domingo, 21 de janeiro de 2024

Ebulição


A transição para as energias renováveis não resultará, automaticamente, na concretização do direito universal à energia renovável ou na gestão democrática do sistema energético. Ao invés, perante a ausência de transformações sociais, económicas e políticas estruturais, assiste-se a uma transferência da lógica do capitalismo fóssil – baseada na mercantilização da energia, na acumulação de riqueza e na maximização dos lucros – para os sistemas energéticos assentes em fontes renováveis. O capitalismo fóssil está a reconverter-se, rapidamente, em capitalismo verde – apenas mudam as fontes de energia, já que as relações sociais de produção permanecem, no essencial, inalteradas.

Excerto do artigo As escalas da democracia energética: um debate sobre futuros energéticos renováveis, escrito em coautoria com Guilherme Luz, e que sai no primeiro número da revista Ebulição, uma nova publicação digital bimensal que pretende “debater a crise climática, as suas declinações e estratégias de transformação social”. 

O lançamento da revista é hoje, às 15h, na Caso do Comum, ao Bairro Alto, em Lisboa, com debate entre mim e Joana Guerra Tadeu, moderado por Joana Bértholo.

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