sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Vêm aí os bárbaros!

Fonte: Serviço de Estrangeiros e Fronteiras
Pela evolução do número de imigrantes em Portugal, parece que o passado está a ser retomado, depois de uma curta interrupção.

Mas a realidade pode ser outra.

Em pouco menos de dez anos, iniciou-se uma alteração de fundo no perfil dos nossos imigrantes. Não se trata já de discutir o que será o futuro, porque ele está já a ser vivido de acordo com o que foi pensado para este pequeno terreno à beira-mar, em que ainda vivemos: ser uma fonte de mão-de-obra especializada, pronta a deslocalizar-se para o centro europeu, e em compensação tornarmo-nos no lar de idosos da Europa.

Olhando para os dados facultados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), e atentando ao fluxo de imigrantes que chega em cada ano, é possível verificar-se já mudanças claras.

Fonte: SEF
Primeiro, dez países da Europa ocidental passaram de 14 para 35% dos fluxos anuais de entrada. Mesmo sem países nórdicos nem do leste europeu, esses dez países eram residuais em 2010, mas em 2017 foram o motor da imigração em Portugal. Passou-se de uma entrada de 7 mil pessoas em 2010 para 21,6 mil em 2017. Três vezes mais! E não se está a falar apenas de pequenos e pobres países. Só o Reino Unido, a França e a Itália concentraram quase dois terços dos imigrantes europeus ocidentais. Mas há a Espanha (13%), a Alemanha (9%), a Holanda (6%).

Aos países ocidentais, deve se somar ainda os imigrantes de três países nórdicos - Dinamarca, Suécia e Finlândia - que passaram de 223 pessoas em 2010 para 1514 em 2017; e seis países do leste europeu (Rússia incluída), que estão a perder o seu momento - de 11,2 mil em 2010 para 5,6 mil em 2017. Juntando todos, os imigrantes desses 19 países aumentaram o seu peso em oito anos: de 36 para 47% dos fluxos de imigrantes.

Por isso, os PALOPs perderam peso - de 17 para 11%. E o Brasil, apesar de continuar a fornecer contingentes crescentes de mão-de-obra a Portugal, viu o seu peso reduzir-se de 32 para 19%. Os asiáticos estão em subida lenta. Só a China e a Tailândia passaram de 3,8 para 4,8%. E assiste-se já a uma subida das zonas em guerra - Síria e Turquia são os principais países fornecedores. Mas já há entradas igualmente vindas da Eritreia, Irão, Iraque, etc.

Quem são, pois, estes europeus que nos estão a invadir?


Quando se olha para a distribuição das pessoas que adquiriam a nacionalidade portuguesa - que constitui um universo que não se sobrepõe ao do fluxo anual de imigrantes apurado pelo SEF - verifica-se uma mudança interessante. Para a totalidade dos imigrantes que se tornaram portugueses, vindos de todos os cantos do mundo, parece estar a ocorrer nestes oito anos um ligeiro envelhecimento.

Fonte: INE

O grupo com idades superiores a 50 anos passou de 11% em 2010 para 22% em 2017. Aqueles com idades mais activas - de 25 a 50 anos - representavam 66% em 2010 e passaram para 55%. Os mais jovens, com idades até 25 anos, desceram de 25 para 20%.

Mas olhando para os dados dos imigrantes da Europa, essa evolução é ainda mais patente.


O peso dos imigrantes com idades acima de 50 anos subiu de 9 para 25% do total do grupo que recebeu nacionalidade portuguesa, enquanto os que tinham idades entre 25 a 50 anos desceu de 66 para 55%. Verifica-se ainda uma redução substancial dos que tinham menos de 25 anos: de 25 para 20%. E os jovens que vêm, são cada vez menos menores (possivelmente filhos de imigrantes), mas mais jovens em idade universitária, que - a julgar pela tendência actual do que acotece aos nacionais - poucos ficarão por cá, dada a elevada diferença salarial entre Portugal e o centro da Europa.

Por outras palavras, Portugal parece estar a favorecer um tipo de imigrantes que são mais europeus, mais velhos e com menos filhos. Será que isto interessa a Portugal, aos portugueses, à sustentabilidade do país, ao seu rejuvenescimento, à sua manutenção como país? Ou será que vamos ser um parque em que reformados europeus vêm passar aqui os seus últimos dias?

E, como se pode notar, esta é uma estratégia que já está em curso. E que, ao que parece, está a ser abraçada fortemente pelo governo nacional, sem oposição, com medidas de atracção, até já contestadas por outros países.

Nada dizer sobre isto, apenas adia o problema, que se prolongará até sermos inúteis.

8 comentários:

zecagancia disse...

Será que os partidos tradicionalmente de esquerda, pela contingência da globalização, não perderão temas de luta que tradicionalmente lhes estavam reservados? Agora não terão de abraçar os temas que à extrema direita eram tão queridos? Como é, que se respeita o diferente, os valores humanos de gente imbuída de vontades imitativas de consumos ocidentais perante gente que abdicou de procriar em prol do bem estar, do cãozinho, carrinho e férias todos os anos no estrangeiro, ao pé daqueles, cujas taxas demográficas e capacidades de sobrevivência chega para nos comerem ao pequeno almoço? Que temas vão os partidos arranjar para continuarem a enganar os "totós" que acreditam no politicamente correcto que só dá emprego aos mesmos parasitas de sempre.? Algum me aponta uma solução? Como se cada um de nós quando vai para casa, não fechasse a porta. Quem vai para casa e deixa a porta aberta para que todos lá possam entrar? Vão mas é passear, chega de tanta serradura para os olhos... Quando olho para esta nossa juventude percebo desde logo, durante quanto tempo conseguirão resistir, são muito bons na generalidade, mas a segurar Ipod e afins. A formatação continua, e se os bisavós cá viessem morriam na hora de desgosto só por ver para onde todos seus descentes vão encaminhados para serem encaixotadas um dia destes numa indigência de vida.

Anónimo disse...

Muito bons na generalidade e os bisavós a comerem-nos ao pequeno almoço?
Ninguém está interessado em apontar soluções para um totó politicamente correcto a ver se passa na casa de orange

Jose disse...

Descrito fica o nível de incompetência dos modelos de enquadramento, criação, organização e capitalização dos sistemas produtivos.
Os serviços de bandeja e pano do pó adquirem crescente relevância, apesar da geração mais qualificada de sempre (? incluirá a classe política?).

Manuel Galvão disse...

A panela-de-pressão da demografia está a abrir fissuras, de tanta pressão!

Se chegar a explodir, vai ser muito pior do que já é...

Anónimo disse...

Descrito o nível de incompetência patati-patata?

Mas estamos no capitalismo. Aquele modelo de sociedade que parece esgotado e que só produz ricos cada vez mais ricos e sociedades cada vez mais desiguais A concentração da riqueza, paredes meias com a exploração dos demais. Parece que se confirmam assim algumas das teses de Marx. Todavia não deixa de ser espantoso que tais teses sejam subscritas agora por tipos mais que suspeitos.

Posta a evidência da trampa de sociedade que é governada pelo Capital, passemos ao pano do pó e à bandeja. Mais uma vez se confirma que não há nada a esperar deste modelo de sociedade. Néscios banqueiros e rotundos e obesos empreendedores vampirizam a sociedade. Comem tudo. Sacam tudo.

Todavia há um reparo importante. Deixemos para lá os slogans sobre a geração mais qualificada. A qualificação tem muitas variáveis, mas bocas deste jaez só mostram o esgotamento deste modelo social.

O que não se pode deixar passar é a tentativa de mais uma vez se tentar apresentar como igual o que de igual não tem nada

A classe política não é monotonamente igual. Apresentã-la assim, deste modo um pouco à bolsonaro, só serve para esconder a realidade.

Eu sei que custa ao jose, mas Salazar não se pode comparar a Delgado, tal como uma besta não se pode equiparar à sua vítima. E um daqueles crápulas de alto coturno do Ballet rose, mesmo que ministro de Salazar ( uma determinada “ classe política “) não se pode comparar a outro tipo de agentes políticos que combatem tal trampa

Há os que vendem a mãe ou a pátria. E os que se opõem a tais processos

E não, não são mesmo nada iguais

Jose disse...

Esquecemos a originalidade do capitalismo abrilesco.

Quanto injustiça!!!

Anónimo disse...

O 25 de Abril de 74 deve ter sido um acontecimento veramente traumático para este jose.

Parece que um comentário aí anterior resultou mesmo na mouche. De tal forma que para as crises histriónicas à século XIX só lhe faltam os sais de fruto e o desmaio para cima do leito. Os gritinhos histéricos, para fazer passar a autenticidade da coisa, já lá estão, sob a forma de pontos de exclamação.

mensagensnanett disse...

A defesa da LIBERDADE deve ser uma paixão!
Há que dizer não aos europeus (e a outros da mesma laia) com tiques dos impérios!
Ñão é tempo de lamentações, é tempo de mobilização: URGE O SEPARATISMO-50-50!!!
[manifesto em divulgação, ajuda a divulgar]
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O europeu com tiques dos impérios, do presente, continua igual ao do passado: não suporta (e procura sabotar demograficamente) a existência de povos autóctones que procuram, sossegadamente, sobreviver pacatamente (e prosperar ao seu ritmo) no seu 'canto' do planeta.
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Mais, para o europeu com tiques dos impérios a rentabilização de investimentos é UMA RELIGIÃO NAZI: ele (em conluio com a elite da finança, nomeadamente, a máfia do armamento) se pudesse aplicava um holocausto massivo aos autóctones, cujas intenções Identitárias, coloquem em causa interesses económicos:
-1- autóctones, que têm a SORTE de não estar numa 'ponta esquecida do planeta', são alvo das mais variadas coacções, sancões...
-2- agora, autóctones que têm o AZAR de estar numa 'ponta esquecida do planeta', esses, levam com um holocausto massivo em cima:
---» no passado povos autóctones da América do Norte, da América do Sul, da Austrália foram alvo de holocaustos massivos...
---» em pleno século XXI tribos da Amazónia têm estado a ser massacradas por madeireiros, garimpeiros, fazendeiros com o intuito de lhes roubarem as terras, muitas das quais para serem vendidas posteriormente a multinacionais; FMI's e afins falam no assunto... népia - povos autóctones a viverem pacatamente (e a prosperarem ao seu ritmo) no planeta ia prejudicar o crescimento económico mundial em 0,0x %...
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Uma obs: A UNIÃO EUROPEIA COMO AGENTE DE PAZ É UMA FALÁCIA... de facto, a máfia do armamento tem instaladas fábricas na União Europeia... e... toda a gente sabe como são as negociatas da máfia do armamento: ela suscita guerras fornecendo armas a «grupos rebeldes» (sim, é verdade: os «grupos rebeldes» não possuem fábricas de armamento)... depois, em troca, a máfia do armamento tem acesso a recursos naturais (petróleo, etc) fornecidos pelos «grupos rebeldes» ao desbarato;
E MAIS: a máfia do armamento procura encaminhar refugiados de guerra para locais aonde ela possui investimentos... que é necessário rentabilizar (abundância de mão-de-obra servil, etc).
Ora o que é que o Parlamento Europeu, infestado de europeus com tiques dos impérios, faz:
- exerce todo o tipo de ameaças (coacções, sanções, etc) sobre aqueles que não se querem vender à máfia do armamento... ou seja, povos autóctones que querem sobreviver pacatamente planeta.
E POIS É, COMO SERIA DE ESPERAR: o parlamento europeu não chama à responsabilidade os países da União Europeia aonde a máfia do armamento tem instaladas as suas fábricas.
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Anexo:
MOBILIZAÇÃO DE NACIONALISTAS PARA O SEPARATISMO-50-50
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O importante legado dos Nacionalistas para o futuro é:
-» criar condições para que as pessoas que valorizam mais a sua condição autóctone, do que a sua condição globalization-lover, possam viver em PAZ E LIBERDADE!
-» ou seja:
- Todos Diferentes, Todos Iguais... isto é: todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta -» INCLUSIVE as de rendimento demográfico mais baixo, INCLUSIVE as economicamente menos rentáveis.
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Nota 1: Os 'globalization-lovers', UE-lovers. smartphone-lovers (i.e., os indiferentes para com as questões políticas), etc, que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa.
-»»» blog http://separatismo--50--50.blogspot.com/.
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Nota 2: Os Separatistas-50-50 não são fundamentalistas: leia-se, para os separatistas-50-50 devem ser considerados nativos todas as pessoas que valorizam mais a sua condição 'nativo', do que a sua condição 'globalization-lover'.
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Nota 3: É preciso dizer NÃO à democracia-nazi! Isto é, ou seja, é preciso dizer não àqueles... que pretendem democraticamente determinar o Direito (ou não) à Sobrevivência de outros!!!