quinta-feira, 19 de março de 2009

A utilidade das ideias

Vamos imaginar, entre outras coisas, que «os agentes conhecem a cada instante todo o fluxo de rendimentos futuros que vão auferir ao longo da sua vida». Agora vamos pensar a política económica como se isto fosse verdade e vamos povoar uma instituição imune a qualquer pressão democrática – o BCE – com economistas que acreditam em coisas destas. Carlos Santos, que tem vindo a explorar as «falácias neoliberais» da União Económica e Monetária, expõe as origens intelectuais do actual desastre. Juan Torres Lopez e Alberto Garzon Espinosa, num artigo sobre o fracasso dos bancos centrais independentes, identificam a utilidade destes arranjos e das ideias que lhes subjazem: «Os bancos centrais independentes só foram úteis para que os grandes financeiros e os banqueiros sem escrúpulos tenham tirado proveito nestes últimos anos». Os bancos centrais ditos independentes são a melhor expressão de uma ideia que é partilhada por todas as correntes neoliberais: a política democrática tem de ser limitada.

22 comentários:

CS disse...

Caro João Rodrigues,

Agradeço-lhe a simpática menção ao meus post. Mas permita-me que lhe diga que tive do LA-C uma resposta muito reveladora: "Os modelos económicos assumem hipóteses simplificadoras que não falsificam a realidade". Eu disse ao LA-C que qualquer manual de economia diz isso. O problema é quando as hipóteses como expectativas racionais e informação perfeita são incluídas no grupo. Porque estas não são hipóteses simplificadoras nem politicamente neutras. Pelo contrário, como bem dis o João Rodrigues, afectam as opções de política económica.

Eles acham que não...!
Um abraço,
Carlos Santos

CN disse...

" O problema é quando as hipóteses como expectativas racionais e informação perfeita são incluídas no grupo."


A liberdade económica não estaria jsutificada qe a informação fosse perfeita.

O socialismo é que sim. Com "informação perfeita" seria possível planear.

But then again, para planear é preciso preços, mas para existirem preços é preciso liberdade económica.

Quanto aos bancos centrais...nem sequer são propriamente independentes. O melhor era não existirem.

O actual sistema (de reservas parciais), de facto ajuda as grandes empresas (e bancos), pela possibilidide que têm de receber as novas quantidades de dinheiro criadas "do nada" gastando-os primeiro que os outros ("Cantillon effect")

Luís disse...

A mimm parece-me é que os senhores vivem num paraíso de racionalidade perdida.

O mundo, é o melhor dos mundos. O problema é, e parece que sempre foi, a racionalidade. Não há pachorra para isto!

MC disse...

«Os bancos centrais independentes só foram úteis para que os grandes financeiros e os banqueiros sem escrúpulos tenham tirado proveito nestes últimos anos».

?! Então, o poder político deixa uns bancos centrais...hmm.. independentes (hehehe) serem uteis só aos grandes e eles não ganhavam nada?

Ou seja, os estados saem limpos das vantagens que a criação de dinheiro do nada?

O capital acumula-se pela poupança. Pela regração do consumo em relação à produção. Claro, sem bancos centrais, sem maozinha do estado e sem reserva fracional. Querem mais capital para emprestar, aumentem a taxa de juro. Têm capital e ninguém o pede emprestado? Descem a taxa. Voilá, capitalismo e mercado livre.

Claro, os bancos centrais não sao independentes porque servem os grandes interesses. Jamais o estado ganharia algo com isso... hehehe.

Anónimo disse...

Caro MC,

É claro que o Estado também ganha com isso.

No entanto, e ao contrário dos que os partidários do "menos Estado" profetizam, o grande "mal" não é o Estado em si mas sim quem o dirige e como o dirige.

O "mal" está no desequilibro gerado numa sociedade - através de políticas económicas clientelistas e leis que lapidam o próprio acesso a uma "pouca" justiça já por si ineficaz - fruto de uma crise democrática.

O Estado não é o "papão". O Estado é isso sim o motor de uma nação criado pela democracia, por nós. Ele executa aquilo que pretendemos que seja a nossa sociedade. É algo que deve ser nutrido de pessoas que queiram resolver problemas. Pelo que tenho visto, essas pessoas não são os políticos que nos comandam.

No entanto, o Estado também é algo nos foi tirado ao longo do tempo e dado a clientelas económicas, corporações e monopólios através desses políticos. Que bela liberdade ... a que eles tem.

Taxas ? Capitalismo ? Pois ... dívidas, mais dinheiro, mais dívidas. Taxas, capitalismo que cria dinheiro do ar, do nada. Controlado pelos literados financeiros e imposto como realidade à humanidade. Taxas, capitalismo ... Salva quem e o que ?

MC disse...

«É claro que o Estado também ganha com isso»

Ok, afirmação lucida.

«No entanto, e ao contrário dos que os partidários do "menos Estado" profetizam, o grande "mal" não é o Estado em si mas sim quem o dirige e como o dirige.»

Discordo. O mal são as acções do estado que promovem a segurança da irracionalidade, e removem os riscos que deveriam equilibrar a ambição natural do ser humano. As acções (e não as ideias) dos estados (é geral e não só Portugal) é que provocam consequências como as que estamos a assistir. A natureza tem muita força, contrariá-la só adia o inevitável.

«Taxas ? Capitalismo ? Pois ... dívidas, mais dinheiro, mais dívidas. Taxas, capitalismo que cria dinheiro do ar, do nada. Controlado pelos literados financeiros e imposto como realidade à humanidade. Taxas, capitalismo ... Salva quem e o que ? »

Esta parece uma afirmação coerente com aquilo em que acredita. Eu concordo no conteudo mas tenho de afirmar que o rotulo de capitalismo está aí a mais. Isso que descreve não é capitalismo. Se o estado NÃO tiver poder de intervenção, não pode "negociar" favores e as coisas seguem o curso natural, racional e justo, em liberdade individual.

O capitalismo deu-nos as revolução industrial e um avanço tecnologico inimaginavel de que todos (mesmo os menos capazes) beneficiam.

Concordo e partilho o problema de fundo que descreve na ultima frase, mas discordo profundamente que o apelidem de capitalismo. Acreditam mesmo que o capitalismo se define num sistema em que é preciso autorização dos estados para tudo? desde abrir um café, até à colher de pau de madeira ou às quotas do leite no açores?

Eu não.

MC disse...

PS: o capitalismo EXIGE um sistema monetário sólido e não arbitrário sijeito à intervenção dos estados. Na prática, o capitalismo foi substituido por este sistema "misto" e os estados são quem mais vantagens retira dos mercados dos titulos de divida.

O dinheiro (em capitalismo) é uma forma de guardar valor (do trabalho) para facilitar as trocas pelo valor do trabalho dos outros. Não é uma nota emitida pelo governo que ´só representa dívida.

Anónimo disse...

"Discordo. O mal são as acções do estado que promovem a segurança da irracionalidade, e removem os riscos que deveriam equilibrar a ambição natural do ser humano. "

A ambição natural do ser humano... Esta frase só tem sentido se "ser humano" for mesmo escrito em minúsculas, pois a abstracção do sentido da mesma é paradigmática no que toca às explicações do "establishment".

Meu caro, a única "naturalidade" do ser humano é ter necessidades. Dessas necessidades o mais "natural" é o físico moldado pela matéria - pense duas vezes quando olhar para a sanita.

Para além do "natural", o Homem tem, imperativamente, outras necessidades, como sociais, culturais etc. Repare que, fora das necessidades físicas, todas as outras são moldadas por algo a que chamamos civilização ou a capacidade de transmitir cultura (conhecimento/experiência).

Tudo isto serve para explicar que considerar o risco como factor de equilíbrio da ambição humana é um insulto ao próprio conceito, racional, de evolução da civilização num contexto sustentável; pois é algo que podemos mudar, que está nas nossas mãos.

A ambição quando "natural" é obter o fisicamente necessário. A ambição quando "humana" transforma-se num conceito humanamente dualista. Tem um lado bom e um lado mau. O lado bom é um aumento na velocidade de evolução da civilização. O lado mau é o extremar do conceito, tornando-se em ganância e em todos os efeitos associados ao mesmo. Conseguir regular ou controlar socialmente algo como a "ganância" é um avanço civilizacional que nos pode permitir criar uma sociedade Humana, do Ser Humano e para o Ser Humano, com respeito pela Natureza e não assente num conceito de exploração do Homem em nome da maximização do lucro e destruindo os recursos do planeta.

"As acções (e não as ideias) dos estados (é geral e não só Portugal) é que provocam consequências como as que estamos a assistir."

Meu caro, o que é inevitável é pensar que as ideias são, realmente, o catalisador da acção. O contrário é por em causa os próprio conceitos epistemológicos da nossa realidade. Mas não está longe da dicotomia: os políticos realmente dizem uma coisa e depois, quando lá em cima, fazem outra. Outra coisa "humanamente - que muitos consideram - natural" de cariz civilizacional que um dia, espero eu, seja considerado como um facto dos "Velhos do Restelo".

" A natureza tem muita força, contrariá-la só adia o inevitável."

Já agora, tenho que ir à casa de banho ...

"Se o estado NÃO tiver poder de intervenção, não pode "negociar" favores e as coisas seguem o curso"

Epá, e eu aqui a pensar que eram os políticos que faziam esse "business". Afinal o Estado é uma coisa qualquer que aparece nos edifícios públicos e instituições democráticas como alguma literatura maçuda com algumas regras que tem braços, pernas e uns dentes muito afiados. Há quem diga que de vez em quando vai ao Bairro beber um copo. Eu até juro que já o vi uma vez com os dedos na goela ...

"natural, racional e justo, em liberdade individual."

À primeira vista até parece bonito ... depois reparamos que natural, racional e justo são palavras que, em conjunto, até fazem um certo sentido antagónico. Pois o natural não é racional, nem o natural nem o racional é, por inerência, justo. O que torna a tua "liberdade individual" numa falsidade.

Liberdade Individual é algo capaz de ter muitas interpretações. No entanto, muitas pessoas concordam que "A minha liberdade acaba onde a tua começa". Eu gostava de saber como aspectos do sistema, que alguns exigem que lhes dê mais "liberdade", lhes dá a liberdade de ganhar dinheiro com empresas que exploram os seus trabalhadores ? Por exemplo ... Quando e como, ao contribuir para um sistema que dá a essa "liberdade" não estão a limitar a liberdade de outros indivíduos ? Até que ponto a tua liberdade de acumular capital é legítima ? Esta é a pergunta mais racional e, possivelmente, a mais justa que se pode fazer em relação a esta questão.

"O capitalismo deu-nos as revolução industrial e um avanço tecnologico inimaginavel de que todos (mesmo os menos capazes) beneficiam."

Parabéns ! Mas ... e afinal qual é a ideia que vem a seguir ? A História não nos terá ensinado que todas as civilizações nascem, crescem e morrem. Morremos por aqui meu caro ? Quebramos os paradigmas da evolução - não havendo a consequente revolução e mudança de paradigma -, ou avançamos para um entendimento diferente da nossa realidade, moldando-a para o bem de todos.

O Capitalismo criou abundância em tempos, agora cria escassez e alimenta-nos com dívida.

Já passamos do Feudalismo para o Capitalismo. Não vejo porque o Capitalismo não passe para outra coisa qualquer. Nascer, crescer, morrer. Vê o "natural" na História ?

"O dinheiro (em capitalismo) é uma forma de guardar valor (do trabalho) para facilitar as trocas pelo valor do trabalho dos outros."

Devia ser só, mas não o é. Se concorda com o que você disse então é contra instituições como a Reserva Federal no EUA ou as bolsas de valores e a inerente especulação, que veja-se, são a base do actual sistema capitalista.

"Não é uma nota emitida pelo governo que ´só representa dívida."

Pois, é as duas coisas ...

MC disse...

Claro... Humano, a minuscula foi expressão da forma "simplista" que uso para escrita na blogosfera.

De resto, os conceitos que defende pecam essemcialmente por eu NÃO estar de acordo com a ideia de que o individuo vive para a sociedade. As necessidades sociais que tem derivam das suas próprias necessidades individuais.

Quanto ao resto, estamos de acordo com o fundo. Sim, como é que eu posso aceitar um sistema bancário cartelizado (sem mercado livre) e com os bancos centrais? Não concordo.

Sim, em capitalismo, à moeda é exigivel valor intrinseco (ouro, prata...)

A grande distância que nos separa é que você não ADMITE que o capitalismo de4u abundância, é que o que nos trás estas falácias económicas é um sistema que nada tem de capitalista.

Mais uma vez, se chamar as coisas pelos nomes, estaremos mais próximos.

Na essência, duas discordâncias:

Uma de conceito: o Homem para a civilização ou o Homem para sí

Uma de interpretação: o sistema actual de economia mista ser ou não capitalismo.

João Pedro Santos disse...

A frase: «Os bancos centrais independentes só foram úteis para que os grandes financeiros e os banqueiros sem escrúpulos tenham tirado proveito nestes últimos anos». só pode ser classificada como pura demagogia. Podemos discutir a questão da independência dos bancos centrais (como por exemplo a dos tribunais que são outro exemplo de instituições "não-democráticas") mas convém, pelo menos, não esquecer que: 1) que essa independência é limitada desde logo pelo mandato que é fixado politicamente e pelo facto dos seus dirigentes serem nomeados pelos "políticos"; 2) o papel que essa independência teve na luta contra a inflação.

Miguel Fabiana disse...

Caros,

Parece que há literatura que ainda não chegou a algumas mesas de cabeceira!

António Damásio: "O Erro de Descartes" e "O Sentimento de Si", entre outros que explicam que o racional sem o emocional/sentimento traduz-se em fraca qualidade do pensamento e pouca consciência do mundo e dos outros.

Mas pelos vistos, á quem persiste "num paraíso de racionalidade perdida" como disse o João Marcos, mas é fácil perceber que "o natural não é racional, nem o natural nem o racional é, por inerência, justo" como disse o croky.

Tendo em vista o anteriormente escrito, pergunto como é que alguém diz preocupar-se com um tema social e afirma "NÃO estar de acordo com a ideia de que o individuo vive para a sociedade"?!? ... é por estas e por outras deste calibre que depois a coisa descambou no desastre que assistimos hoje em dia! ... nos EUA já marcham contra a ganância e em França 1,5 Milhões de Cidadãos marcharam em Paris! São precisos quantos Cidadãos nas ruas para se perceber que o antigo paradigma político, económico e social....ACABOU !!! Não é porque ainda não nasceu um novo paradigma que há problema...o problema é DENEGAR a Realidade: o antigo paradigma político, económico e social....ACABOU !

O Capitalismo, dos Sec. XIX, XX e XXI...ACABOU ! O Capitalismo...ACABOU !

A Revolução já está em marcha, para que seja possível abrir os espaços necessários ao surgimento do novo paradigma político, económico e social ! A Revolução já está em marcha!!!

Só não vê quem não 'quer" (gosta, deseja...) ver!!!

Abraço,
Miguel

MC disse...

Sim ACABOU o capitalismo do sec XIX.

o ESTADO SOCIAL do sec XX também ACABOU

e o MODELO SOCIAL EUROPEU (por exemplo) do sec XXI tambem ACABOU.

Agora, eu encaro a realidade de que o capitalismo acabou, enquanto outros tentam desesperadamente manter uma ILUSÃO de que os SISTEMAS SOCIAIS têm viabilidade.

Sim, de facto a Racionalidade anda meio desvairada.

Miguel Fabiana disse...

MC,

Juro que não consigo explicar, mas o teu último comentário fez-me lembrar aquela sequela do cinema "Mad Max" com o Mel Gibson. Cada um por si e todos contra todos!

"outros tentam desesperadamente manter uma ILUSÃO de que os SISTEMAS SOCIAIS têm viabilidade" ... tipo...MAD MAX XXI, como Mel Gibson de muletas e com dentadura postiça !

Um Abraço,
MC

Anónimo disse...

"Sim, em capitalismo, à moeda é exigivel valor intrinseco (ouro, prata...)"

Meu caro, isso acabou em 1913 com a criação da Reserva Federal nos EUA. Aliás, a RF foi criada exactamente para criar outro valor de referência para o dinheiro - que até então era relacionado com o valor do ouro, prata etc.

Desde então o que existe é dívida meu caro. Dívida paga por nós, por quem trabalha e quem consome. Por quem pede empréstimos e quem os paga.

Sinceramente não sei que livros anda a ler. Mas dizer que a moeda exige valor intrínseco e que esse valor é o ouro, a prata é algo completamente descabido nos dias que correm. Se a moeda ainda tem algum valor é porque nós lhe damos esse valor. E continuaremos a dar enquanto houver confiança no sistema. Ou seja enquanto aguentarmos ser flagelados pelo sistema.

MC disse...

O croky, parece o apresentador do programa dos miudos dos 10 anos...

Acha que me está a dar uma novidade?

A novidade parece que para si, o capitalismo é uma coisa sem exigências e que pode conviver com dinheiro de fantasia e manipulado pelos GOVERNOS.

Eu sei o que leio, mas mais importanto do que o que se lÊ, é o que se pPENSA (pelo menos para mim assim é).

Sabia que há autores que sinalizam o fim do capitalismo em 1933 com a confiscação do ouro por FDR?

Outros ainda apontam 1913 com a driação da FED?

E outros ainda em 1980, data das primeiras leis anti-monopolio nos EUA?

Deixe de assumir que apresenta grandes novidades e leve um bocadinho mais em conta os interlocutores.

PElo menos, se não entende o que eu pretendo afirmar e o ponto de vista que apresento PERGUNTE. Não faça observações infantis. Ficam-lhe mal.

MC disse...

CORRECÇÃO: como é obvio, náo é 1980, mas sim 1890 a data das primeiras leis anti-monopolio.

MC disse...

Eu não disse, mas penso que o corky SABE a diferença entre moeda e papel-moeda. SAbe o que significa moeda fiduciaria, etc...

O que concluo é que não asbe (como quase toda a sociedade) o que é o capitalismo.

Eu reafirmo a frase, na TOTALIDADE:


Sim, em CAPITALISMO, à moeda é exigivel valor intrinseco (ouro, prata...)

A expressão "em capitalismo" é essencial.

Anónimo disse...

" tive do LA-C uma resposta muito reveladora: "Os modelos económicos assumem hipóteses simplificadoras que não falsificam a realidade"."

Isto está entre aspas pelo que deve ser uma citação. Presumindo queo LA-C sou eu, onde é que eu disse tal coisa?

Anónimo disse...

Caro MC,

Nem entro pelos ataques à pessoa ou pela suposição daquilo que sei ou deixo de saber.

A expressão "em capitalismo" é essencial ? Meu caro, existem vários conceitos do que é capitalismo. Será que está a fazer sub-entender algo que lhe parece óbvio no seu conceito de capitalismo ? As maiúsculas quererão dizer qualquer coisa ?

Claro que querem dizer. Querem dizer que talvez as suas ideias sejam fundamentalistas, puristas de um conceito que deve achar absoluto. Por isso, e como não consegue ver o seu capitalismo em execução, considera o conceito aplicado actualmente como algo que não é capitalismo. Isto é fundamentalismo ideológico meu caro.

Será que consegue pensar fora do seu capitalismo só por uns instantes ? Tipo, por os pés na terra e olhar à volta ?

Será que não vê que qualquer sistema capitalista deve ser subserviente ao Ser Humano num contexto social e civilizacional, e não ao contrário ?

MC disse...

Meu "caro":

EM primeiro lugar, para atacar a sua (ou qualquer) pessoa, eu teria de conhecer a sua pessoa. Quanto muito, poderia ter atacado as suas ideias mas nem foi isso que fiz.

Alem de confundir capitalismo com modelos intervencionistas, pessoas com ideias, confunde ataque com defesa.

A minha acção limitou-se a REPOR as minhas palavras no sitio de onde você as tirou.

E quem supos estar a façar com uma criança nao fui eu. Limitei-me a mostrar-lhe que não estava a dar-me nenhuma novidade e que as conclusões que apontou eram obvias no meu comentario.

Vários conceitos de capitalismo... A ideia de conceitos diferentes para uma mesma realidade é sempre a ultima cartada na argumentação. Vou-lhe so dar um exemplo, para ver como funciona: o Capitalismo de estado soviético. Ora, ninguém veio a terreiro dizer que o colapso da união sovietica representou o colapso do capitalismo pois não?! Seria ridiculo.

A afirmação de que estamos perante o colapso do capitalismo só não é igualmente ridicula porque as massas não sabem nem conhecem o capitalismo. Alias, diga-me onde é que pensa que aprendeu a conhecer o capitalismo e talvez esta questão fique clara.

Fundamentalista? Entao as palavras servem para que? AS minhas ideias passam a palavras, essas palavras são deturpadas, eu reponho-as onde deveriam estar e sou fundamentalista? Sim sou. Mais uma vez as palavras: fundamentalismo vem de fundamental, fundamento. BAse, alicerce, que é coisa indispensavel ao capitalismo. Não confundir nem com extremismo, e muito menos com malabarismo de confundir e misturar conceitos, para culpar quem nos da jeito.

Alias, a questão dos bancos centrais e clara. Instituidos pelos estados, mantem estatude de entidades privadas, fazem o frete ao poder politico e quando estoira, o bom do estado sai limpo, e o cartel dos bancos mantem o poder e toda a gente fica contente - menos quem paga - NÓS, você, eu, quem nos le.

Eu estou disponivel para debater os meritos e demeritos do intervencionismo, mas não posso aceitar a subversão dos factos e da realidade, sob o pretexto de haver varios conceitos, para inquinar o debate.

Ao longo de todo o sec XX as politicas e apoios sociais dos estados foram crescendo ao ponto que alterarem completamente o sistema. Não podemos negar o facto. Não podemos negar o facto do plano marshal ter sido pago com alavancagem ficticia - Brenton Woods, que deu asneira. Nao podemos negar o facto de que em 1971 a asneira foi total. Eu so digo que todo o sec XX destruiu os fundamentos (sou fundamentalista, lembra-se) do capitalismo logo, este nao morreu agora - ja esta morto ha muito.

Portanto:

Nao ataquei a sua pessoa;
Os conceitos sao concretos e defenidos;
Sim, sem fundamentos não ha estrutura.

Que é que posso dizer mais? Ahhh, talvez perguntar quem é que não tem os pés na terra... Serei mesmo eu?!!!

E ainda, em Capitalismo com fundamentos não há espaço para subserviência. Nem das estruturas ao Homem. Porque as estruturas são constituidas por Homens, a justiça anula a subserviência. O estado não pode ser uma entidade supra humama e é aqui que PROVAVELMENTE diferimos muito.

Cump,
MC

Anónimo disse...

"O croky, parece o apresentador do programa dos miudos dos 10 anos..."

"EM primeiro lugar, para atacar a sua (ou qualquer) pessoa, eu teria de conhecer a sua pessoa. Quanto muito, poderia ter atacado as suas ideias mas nem foi isso que fiz."

"Um Argumentum ad hominem (latim, argumento contra a pessoa) é uma falácia, ou erro de raciocínio, identificada quando alguém responde a algum argumento com uma crítica a quem fez o argumento, e não ao argumento em si."

Já reparei que até é bom em retórica, mas por favor poupe-me ...

Até tira a vontade de responder ao resto da sua posta.

Anónimo disse...

Já agora. Pode andar às voltas com a palavra capitalismo - até já lhe chamou "de estado", se calhar até há mais versões não é ? - mas a verdade é que o capitalismo continua a ser um sistema económico, social e político. O paradigma é múltiplo e não a ideia redutora que quer fazer passar do mesmo.

Logo quando fala em "intervenção do estado" está a falar no aspecto político do capitalismo. Aplicável, ou não, dependendo das opções políticas de cada estado. No entanto, não deixa de ser capitalismo.

Só mais uma coisa. Por favor, defina capitalismo financeiro.