segunda-feira, 3 de julho de 2023

O último a sair...


1.
 Vital Moreira escreve sobre uma nação fraturada chamada França, mas é incapaz de criticar Macron, a referência das iniciativas euro-liberais e das suas opções austeritárias e repressivas complementares e sobredeterminadas pelo vínculo externo do mercado único e da moeda única, ou seja, da política tendencialmente única. O extremo-centro está resignado a ficar à superfície das coisas, caso contrário teria de abandonar as suas opções com décadas, entranhadas nas instituições da UE.

2. Ana Sá Lopes, por sua vez, declara: “ainda que Emmanuel Macron tenha muitos fiéis, ele é o co-protagonista da implosão do sistema político que fundou a Europa”. A linha editorial do Público tem sido de uma fidelidade a toda a prova para com Macron e a sua política de redistribuição de baixo para cima. A UE foi criada pelo Tratado de Maastricht para desdemocratizar materialmente os sistemas políticos nacionais, da moeda ao controlo da finança, passando pela consequente e progressiva substituição do Estado-Nação social pelo Estado-Membro cada vez mais policial.  


4 comentários:

TINA's Nemesis disse...

A União Europeia foi criada conscientemente pelas "elites" para acabar com o que havia de democracia e para transferir recursos da base para o topo, contudo, há quem insista na mentira de que houve em tempos uma UE não neoliberal...

"o Bloco de Esquerda, mesmo apontando aos impactos negativos da política neoliberal da União Europeia, acabou por desligar essa mesma política dos objetivos de fundo que levaram à criação da mesma, apelando a que se voltasse ao seu «humanismo fundacional»."
"Mariana Mortágua deu como exemplo de humanismo o acolhimento de refugiados ucranianos que segundo ela «mostra o que a Europa pode fazer diferente», e ilibou por completo as culpas da União Europeia em todo o processo de confrontação e instigamento da guerra com a Rússia."

https://www.abrilabril.pt/nacional/metsola-esqueceu-se-que-ha-partidos-de-esquerda-ilegalizados-na-ucrania

É muito grave um partido que é apresentado à população como "radical de esquerda" e "anti-capitalista" minta sobre uma integração política feita precisamente para servir interesses capitalistas...

Se o BE acredita que outra União Europeia é possível mostre como de uma vez por todas!
Fazer a defesa subliminar desta distopia europeísta é mesmo, mesmo muito mau!
Alguns podem achar que podem esperar mais um pouco, outros podem já ter perdido a paciência há alguns anos...

no estado policial disse...

vivemos já nós

Anónimo disse...

Excelente post o do João Rodrigues e atrevo-me a dizer que será tão mais policial quanto maior for o confronto.

João Martins disse...

O Bloco vem desiludindo há muito tempo. E, com as posições que continua a assumir, tanto ao nível supranacional, como ao nível nacional e local, vejo com muita dificuldade qualquer possibilidade de uma convergência que se apresenta como cada vez mais importante e urgente.