Perante a enésima tomada de posição vergonhosa do Governo português em matéria de política externa, Mariana Garrido, com sólida formação nesta área, escreveu no Twitter: “Alguém que se ponha a estudar esta tendência secular de fazer da cobardia e da lambebotice o motor da política externa portuguesa.”
Realmente, a política externa portuguesa é uma área tão ou mais policiada intelectual e politicamente do que a economia. Têm mesmo medo do pluralismo. Reina então aí, com honrosas exceções, a paz dos cemitérios de Washington e de Bruxelas, um conformismo que gera mediocridade, com consequências deletérias para a vida nacional, sobretudo num mundo cada vez mais multipolar.
No seguimento de Garrido, apostaria que temos de ter uma perspetiva de economia política internacional para explicar esta mentalidade subserviente: da dependência financeira ou militar à dependência intelectual e política, poder duro e poder mole para lá da diplomacia do croquete ou dos negócios estrangeiros.
2 comentários:
Vale lembrar - para não ficar debaixo do tapete - que o ministro dos "negócios estrangeiros" (que raio de nome para não dizer "relações internacionais") foi, há pouquíssimo tempo, condecorado pela Ucrânia. Alguém entende o sentido disto? O que anda este ministro a "vassalar" com aquela gente?
Logo depois, a nossa ministra da agricultura também foi condecorada, desta vez, pela França. Oi?? Só eu acho que isto é gravíssimo?
E o nosso presidente da República a comer bananas da madeira e coxas de frango da "metrópole".
Há algo curioso, de algum modo inquietante, no percurso dos inquilinos do Palácio das Necessidades, começaram todos por deter a pasta da Defesa e depois transitaram para os Negócios Estrangeiros, excepto Azeredo Lopes com o percurso interrompido em Tancos.
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