Para quem não viu ainda o filme, saiba que vai estar em exibição em Lisboa (de 17 de junho a 7 de julho), Coimbra, Setúbal e Figueira da Foz. Ver aqui.
Transcreve-se o texto de anúncio deste marco da cinematografia universal:
Ladrões de Bicicletas ocupa há sete décadas consecutivas um lugar cimeiro no cânone dos melhores filmes de todos os tempos. Logo na estreia gerou um grande entusiasmo, na Europa, e na América, e André Bazin descrevia-o como uma obra-prima, perfeita e sublime, e afirmava que De Sica era o maior realizador italiano. Amado por Satyajit Ray ou Wes Snderson, o filme que "mudou a vida" de Ken Loach, que "salvou a carreira" de Jia Zhang Ke, Ladrões de Bicicletas, a odisseia de um pai e de um filho pelas ruas de Roma à procura de uma bicicleta roubada, indispensável para o seu trabalho, obra zénite do neo-realismo italiano, tem a grandeza de uma tragédia clássica. Cesare Pavese dizia que o grande cronista de Itália do seu tempo era De Sica. Foi nas ruas, onde filmaria, que o realizador foi procurar os seus intérpretes: Lamberto Maggiorani, o pai, era um operário mecânico ("era necessário que este operário fosse ao mesmo tempo tão perfeito, anónimo e objectivo como a sua bicicleta"), e Enzo Staiola, o filho, descobriu-o entre os mirones. Como uma extraordinária mise em scène, um trabalho rigoroso da escrita e uma concisão comovente, Ladrões de Bicicletas é "cinema no seu estado puro", que nos provoca uma comoção tão forte como há 70 anos.
Que a comoção nos tome e se comece a transformar o mundo.
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