Quando a União Europeia decidiu “resgatar” países emprestando-lhes dinheiro que serviu para reembolsar bancos que haviam inchado de lucros enquanto ofereciam crédito para lá de todos os limites da prudência, essa União escolheu servir os bancos e sacrificar as pessoas. Quando essa União se transforma em cobradora dessas dívidas a todo o custo, tal União deixou de o ser para se tornar um problema para quem a ela pertence.
Quando um Banco Central (estou a falar do BCE) ameaça bancos de cortar o acesso ao financiamento de último recurso, esse banco central só pode estar a tentar provocar uma corrida a esses bancos. Um tal Banco Central deixou de o ser, para se tornar um problema para quem dele depende.
Quando uma dívida se transforma num instrumento de tortura usado para vergar um povo, impondo-lhe privações que violam de forma flagrante os mais elementares direitos humanos e que nem sequer servem para pagar a dívida, essa dívida passa a ser uma doença – uma dívida ilegítima que, não deve ser cobrada, nem deve ser servida.
Quando o governo de um país endividado se põe ao serviço dos credores contra outro governo que se quer libertar da dívida, esse governo deixa de o ser para se transformar numa ameaça externa ao seu próprio país. Quando parte da oposição a esse governo tergiversa, fingindo que a dívida não é problema, essa oposição deixa de ser solução, para se tornar, também ela, um problema.
Por tudo isto insistimos.
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13 comentários:
Caro Castro Caldas, não me leve a mal, até porque julgo conhecer a sua opinião sobre esta magna questão, aflorada nalgumas das suas intervenções.
Mas apetece-me parafrasear a sua última frase substituindo a parte da oposição a que se refere, o PS, pela (pequena) parte da oposição a ele subordinada, o Tempo de Recuar (perdão, de Avançar).
«Quando parte da oposição a esse governo tergiversa, fingindo que o euro não é problema, essa oposição deixa de ser solução, para se tornar, também ela, um problema.»
Fazer declarações na praça Sintagma como se a próxima caravela partisse daĩ a dois meses na época em que acompanhamos em directo ao acordar dos filhotes de condor na montanha do Chile é no mínimo de..e cretino.
Se bem percebi, o que haveria de ter sido feito era deixar falir os bancos que em cima de uma crise (em que tiveram não poucas responsabilidades)se viram impedidos de cobrar créditos sobre Estados sobreendividados.
Por outras palavras criar problemas aos depositantes agora é impensável porque já haverian de ter sido criados tempos atrás.
Numa outra versão mais simples e e mais lógica dir-se-à que nada deve atrapalhar o experimentalismo da esquerda!
Digo...
Não é certamente por o euro ser um problema que a dívida deixa de o ser...
Experimentalismo de esquerda?
Ou criminosa governação da direita extrema, a quem os pergaminhos neoliberais assentam que nem uma luva.
Como se pode ver por esta europa fora, em que as palavras em alemão são soletradas pela clique europeia dirigente e diligentemente replicadas por quem defende a concentração da riqueza e a pesporrência antidemocrática dos donos da europa.
Antes iam a missas e rezavam pelo nacionalismo serôdio dos orgulhosamente sós, enquanto punham os olhos em alvo à procura da caridadezinha das senhoras da mocidade
Hoje mascaram-se de subditos alemães, rezam em euros e procuram a lei do mais forte.
Enquanto dedilham poemas medícocres às jonets actuais
Gostei de ler o texto de Castro Caldas
De
Mas o Euro é um problema porquê? O Euro é uma moeda como as outras, é um mecanismo de troca. Até se podiam usar batatas ou cebolas, seria era pouco prático.
Não é por se usar o Euro ou outra moeda qualquer que se passa a ter maior capacidade de comprar ou vender. Têm-se em função da riqueza que se gera e cria ou não e isso é independente da moeda usada.
Até um agricultor do Zimbabwe que todos os dias produz milho tem maior poder de compra do que um mandrião do Zimbabwe que passa os dias à sombra de uma bananeira, independentemente da moeda nacional ter colapsado e não valer nada ao ponto de se usarem moedas estrangeiras. O agricultar pode trocar milho por dinheiro ou outras coisas, enquanto que o mandrião troca conversa e pouco mais.
Os devedores precisam desesperadamente de investimento mas os credores nem por isso abdicam de que lhes paguem. Não sei se já foi feito ou tentado, mas até acredito que sim: não seria possível em alguns sectores da economia tentar-se a quadratura do círculo? Os credores assumiam determinados investimentos (reprodutivos) nos países devedores - investiam 100 - e ficavam com concessões por um prazo que lhes permitisse, digamos, receberem 200. Investimento nos devedores e pagamento das dívidas dos credores. Admito que seria estranho ver um país com uma concessão noutro (existem?), mas, bem vistas as coisas, não seria nada assim tão diferente de uma base das Lajes ou Macau. E melhor algo estranho do que a miséria que grassa por este Sul...
O BCE sempre foi um problema desde a sua criação.O BCE apenas serve os Eisos dominantes da UE que são o Eixo Paris - Berlim , Benelux e a Austria. Quanto ao Euro foi criado de forma antecipada , assente em tratados imperfeitos e propositadamente para beneficiar os paises mencionados.O Euro alem de ter dado origem a uma fuga de cérebros e de capitais dos países do Sul , estes viram as suas industrias serem sabotadas , nomeadamente a repareção e construção naval , pescas, metalo- mecanica, Quimica pesada, etc.
Os Países nórdicos ( Dinamarca , Suécia, Noruega, Islândia e Filandia ), com excepcção deste último não aderiram ao Euro e não tiveram uma crise igual à do Sul.A Filandia que foi o único que aderiu ao Euro está agora com um PIB negativo.
Anónimo das 13:03, uma pesquisa por "Finland GDP" revela várias fontes, uma das primeiras é esta:
http://www.tradingeconomics.com/finland/gdp
Segundo essa fonte o PIB da Finlândia em 2014 foi de 256.84 mil milhões de dólares.
Um PIB negativo significa um número abaixo de zero, ou seja, pelo menos -0.01 cêntimos. Ora o PIB em 2014 ficou a uma distância de 256.84 mil milhões e 1 cêntimo de dólares de ser negativo. Um pouco distante de ser negativo.
PS:
Finlândia escreve-se "Finlândia" com um "n" entre o primeiro "i" e o "l".
1)-De facto ao escrever-se na lingua portuguesa é custume escrever -se "Finlandia" e não "Filandia", embora na lingua oficial desse país a grafia não seja essa.Trata-se de uma lingua que não é germanica ao contrario da dos outros países nordicos e nem sequer pertence ao tronco cumun Indo-Europeu , como a maior perte das linguas Europeias. 2)-Quando se diz negativo deve-se ter sempre presente o conceito algebrico de numero absoluto e numero relativo. O numero negativo exprime uma relação a um dado referencial que neste caso é o numero zero. Ao contrario dos numeros complexos que são definidos graficamente por um plano recorrendo normalmente a um referencial cartesiano , o numero negativo pertrence ao conjunto dos numeros reais ( R ) subconjunto dos numeros negativos.( Z).É definido graficamente por uma linha recta como todos os numeros reais estando à esquerda do zero que serve de origem do referencial, por ser um numero negativo.
Portanto quando se diz que um PIB é negativo é porque é relativo a outro anterior de grandeza superior . O anterior está à direita do zero na recta e o mais recente de menor quantidade à esquerda do zero.
Podemos consultar o jornal francês " Le Monde ".
Em relação ao comentário anterior sobre oPIB da finlandia.queria fazer uma pequena correcção e um complemento. O valor do PIB anterior de maior valor não está à direita do zero, mas é o proprio zero. aplicando-se depois uma regra de tres simples para a obtenção da relação precentual , que salvo erro seria de -2%.
AGRADEÇO A ATENÇÃO --CUMPRIMENTOS E APRESENTO AS MINHAS HUMILDES DESCULPAS- ADMITO OS MEUS ERROS E GOSTO DE SER CORRIGIDO.
Bom, quando se diz negativo entende-se abaixo de zero e quando se diz positivo entende-se acima de zero. Quando se quer dizer relativo a outro anterior diz-se "a variação de tal em relação a tal" ou "o delta de tal em relação a tal". Pode-se depois salientar o facto da variação ou do delta ser positivo ou negativo e sempre salientando em relação ao quê.
A melhor referência para estes pormenores provavelmente nem é o jornal "Le Monde" mas sim um qualquer livro de matemática.
De qualquer forma, nesse sentido e considerando o PIB com um indicador comparativo, quando se olha para as variações do PIB nos diversos países da UE antes e depois da introdução do Euro, quer tenham aderido ou não, em geral repara-se que os valores do PIB tiveram variações positivas relevantes na década pós-Euro quando comparadas com a década pré-Euro. Nos anos mais recentes notam-se flutuações, mas ainda assim os valores do PIB são superiores ao período pré-Euro.
O site http://www.tradingeconomics.com/ tem séries de dados para vários países e pode-se perfeitamente descarregar e analisar, fazendo comparações entre períodos temporais e países. Até mesmo apenas olhando para os número consegue-se notar resultados interessantes, mas pode-se usar uma folha de cálculo para fazer alguns gráficos que facilitem a análise. Ou até um programa de estatística mais avançado se se quiser ir mais além.
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