segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Para não sermos marionetas


Cada eleição, ou quase, é apreciada através do prisma da Rússia. Quer se trate de Trump nos Estados Unidos, de Jeremy Corbyn no Reino Unido, ou de candidatos tão diferentes como Jean-Luc Mélenchon, François Fillon ou Marine Le Pen em França, basta duvidar das medidas tomadas contra a Rússia, ou das conspirações atribuídas a Moscovo pela Central Intelligence Agency (CIA) – uma instituição que todos sabem ser infalível e irrepreensível –, para se ser suspeito de servir os desígnios do Kremlin. Num clima como este, mal se ousa imaginar a torrente de indignação que teriam suscitado a espionagem pela Rússia, em vez dos Estados Unidos, do telefone de Angela Merkel, ou a entrega pela Google a Moscovo, em vez da Agência Nacional de Segurança Americana (NSA), de milhares de milhões de dados privados recolhidos na Internet (...) Vladimir Putin não ignora que Washington pode inflectir a política de um outro Estado. Na Primavera de 1996, um presidente russo doente e alcoólico, artesão (corrupto) do caos social no seu país, de facto só sobreviveu a uma impopularidade descomunal graças ao apoio declarado, político e financeiro, das capitais ocidentais. E a um providencial enchimento das urnas. Boris Ieltsin, o menino bonito dos democratas de Washington, Berlim e Paris (apesar de ter feito disparos de canhão contra o Parlamento russo, provocando a morte de centenas de pessoas), foi portanto reeleito. A 31 de Dezembro de 1999, Ieltsin decidiu transmitir todos os seus poderes ao seu fiel primeiro-ministro, o delicioso Vladimir Putin…

Excerto do oportuno editorial de Serge Halimi num número de janeiro, que aqui divulgo com algum atraso, com muito para ler sobre política internacional, mas também sobre economia política nas várias escalas: da crise do jornalismo à estagnação dita secular, passando pela desmontagem do diagnóstico que atribui o desemprego ao excesso de direitos laborais  (é o investimento ou a falta dele, obra da austeridade permanente, que determina o essencial nesta área, indica-nos Diogo Martins num artigo inserido num dossiê sobre a corrosão do trabalho).

19 comentários:

Geringonço disse...

Clinton, Obama e os media afectos ao partido democrata estão em polvorosa.

Há uns tempos para cá regurgitam acusações frequentes, tudo o que de mal acontece na "América" é culpa da Rússia/ Putin!

Se uma pessoa estivesse dependente dos media ditos tradicionais até ia parecer que está um russo debaixo da cama...

Como os tempos mudaram é apenas patético...

Em Portugal, mais um sítio onde o jornalismo não existe, o copy/ paste de artigos dos "jornais de referência" estrangeiros reina.

O Jornalismo não está em crise porque para estar em crise tinha que existir, quem está em crise são os pseudo-jornalistas, comentadores e outros propagandistas...

António Pedro Pereira disse...

Ó [agora] Geringonço:
Que disfarce mais patético.
A URSS já acabou.
E o Putin é um cleptocrata (um corrupto autoritário).

Anónimo disse...

Manuel Silva agora fala num (agora ) geringonço.
O "agora" fica por conta da esquizofrenia paranóica do Sr Manuel Silva.O disfarce patético fica por conta das patéticas adivinhações do sr Silva

Pois eu, que não sou nem o Geringonço nem um troca-tintas e que sei que a URSS acabou dou inteira razão a quem diz isto:

"Há uns tempos para cá regurgitam acusações frequentes, tudo o que de mal acontece na "América" é culpa da Rússia/ Putin!

Se uma pessoa estivesse dependente dos media ditos tradicionais até ia parecer que está um russo debaixo da cama..."

É tão verdade que nem os agora nem os patéticos nem a URSS nem o próprio Putin conseguem esconder tal facto.

Embora se admita que há quem goste de esconder a realidade desta forma tão...patética?

Anónimo disse...

E sobre os russos, uma excelente prosa de Halimi, trazida ao blog pela mão de João Rodrigues:

Que não se resiste a replicar porque vai bem mais longe do que a do Geringonço e é mais acerada:

"Cada eleição, ou quase, é apreciada através do prisma da Rússia. Quer se trate de Trump nos Estados Unidos, de Jeremy Corbyn no Reino Unido, ou de candidatos tão diferentes como Jean-Luc Mélenchon, François Fillon ou Marine Le Pen em França, basta duvidar das medidas tomadas contra a Rússia, ou das conspirações atribuídas a Moscovo pela Central Intelligence Agency (CIA) – uma instituição que todos sabem ser infalível e irrepreensível –, para se ser suspeito de servir os desígnios do Kremlin. Num clima como este, mal se ousa imaginar a torrente de indignação que teriam suscitado a espionagem pela Rússia, em vez dos Estados Unidos, do telefone de Angela Merkel, ou a entrega pela Google a Moscovo, em vez da Agência Nacional de Segurança Americana (NSA), de milhares de milhões de dados privados recolhidos na Internet (...) Vladimir Putin não ignora que Washington pode inflectir a política de um outro Estado. Na Primavera de 1996, um presidente russo doente e alcoólico, artesão (corrupto) do caos social no seu país, de facto só sobreviveu a uma impopularidade descomunal graças ao apoio declarado, político e financeiro, das capitais ocidentais. E a um providencial enchimento das urnas. Boris Ieltsin, o menino bonito dos democratas de Washington, Berlim e Paris (apesar de ter feito disparos de canhão contra o Parlamento russo, provocando a morte de centenas de pessoas), foi portanto reeleito. A 31 de Dezembro de 1999, Ieltsin decidiu transmitir todos os seus poderes ao seu fiel primeiro-ministro, o delicioso Vladimir Putin…"

Deliciosa prosa esta. Venha mais e mais achegas do "agora geringonço" ou de quem vier por bem

Jose disse...

Não foi esse Ieltsin que esteve com a população contra uns tanques que cercavam o Parlamento?

A Rússia é exemplo democrático em quê e para quem?

A lavandaria comuna em acção... a orfandade de terem uns mísseis a suportar-lhes a ambição!

António Pedro Pereira disse...

É o que e digo, sempre o mesmo, travestido de outros através de vários «nick names»
Às 01:03 despiu-se de Geringonço e vestiu-se de Anónimo.
Até parece o parolo do José(zito), coitadito, ora é JGMenos, ora José.
Mas a parolice e a fidelidade canina aos patrões (aos Le Pen, de quem é admirador; ao mentirolas do Passos Coelho, que lhe paga a avença para vigiar o LdB), essa está sempre firme como uma rocha.
A fidelidade do Geringonço e Anónino(s) à nostalgia da URSS também está sempre firme como uma rocha.
Como não há URSS, há Rússia.
Quem não tem cachorro caça com gato.

Jose disse...

Ainda que seja inútil argumentar contra os órfãos da URSS.

Como bem disse um político da Geórgia. a Rússia não tem uma política de fronteiras.
Prossegue uma visão de ter 'margens' para lá das fronteiras. Se evoluem para partes do Império é matéria pendente de 'democráticos' processos fundados nos colonos russos.

Uma nova versão do espaço vital do Hitler bem mais barata do que o muro do Trump.

E tudo o mais fazem para que lhe aceitem o jogo imperial, espia, manipula e promove quanto cretino encontre que lhe apare o jogo.

Anónimo disse...


Há sempre um bode expiatório onde alijar a carga dos males que se vão fazendo. E´ uma tragicomédia das forças mais reacionárias e predadoras da humanidade.
Essas forças reacionárias vão destruindo florestas como na amazónia, os aquíferos ainda não poluídos. Elas vão fazendo a guerra fora das suas fronteiras ceifando vidas a eito, miseráveis êxodos migratórios chegando ao ponto de fazer do mar Mediterrâneo o cemitério dessas migrações. Essas forças retrogradas delapidam cidades e monumentos das civilizações antigas… Outro tempo era a corrida ao ouro e diamantes hoje e´ a corrida ao petróleo.
E amanha o que será..? Terceira Guerra Mundial?
E´ que as movimentações dos exércitos NATO indicam isso mesmo… o Presidente Eisenhower tinha razão ao desconfiar do complexo militar industrial! De Adelino Silva

Anónimo disse...

Manuel Silva.
Por favor nao se faça de pateta alegre. O seu pedaço de paranoia fa-lo fazer figuras tristes.

Pergunte aí pelos nicks e pela localização geográfica dos seus supostos gémeos

Depois respire fundo e peça desculpa aos autores do blog e aos que andam a ler este excelente espaço.

A menos que sejam os russos.

Aiiiii que sao mesmo eles....aiiiii que susto dirá o Manuel Silva

Anónimo disse...

Deixemos o Sr Manuel Silva mais as suas certezas e afirmações doentias e voltemo.nos para o Jose.

Ei-lo a a espadeirar em defesa dum porquinho corrupto e ébrio de nome Ieltsin.

E a arfar apoiando as centenas de mortes do porquinho maus os copos que podiam ter.

A lavandaria da extrema- direita em acção?

Que pena que o estado islâmico nao tenha ainda o domínio sobre a Siria nao é mesmo?

Anónimo disse...

Quanto ao cretino em uso pelo sr jose....

Pede-se desculpa mas agradece-se que os diálogos intra- familiares fiquem no recôndito do sitio frequentado por.

Nao é pedir muito.

Anónimo disse...

( Sr Manuel Silva descanse .

Nunca o compararei a esse Jose. Nem de longe nem de perto por mais divergências que.)

Jose disse...

Adelino, por uma vez diz qualquer coisa que se entenda.
Um reacionário reage a alguma coisa.
A que reagem os reaccionários?
Mais bifes, mais vacas, mais pastos, mais emissões de carbono?
Mais saúde, mais vida, mais reformas, mais descontos?
Mais nível de vida, mais filhos, mais população mais pressão sobre os recursos?
Mais liberdade, mais democracia, mais de tudo a todos?

A que reagem os reaccionários, Adelino?

Geringonço disse...

Se o Manuel Silva não sabe fique a saber que um computador quando é ligado à net é-lhe atribuído um endereço IP.

Portanto, se tem dúvidas peça aos Ladrões para lhe mostrarem os endereços IP que ficam retidos por cada comentário, assim, vai poder verificar que não é uma pessoa a fazer os comentários mas VÁRIAS pessoas!

Era remédio santo para sua paranoia!

Anónimo disse...

"No dia 18 de Dezembro as forças libertadoras da zona Leste de Alepo, na Síria, prenderam pelo menos 14 agentes da NATO encafuados num bunker de onde dirigiam os chamados «rebeldes» sírios, isto é, os bandos da Al-Qaida que também tutelam operacionalmente uma miríade de grupinhos terroristas, entre os quais os insignificantes «moderados». As informações mais púdicas evitam citar a NATO a propósito dos infiltrados estrategos da invasão e ocupação terrorista, limitando-se a associá-los à «coligação internacional» chefiada pelos Estados Unidos, o que vai dar no mesmo.

É provável que os leitores não tenham tomado conhecimento desta notícia, digna de primeira página, em qualquer recanto ou murmúrio sequer da comunicação social portuguesa, onde a NATO continua a ser tratada como organização impoluta e benfeitora, incapaz de cometer qualquer malfeitoria e acima de qualquer crítica. Aliás, as normas oficiais na bem comportada comunicação mainstream exigem que quando se citam fontes sírias se use como aposto ou continuado a informação de que estas qualificam os «rebeldes» como «terroristas». Isto é, assume-se que entidades criminosas como a Al-Qaida ou o Estado Islâmico são mesmo os «rebeldes», a «oposição síria».
Entre os intrusos detidos no bunker de Alepo estão indivíduos de nacionalidade norte-americana, francesa, britânica, israelita, turca e saudita, pelo menos; a gravidade do acontecimento forçou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, que decorreu em 19 de Dezembro, e à porta fechada.

Por esses dias, na localidade belga de Andenne apareceu morto um auditor geral da NATO, de seu nome Yves Chandelon, que estava encarregado de investigar as pistas de financiamento do terrorismo. A explicação oficial da organização para o acontecimento correu célere e corresponde ao trivial: suicídio. Quem não está de acordo com a versão são os familiares de Chandelon, que não lhe conheciam vocação suicida em 62 anos de vida e, sobretudo, deduzem dos muitos factos intrigantes já apurados que a explicação oficial da NATO está muito mal amanhada. Chandelon tinha três armas registadas em seu nome, mas nenhuma delas foi a que lhe provocou a morte; além disso, a encenação dos acontecimentos foi montada com descuido, porque a arma estava junto da mão direita da vítima, a qual, segundo a família, era canhota; além disso, também estão por apurar as razões pelas quais Chandelon foi morto numa localidade que não frequentava, a dezenas de quilómetros da cidade de Lens, onde residia, e a mais dezenas de quilómetros ainda do Luxemburgo, o seu local de trabalho; acresce que a vítima, segundo amigos com quem contactava frequentemente, tinha recebido telefonemas ameaçadores relacionados com as suas investigações.

Agentes militares de países da NATO surpreendidos em plena actividade de apoio a organizações terroristas responsáveis por banhos de sangue de milhares de civis inocentes, entre eles dezenas de europeus e um auditor da NATO que aparece morto quando investigava ligações terroristas têm, pelo menos, dois assuntos em comum: NATO e terrorismo. Há pouco, o ditador turco Erdogan, enfurecido com a sucessão de ocasiões nas quais, em seu entender, os Estados Unidos tentaram eliminá-lo fisicamente, anunciou que tem abundantes provas fotográficas e videográficas do apoio norte-americano e de aliados aos terroristas da Al-Qaida e do Estado Islâmico. Em português corrente, eis mais um caso de verdades que se vão sabendo através das zangas de comadres, neste caso potências com elevado peso estratégico na Aliança Atlântica".Não esqueçamos, por exemplo, que os militares invasores detidos em Alepo-Leste tinham ligação operacional ao LandCom da NATO, instalado em Esmirna, na Turquia.

(José Goulão)

António Pedro Pereira disse...

Geringonço e sósias, afinal, só um, como sempre:
Andar a confirmar os IP dos computadores de quem comenta não é a 1.ª preocupação dos posteiros do LdB.
E hoje qualquer pessoa das que, normalmente, usam as redes sociais e os blogues tem mais de um computador em casa.
Na minha há quatro.
Portanto, estamos conversados quanto a esta prova da pureza dos «nick names» do Geringonço e sósias, afinal, só um, como sempre.

Anónimo disse...

Manuel Silva.

Nao seja grunho nem info.analfabeto.

Pode.se ver a regiao e o local da localização do IP.

Agora se quiser continuar com essas tretas e o seu comportamento paranoide, isso é consigo.

Pelo que estamos conversados.

Pode meter os seus 4 conputadores onde quiser. Mas sabe , nem todos seguem esse seu tipo de comportamento.

E ainda bem

Anónimo disse...

Manuel Silva

Posta esta lição um pouco moralista e apesar de admitir que vossemecê continua a dar con os burrinhos na água para gáudio de quem sabe do que se fala num local onde se controlem os IP, voltemos à vaca fria.

BUUUUUU!!!
Veem aí os russos. Tenham medo. Tenham muito medo.

Ou será só um russo? Eles têm muitos computadores....por isso, quem sabe...

Anónimo disse...

"Uma notícia publicada pelo New York Times em 30 de Setembro de 2016 revelou pela primeira vez que a Administração americana encarava o envolvimento do Daesh no conflito sírio.

Tratava-se de extratos de uma conversação mantida pelo secretário de Estado John Kerry durante a Assembleia Geral da ONU com dirigentes de um grupo da oposição síria. Do diálogo transparecia que Kerry lamentava que o Congresso impedisse o envio de tropas americanas para combater o regime do presidente Bashar Al Assad. A gravação esclarecia que o secretário de Estado sugeria aos seus interlocutores que procurassem a ajuda de uma força militar capaz de contribuir para o derrubamento do governo da Síria.

Esse texto do New York Times não foi porém divulgado pelas agências noticiosas e não foi comentado pelo governo Obama.

O caso foi praticamente esquecido. Mas em janeiro de 2017, The Last Refuge divulgou a íntegra da conversa de Kerry com os dirigentes da oposição síria que durou 36 minutos.

Ficou transparente que os extratos do New York Times, cuidadosamente selecionados, visavam proteger o governo de Washington e não comprometê-lo. O texto integral da gravação confirma que o objetivo estratégico da Administração Obama era o derrubamento de Bashar Al Assad e que para isso contava com a intervenção decisiva do Daesh que receberia armas e ajuda financeira.

O silêncio de John Kerry a respeito da conversa secreta é compreensível. As sugestões que fez aos oposicionistas sírios aconselhando-os a uma aliança com os terroristas do chamado Estado Islâmico violam frontalmente a Carta da ONU.

Conclusão: o governo de Barack Obama esconde que, pela palavra do seu secretário de Estado, encarou com simpatia a intervenção na Síria dos terroristas do Daesh, dispondo-se a apoiá-los."