segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Na direcção certa

“Depois do que aconteceu na Grécia, qualquer país europeu que se leve a sério deve estar preparado para o fim do euro ou para sair do euro.” Catarina Martins, em entrevista ao Público, revela estar a aprender com a história recente, que também ilumina a história mais distante da integração, liderando o seu partido na direcção certa. O plano B toma assim progressivamente o lugar do A, ou seja, da rematada ilusão de que é possível democratizar a principal expressão institucional do imperialismo no continente. Infelizmente, uma ilusão que ainda é alimentada aqui e ali. Uma ilusão que tem de ser combatida. É que todos são poucos para ajudar a construir uma vontade geral nacional e popular no espaço onde ainda pode estar a democracia.

6 comentários:

Anónimo disse...

Perfeitamente de acordo

António Pedro Pereira disse...

João Rodrigues:
Há dias, no post do Jorge Bateira, «Resgatar a soberania para alcançar o pleno emprego», deixei-lhe este comentário:
«Jorge Bateira:
Duas dúvidas:
- antes de termos perdido a plena soberania para a CEE/UE tivemos pleno emprego nalgum período?
- os indicadores principais, quer da economia, quer da qualidade de vida eram melhores do que hoje?»
Ele não me respondeu.
Agora faço-lhe a si outras três:
- Viveu fora do euro?
- Se sim, acha que vivíamos melhor do que hoje?
- Tem consciência dos efeitos, num país como o nosso, na nossa situação, da saída do euro?
Se é verdade que a criação do euro foi um grande erro político-económico, a sua destruição será outro erro ainda maior.
Esse é o nosso drama, o nosso beco sem saída, mas que não se resolve:
- com voluntarismos
- com irresponsabilidade
- com opções (teimosias) ideológicas que não tenham em conta a realidade.

antónio m p disse...

??????

Xavier Brandão disse...

O Syriza, antes de chegar ao poder, já dizia "nem mais um sacrifício pelo euro", e foi o que se viu. Não acredito que do BE alguma vez virá a iniciativa de sair do euro.

Anónimo disse...

Lendo toda a entrevista - invulgarmente longa -, podemos notar que a porta-voz do BE só falou mesmo na hipótese de saída do euro quando pressionada pelos jornalistas do "Público" para tomar posição nessa matéria: 'O PCP no Congresso aprovou uma campanha para renegociação da dívida e para preparar a saída do euro. O BE vai ficar a ver o PCP a fazer uma campanha? Ou também terá iniciativas neste domínio?'. Catarina começou por responder que no BE estão 'muito empenhados neste primeiro trimestre, do ponto de vista de campanha pública, na questão da precariedade'. Ignorou completamente a iniciativa do PCP e referiu a participação do BE em discussões europeias sobre 'o que é que vai acontecer ao euro' .

Insistiram os jornalistas: 'Mas o BE aproxima-se do PCP na questão da saída do euro?'. Catarina reconheceu que o euro 'É um problema e não um instrumento da economia'. E finalmente - depois de questionada sobre o que isso queria dizer, na prática - acabou mesmo, ainda que não de forma explícita, por dar razão ao PCP e negá-la ao SYRIZA e, por agora, à maioria dos parceiros do BE no chamado "Party of the European Left": 'Depois do que acontece na Grécia, qualquer país europeu que se leve a sério deve estar preparado para o fim do euro ou para sair do euro'.

Num prolongamento - também invulgarmente longo - da longa entrevista, hoje publicado no mesmo jornal, podemos constatar que, segundo Catarina, 'O Bloco de Esquerda tem como objectivo ser Governo', eventualmente através de um entendimento com o PS - um partido que não está propriamente 'na direcção certa' -, e que 'as áreas que mais lhe interessam' nesse Governo são as das Finanças e do Trabalho. A pergunta inicial dos jornalistas nesta matéria foi a seguinte: 'Participaria num governo com o PS, se o PS tivesse 25% e o BE 17% e sem o PCP, por exemplo?'. A isto respondeu a porta-voz do BE com duas perguntas: 'Do ponto de vista político haveria consenso para matérias como a reestruturação da dívida? Conseguiríamos nós convergência para matérias como a legislação laboral? Tudo depende.'

Repare-se que 'se o PS tivesse 25%' [menos 7 pontos percentuais que nas últimas legislativas] e o BE 17% [mais 7 pontos percentuais que nas últimas legislativas]', bastaria que a CDU tivesse mais de 8%, como teve nessas eleições, para que uma parelha BE + CDU ultrapassasse os 25% do PS. Será que, nestas condições, o BE admitiria apenas entender-se com o PS para formar governo, sonhando possivelmente com uma fabulosa "reestruturação da dívida", conduzida por Mariana Mortágua e tolerada pelo PS e pelos seus parceiros do "arco da governação" europeu, por ser feita dentro do Euro?

A. Correia

Aleixo disse...

"...onde ainda pode estar a democracia."

Pois... o problema é arranjar interlocutores, interessados na existência de DEMOCRACIA, nos espaços onde ela é possível.

A lata dos DDT
( também DDT na democracia! ),

raia o INIMAGINÁVEL, no processo do referendo do Reino Unido.

O parlamento, "ratificará" (...OU NÃO!!! ), a DECISÃO do POVO.

Contado...nem acreditava.

Estão a ver os democratas preocupados?!

SÃO TODOS CUMPLÍCES!