quarta-feira, 11 de janeiro de 2017
Solidez
Faleceu anteontem Zygmunt Bauman, o sociólogo da chamada “modernidade líquida”. Neste contexto, quero apenas chamar a vossa atenção para um artigo de José Castro Caldas, publicado há uns anos na Revista Crítica de Ciências Sociais, onde aquele que é talvez o principal contributo de Bauman é oportunamente articulado com a análise de Keynes sobre a liquidez, e as suas ilusões, nos mercados financeiros: a economia política só faz sentido se for parte da teoria social crítica.
Sabendo nós que vivemos, nas últimas décadas, na era da financeirização do capitalismo, não admira que a instabilidade e a volatilidade, sempre selectivas, sejam uma dimensão cada vez mais relevante de relações sociais de resto cada vez mais desiguais. E não admira que cresça o numero dos que agora exigem mais segurança e estabilidade: mais segurança social e laboral e maior controlo político dos mercados e dos seus agentes, que só podem ser assegurados pelos Estados soberanos, terão de ser parte das sólidas respostas de redução decente da liquidez. Se Marx e Engels afirmaram que no capitalismo em estado puro tudo o que é sólido se desfaz no ar, então é caso para dizer que muito do que já foi sólido terá de ser refeito no chão...
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17 comentários:
É o capitalismo ou são os Estados que não param de requerer liquidez?
E que tal aprofundar um pouco o assunto herr Jose?
E Marx e Engels tinham razão. Só que o sistema alternativo que propuseram revelou-se tão sólido, tão sólido, que petrificou tudo. Quando a URSS se desagregou, já há muito que tinha perdido todas as batalhas tecnológicas com o Ocidente, a começar pela das tecnologias de informação. A grande vantagem do capitalismo, João Rodrigues, como bem sabe, é o seu carácter perfeitamente proteiforme. E isto enquanto os marxistas da nossa praça andam a sonhar com restauração de modelos económicos que fariam sentido talvez nos anos 70. E enquanto em França Le Pen aplaude Trump no que é pelos vistos acompanhada por Melenchon e Montebourg e vai dizendo que obrigará igualmente a indústria automóvel francesa a relocalizar em França. Talvez se devesse explicar a estes senhores que os países visados, se ficarem sem as fábricas, poderão retaliar e introduzir tarifas à importação de automóveis franceses. O único protecionismo consistente é a autarcia que representaria igualmente a penúria para todos...
Como os estados são governados pelo capitalismo...a resposta está dada.
"É o capitalismo,estúpido" diria o outro
A URSS tinha perdido todas as batalhas tecnológicas.
E continuava a servir as criancinhas ao pequeno almoço,não era mesmo Jaime Santos?
"E Marx e Engels tinham razão. Só que o sistema alternativo que propuseram revelou-se tão sólido, tão sólido, que petrificou tudo."
Pois é, coitados de Marx e de Engels. Tinham razão ( até os que o odeiam reconhecem o facto,não é mesmo Jaime Santos? ) mas parece que o sistema alternativo que propuseram...
Sistema alternativo?
Como nas religiões? Como uma espécie de "Cristo tinha razão mas a Igreja a seguir veio petrificar tudo"?
É este o nível do argumentário?
"a começar pela das tecnologias de informação".
Até que enfim de acordo.A manipulação informativa e as notícias falsas não têm rival. Ganharam e continuam a ganhar os senhores do império mediático ao serviço do Império
" A grande vantagem do capitalismo, João Rodrigues, como bem sabe, é o seu carácter perfeitamente proteiforme"
Ai é? Uma espécie de prostituta a tentar mudar sempre de aparência para ver se a levam consigo? Mas no fundo o que o define mantém-se não se mantém? Mantém-se a desigual distribuição de renda e poder, mantém-se a tendência dos monopólios ou oligopólios nos mercados (e do governo pela oligarquia); mantém-se o imperialismo, as várias formas de exploração económica e cultural, a repressão dos trabalhadores e sindicalistas e a alienação social, desigualdade económica, desemprego e instabilidade econmica.
E a grande vantagem é ser proteiforme?
Proteu ao poder, já !
"E isto enquanto os marxistas da nossa praça andam a sonhar com restauração de modelos económicos que fariam sentido talvez nos anos 70"
Fariam sentido? Já não fazem? Porquê? Porque foi a partir dos anos 70 que começaram a sentir-se os ventos fortes do neoliberalismo ? Reagan e Thatcher e os que enfileiraram a seguir?
O próprio ministro alemão das Finanças em 2008 Peer Steinbrück faz uma referência a Marx em finais de Setembro desse ano, no contexto da crise financeira.
«Certas partes da teoria de Marx tornam-se agora verdadeiras», como a que se refere à autodestruição do capitalismo por causa da sua avidez, disse então à revista Der Spiegel.
Um sonhador não era mesmo, Jaime Santos?
E então agora que deixámos o Brexit está-se já a fazer propaganda em França? A favor de quem? Dos europeístas de lá que dizem que a "França é a França"? Daquele sacana do Macron
que se destacou no Governo pelas suas posições liberais, que defendia como essenciais para “desbloquear” a economia e o mercado de trabalho em França?O polémico pacote legislativo baptizado com o seu nome incidia sobre áreas tão vastas como a extensão do trabalho ao domingo e a liberalização do transporte em autocarros de passageiros, fez correr rios de tinta e acabou por ser aprovado sem discussão no Parlamento, através do recurso ao parágrafo 3 do artigo 49.º da Constituição?
Artigo 49 da Constituição que agora diz criticar?
Penúria para todos?
Mas a penúria não tem sido o mote nestes últimos anos, com um atenuar neste ano da Geringonça? Com as chantagens a que todos assistimos mais as deslocalizações para se aumentar ainda mais o lucro dos monopólios e dos oligopólios? E com a espiral de despedimentos e de diminuição da massa salarial ?
Então e a destruição do nosso tecido produtivo made in CEE para que as grandes fábricas francesas, alemãs, inglesas dominassem os mercados? Este "proteccionismo" do Capital já não o é?
O triste panorama da caixa de comentários do LdB.
Estamos entre a tolice e a arqueologia.
É o que revela a esmagadora maioria dos comentários deste blogue, infelizmente.
O pobre coitado do José, reformado como operário em França, onde frequentava os comícios do Jean-Marie Le Pen, na qualidade de simpatizante da Front National, é agora avençado do Passos Coelho para vigiar o LdB: onde debita insanidades atrás de insanidades.
Uns funcionários partidários partidários (ou funcionário, desdobrado em mil «nicks» anónimos, para parecer que são muitos: técnica já com barbas brancas), sempre a marcarem a sua posição para darem a entender que as perspectivas dos «posteiros», mais encostadas à Esquerda, afinal não são sólidas, portanto, alternativas.
Quem não os topar que os compre.
Já que não se pode retornar à ex-URSS, venham viver para uma autarquia com maiorias absolutas dos ditos desde há 41 anos, embora conseguidas apenas com 17,98% dos votos do eleitorado recenseado, pois a abstenção é de 63% (os munícipes não gostam do que está mas a oposição não lhes apresenta melhor), dizia eu, venham viver para o seio do «socialismo real» à portuguesa e verão a diferença entre os «amanhãs que cantam» e o seu dia-a-dia no que à autarquias diz respeito.
Nem é preciso ter-se tido a experiência do verdadeiro socialismo real, o pesado, da defunta URSS bem enterrada (ou mal enterrada, afinal, o Putin, filho dos valores do Homem Novo da dita, construídos durante 70 anos, é o que de vê) para se ter uma ideia do pesadelo que aquilo deve ter sido para quem o suportou.
O insucesso dos partidos «puros», condutores do processo (das dachas e outros privilégios não muito diferentes dos do capitalismo), hoje residuais nos diversos países do seu «espaço vital», e na própria ex-URSS, espelha bem o amor das pessoas pela coisa.
"Quem não os topar que os compre".
Eis um bom mote para algo que não o debate.
Manuel Silva, um que bramava contra o acordo à esquerda e contra as conversas à esquerda para a formação do governo de António Costa.Felizmente não seguido por todos os que negociaram com êxito o acordo.
Pelo que pode ficar o dito Manuel Silva com a ex-URSS e mais o Putin e e os partidos puros e mais as autarquias. De atacado. E ir fazer campanha pelo homem novo ou pelo homem velho. Uma questão que a ele diz respeito apenas.
Separar as águas é preciso, quando tal é necessário. Mas elevar o nível do debate também. Custe o que custar.Mesmo contra todos os candidatos ao governo da nação, às autarquias, aos partidos ou aos desmemoriados comentadores
É o que eu digo, os controleiros estão sempre alerta.
Ainda há-de aparecer outro (ou o mesmo a fingir que é outro) a fazer prova do que eu disse há quase 2 anos.
Têm tudo mapeado, tudo rastreado, nada lhes escapa, ninguém escapa aos seus radares policiescos.
Mas coitados, com tanta esforço, tanto suor em prol do povo, este é muito ingrato.
Em vez do tempo que passam a registar tudo, a observar tudo, a vigiar tudo, deviam discutir seriamente estes números:
Em 1975, com 6.231.372 inscritos, tiveram 711.935 votos (12,46%).
Em 2015, com 9.682.553 inscritos, tiveram 445.980 votos (8,25%).
Isto sim, merecia reflexão profunda.
Mas que falta de verticalidade.
Nem sequer se assume o que se diz. Parece que a palavra tem validade e os "quase" dois anos(ó sr manuel Silva, foi em Outubro de 2015,já se esqueceu?) permitem "esquecer" o que se diz e o que se fez.
Infelizmente mais uma prova irrefutável da "condição humana" de alguns.
O ocultar-se atrás de inscritos e de votos e de "reflexões profundas" é apenas o registo também da pusilânimidade registada nestas fugas apressadas e sem carácter
Manelzinho, vitimado pelos controleiros, não deixa por mãos alheias os seus dotes nessa actividade: «reformado como operário em França, onde frequentava os comícios do Jean-Marie Le Pen, na qualidade de simpatizante da Front National, é agora avençado do Passos Coelho para vigiar o LdB».
Triste figura a tua Manelzino!
Busca junto dos teus autarcas melhor formação na função controleira que o teu desempenho é uma total miséria. Até o Cuco faz melhor serviço que tu.
José(zito):
Se minto é pela tua boca.
Foste tu que o afirmaste no blogue Arrastão, há já alguns tempo, onde te identificavas como JGMenos, «nick name» que ainda há dias usaste no blogue Aventar.
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