sábado, 9 de abril de 2011

Por outros standards


Economistas entregam queixa na PGR contra agências de rating: Um grupo de economistas quer a abertura de um inquérito contra as agências de rating pelo “crime de manipulação do mercado” (...) O documento é subscrito pelos docentes da Universidade de Coimbra José Reis (professor de Economia) e José Manuel Pureza (de Relações Internacionais e também líder parlamentar do Bloco de Esquerda) e Manuel Brandão e Maria Manuela Silva, economistas do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).

A imagem que acompanha esta oportuna e clarificadora iniciativa cidadã é de Gui Castro Felga. Economia política por outros meios.

10 comentários:

Carlos Albuquerque disse...

Mas afinal qual o sentido desta iniciativa? As agências de rating ainda nos dão um rating bastante acima do que a nossa situação exigiria? Fala-se de crime de manipulação de mercado porque? Informações falsas? Então já se discute abertamente a necessidade e eventual inevitabilidade da reestruturação da dívida e as agências ainda nos dão uma notação de risco moderado? Será que é por isso que acusamos as agências? Eu se fosse credor de Portugal estaria aborrecido com as agências por nos fazerem como ao Lehman Brothers. Na Areia dos Dias, a Administração (?) escreveu que era a natureza das empresas que estava em causa. Mas isso é que é crime de manipulação de mercado?

Anónimo disse...

Senhor Carlos Albuquerque se não clicou no link "Economistas entregam queixa na PGR contra agências de rating" deveria tê-lo feito pois as questões que são levantadas são prementes. A falta de transparência destas agências não se coaduna com a importância que estas têm na economia que conhecemos.

Carlos Albuquerque disse...

Senhor(a) anónimo(a) das 23:25

Cliquei no link e até li a notícia, mais do que uma vez.

Há empresas gigantescas que têm uma grande importância na economia que conhecemos. Como são privadas ou estão em países estrangeiros não são transparentes. Não faz sentido acusá-las todas de "manipulação de mercado" quando as leis definem o que é ou não crime.

No que diz respeito às agências de rating começo a ter a impressão que elas até nos têm favorecido. A situação das finanças do país parece ser bem pior do que elas a pintam. Tanto que parece haver um complot para não haver uma auditoria séria às contas do país antes das eleições.

João Carlos Graça disse...

Pessoal, vejam também o Eugénio Rosa, sff. Aqui: http://www.eugeniorosa.com/Sites/eugeniorosa.com/Documentos/2011/22-2011-2-Divida-banca-empresas-estrangeiro-maior-Estado.pdf
O requinte de malvadez do BCP versus Montepio é, de facto, um mimo... mas a engrenagem disto tudo é verdadeiramente espantosa! E, já agora, suscito a respeito do que ER escreve o que já outro dia disse a respeito de Louçã: que esquema de conjunto é este em que o BCE manda em nós, mas o mesmo BCE age por sua vez de acordo com uma lógica última que é a da manutenção da posição mundial privilegiada do dólar (os EUA podem assim ter duplo défice indefinidamente: "no problema"...).
Entretanto, bom povo, e porque nós outros somos mesmo pequeninos mas não somos abrigados a ser parvos, e porque a vida é mesmo mais prospectiva do que retrospectiva, a questão questão volta sempre à tona: "que fazer"?

Carlos Albuquerque disse...

Em caso de aflição quem acham que este governo iria salvar primeiro: o BCP onde esteve Armando Vara e com accionistas poderosos, influentes e muito bem relaconados nos círculos do poder, ou o MG, "detido" por uma multidão de cidadãos sem nenhuma influência especial?

Bilder disse...

Como na Matrix há sempre quem defenda o sistema!

Carlos Albuquerque disse...

Bilder

Como os factos não batem com a teoria, mantém-se a teoria e quem não estiver de acordo está do lado dos maus.

Anónimo disse...

Mas será que mesmo depois de tudo o que se tem passado ( com a manipulação criminosa e não pouco do mercado levado a cabo pelas tais agências de rating), alguém pode defender estas organização mafiosas.
É que nem sequer é preciso alguém ser formado em economia para ver essa coisa tão cristalina que é a actividade criminosa dessas tais agências(mafiosas).
Será que se sabe que essas tais agências são propriedade de grandes bancos e fundos americanos os quais estão, decididamente, apostados em ganhar fortunas colossais e não só(deitar abaixo o euro por contraponto ao dolar).?
Não há dúvida que os ditos economistas saem muito mal no retrato da chamada crise.
Como disse alguém,esta coisa da economia é importante demais para estar entregue a economistas.

Carlos Albuquerque disse...

"É que nem sequer é preciso alguém ser formado em economia para ver essa coisa tão cristalina que é a actividade criminosa dessas tais agências(mafiosas)."

Isto parece mais uma declaração dogmática a que se adere pela fé e não pela razão.

Peço desculpa mas insisto: pode apontar uma situação concreta em que o risco de Portugal fosse apontado como elevado pelas agências, estando Portugal numa boa situação financeira?

Não se trata de defender as agências (que têm os seus negócios e interesses, uns mais claros e outros mais obscuros), mas sim de analisar situações concretas em que se possa dizer que deram a Portugal uma notação inferior ao que seria razoável nas condições em que Portugal estava.

Carlos Albuquerque disse...

Usando uma linguagem futebolística: não basta mostrar que o árbitro do nosso jogo jantou em casa do presidente do nosso rival para se ter um caso. É preciso mostrar os lances em que esse árbitro nos prejudicou. Senão parece que estamos a arranjar desculpas para o facto do nosso treinador ser completamente incompetente.