima do muro com um pé de cada lado, sem saber bem para onde se deve caír.
O vade-retro fascismo não vai parar a direita populista.
Fascismo é palavra tão gasta em usos idiotas e oportunistas que perdeu qualquer significado funcional.
Vale tão só como o oposto da língua de pau esquerdalha, sem conteúdo ideológico que o identifique pelo que realmente é: a versão não soviética de um qualquer social-fascismo totalitário.
Mais uma vez jose dá uma volta.
Primeiro foram os símbolos e a pimpineira associada da tralha associada.
Depois foi a sua fúria contra «projetos de desenvolvimento nacional, inclusivos e democráticos»
Agora é o seu choradinho perante o gasto da palavra fascista. Percebe-se porquê. Andou por aí a seguir alguma tradição familiar e a defender essa escumalha. Desde Pides até legionários. Agora deste jeito quer a sua legitimação.
Não passa.
Ainda sobre a corrupção política no Brasil, achei uma certa graça a este artigo:
https://theintercept.com/2018/10/09/aecio-decadencia-eleicao-deputado/
S.T.
Na sua pressa em se auto-absolver e esquecer as suas paredes forradas de livros de gajos que andaram com a pata estendida,jose volta-se apressado para o canto da sua língua de pau (agora está nesta).
E retorna já não à URSS mas sim a uma sua "versão não soviética".
Está-lhe no sangue.
Tal como os nazis consideravam os eslavos como sub-raças, este também os apoda neste seu jeitinho de classe como "sociais-fascistas totalitários"
Repare-se em dois pormenores picarescos:
De repente o seu choradinho sobre palavras gastas em usos idiotas blablabla vai ao ar. Dinamitado pelo próprio
Mas repare-se noutro pormenor. Teremos voltado ao tempo do Durão Barroso, mais os seus berros em torno dos sociais-fascistas, para esconder não só os fascistas como também para esconder o seu real ideário? Pior do que isso, para esconder o carácter deste como comprovou o futuro ao deixar-se comprar enquanto num alto cargo que desempenhava? Pelo seu futuro dono e patrão? Como porno-rico banqueiro?
Percebido e anotado
A propósito do conteúdo ideológico do fascismo e seus apêndices não li nada na imprensa portuguesa sobre esta notícia
" A expansão do wahhabismo, financiada pela Arábia Saudita, começou como um resultado de países ocidentais pedindo a Riad para ajudar a combater a União Soviética durante a Guerra Fria, disse o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman ao Washington Post.
Falando ao jornal, Bin Salman disse que os aliados ocidentais da Arábia Saudita exortaram o país a investir em mesquitas e madrassas no exterior durante a Guerra Fria"
"O wahhabismo é acusado de ser "uma fonte de terrorismo global"e por causar desunião na comunidade muçulmana, rotulando os muçulmanos não-wahhabistas como apóstatas (takfir), abrindo assim o caminho para o derramamento de sangue.O movimento também foi criticado pela destruição de mazaars, mausoléus e outros edifícios e artefatos históricos de muçulmanos e não-muçulmanos".
Terrorismo puro sob a alta orientação do dito ocidente.
Enviar um comentário