«Teremos de introduzir provas de aferição no 4º ano e no 6º ano de escolaridade», disse há dias Alexandre Homem Cristo, candidato a deputado pela AD e putativo novo mininstro da Educação, caso a direita ganhe eleições. Acrescentando que, «para ser eficaz, a monitorização da aprendizagem deve ser feita no final dos ciclos do ensino básico e com resultados publicados».
Como é óbvio, Homem Cristo sabe que as Provas de Aferição têm um propósito claro e distintivo. Visam identificar matérias e competências em que os alunos revelam ainda dificuldades, de modo a que as mesmas possam ser trabalhadas pelos docentes e pelas escolas no ano seguinte. É por isso, e não por acaso, que as Provas de Aferição se realizam durante os ciclos do ensino básico (no 2º, 5º e 8º ano) e não no final, quando já não haveria tempo, nem o mesmo contexto, para recuperar e melhorar.
Provas de Aferição realizadas no final de ciclo significam outra coisa, cuja designação é diferente. Chamam-se exames finais e correspondem ao que Alexandre Homem Cristo pretende implementar, evitando contudo chamar os bois pelos nomes. Percebe-se: trata-se de um regresso a Nuno Crato, que introduziu exames finais no 4º e 6º ano. O que faria de Portugal, novamente, uma exceção retrógrada no quadro europeu, onde a realidade que prevalece é a da realização de provas de aferição durante os 6 primeiros anos de escolaridade.
Por isso, se realmente defende a reintrodução de exames finais, que já ninguém realiza há muito tempo no 4º e 6º ano por essa Europa fora, conviria que Alexandre Homem Cristo revelasse com clareza ao que vem. Que dissesse, sem dissimulações nem ofuscações, as palavras.
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