Essa União Europeia que é cada vez mais um instrumento e espaço de domínio dos monopólios, determinada pelas grandes potências capitalistas europeias, elas mesmas alinhadas e subordinadas à estratégia dos EUA e da NATO. Se dúvidas houvesse, aí está a promoção do aumento das despesas militares e da indústria do armamento à custa da Paz, dos direitos e das condições de vida dos trabalhadores e dos povos. Um militarismo insaciável e desumano que leva já o actual secretário-geral da NATO a atrever-se a propor que se corte nos orçamentos da saúde e das pensões de reforma para gastar mais no armamento e na guerra.
O País tem recursos, meios, forças e gente séria capaz de construir a vida melhor que a maioria justamente ambiciona. O País precisa de responder à emergência nacional do aumento significativo dos salários e das pensões, precisa de combater a chaga da precariedade, de valorizar carreiras e profissões, precisa de respeitar quem trabalha e trabalhou uma vida inteira. O País precisa de pôr fim aos benefícios fiscais, às privatizações, à corrupção e pôr fim, de uma vez por todas, à rapina de recursos públicos por parte dos que se acham donos disto tudo.
Excertos representativos das intervenções de Paulo Raimundo, na abertura e no encerramento do último Congresso do PCP. Tendo tido a oportunidade de ler as teses, aceitei o convite para assistir aos trabalhos comunistas. Não dei o meu tempo por perdido, antes pelo contrário, até porque levei um banho de realidade.
A seguir ao discurso de abertura de Raimundo, discursou Inês Santos de Rio Maior. Falou da luta nas carnes Nobre, onde trabalha, das sucessivas greves por melhores salários e condições de trabalho, da necessidade de organizar e de consciencializar.
Pelo meio, falou Ana Cristina Pejapes, operária conserveira e dirigente sindical em Peniche, numa empresa de 800 trabalhadoras: “trabalho na ESIP há 34 anos, 40 horas por semana, trabalho aos ritmos que as máquinas mandam e estou sujeita a temperaturas elevadas, com tanta humidade que às vezes parece que nos chove em cima”. E isto para auferir o salário mínimo. Mas “lá na empresa há organização sindical”. Enquanto houver organização, há esperança, incluindo na luta contra a precariedade, com 60 trabalhadoras precárias que passaram a estar integradas nos quadros da empresa.
A verdade é que sem a vontade e a coragem comunistas, ainda menos, ou nenhuns, entrariam para lá das portas onde se diz “proibida a entrada a pessoas estranhas ao serviço”, ali onde de cria a riqueza e onde vigora, na ausência de ação coletiva, o mais liberticida despotismo patronal, a mais cavada das desigualdades, que tudo contagia e de forma tão antidemocrática.
Há uma correlação entre a militância comunista e a organização dos trabalhadores, isso fica claro para quem quiser olhar, ver e reparar. E como disse Jorge Cordeiro: “entre o querer e o poder do grande capital, há esse pormenor arreliador que é a luta dos trabalhadores”.
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