quinta-feira, 25 de julho de 2024

Por uma esquerda nacionalista


«Que máis ten que pasar para que Europa deixe de ser comparsa dos Estados Unidos, da OTAN e do estado criminal de Israel? Nós sabemos que estamos no lado correcto da historia e hoxe desde aquí queremos dicirlle ao pobo palestino que non están sos, que teñen toda a nosa solidariedade e apoio, que Palestina Vencerá e será libre do río até o mar.» 

«Sinto un gran orgullo de ser desta terra. Un orgullo que medra cando penso nas mulleres deste país, que se algo fixeron sempre foi saír adiante nas circunstancias máis difíciles, sen renderse nunca. Desde Rosalía, ás mulleres das irmandades da fala, e as que loitaron contra o franquismo. Desde as cigarreiras da Coruña, ás traballadoras de Pontesa e todas e cada unha das que hoxe seguen loitando pola igualdade e o feminismo. Sodes un exemplo e unha inspiración para min.» 

«Fronte a unhas forzas estatais que venden o país, os galegos e as galegas poden confiar no BNG. Xa o demostramos con ENCE, con Nunca Máis, coa mina de Corcoesto e de Touro, co boom eólico depredador e volvemos demostralo con ALTRI. Imos parar esta bomba ambiental no corazón do País: ALTRI Nom!»

«Nós somos unha forza nacionalista. E como dicía Bautista Álvarez, o nacionalismo, non precisa de adxectivos. Porque “O nacionalismo, mesmo aquel que non busca a transformación radical do sistema, é progresista, por espetar un ferrete no riles do imperialismo. É de esquerdas, por transferir ao traballo o poder dos monopolios. É democrático, por devolverlle ao pobo os privilexios que lle usurparon.”» 

Excertos do discurso de Ana Pontón no dia da pátria galega, que hoje se comemora (o último excerto é de 2023, na realidade). É a líder do Bloco Nacionalista Galego, que obteve um terço dos votos nas últimas eleições galegas. Não cumpro a regra da tradução do blogue, porque é a nossa língua irmã. Costumo dizer, meio a sério, meio a brincar, que as esquerdas portuguesas devem ir à Galiza em visitas de estudo. 

O anti-imperialismo é aí potente porque é nacionalista, o ecologismo é aí potente porque é nacionalista, o feminismo é aí potente porque é nacionalista; a esquerda é aí potente e plebeia porque é nacionalista, porque está enraizada nas melhores tradições irredentes nacionais, porque tem orgulho na sua nação ativamente imaginada e desejada do ponto de vista político, reconhecendo o mesmo direito às outras nações e daí o internacionalismo mais intenso. O antifascismo mais intenso também passa por aqui, em modo contrafogo.

O drama é que grande parte da intelectualidade lusa que se diz de esquerda é hoje incapaz de pensar assim e daí o desfasamento com sentimentos populares enraizados e por boas razões. Acha que ser progressista é ser de nenhures, ou seja, do centro imperialista.

5 comentários:

Anónimo disse...

Muito direto a um dos pontos-chave da decadência da esquerda europeia, para mal da maioria de nós, o povo. É, se não a principal, uma das principais razões por que a generalidade da esquerda europeia está em morte cerebral, paralisada pelo vírus de um liberalismo pretensamente progressista.

Anónimo disse...

franco, iribarne, rajoy, feijóo. todos galegos…

Anónimo disse...

É como diria o outro: se Salazar e Caetano são portugueses eu quero ser espanhol! Certo?

Anónimo disse...

Totalmente de acordo com a Ana.!!!

Anónimo disse...

errado, claro. ao contrário dos galegos (com excepção de Franco), os portugueses nunca votaram em Salazar ou Caetano.