Rita Robalo Rosa, no Expresso, refere um «cenário negro» para quem procura casa: os preços «nunca subiram tanto em dois trimestres consecutivos» desde que há dados (2009). E identifica com clareza as razões. À descida das taxas de juro, juntam-se as «medidas do Governo para apoiar os jovens e a entrada de norte-americanos em Portugal». O apoio aos jovens, anunciado pela AD na campanha, entrou «em vigor em agosto e os especialistas alertaram logo o Expresso que iria trazer consigo um aumento da procura e, possivelmente, uma subida dos preços», lembra.
Ainda antes da atualização do Índice de Preços da Habitação (IPH) para o terceiro trimestre de 2024, os dados mais recentes da Avaliação Bancária, igualmente divulgados pelo INE, davam nota do «novo recorde de 1.740 euros por m2», atingido em novembro, que traduz uma variação homóloga de 13,7%. Tanto num como noutro caso (IPH e Avaliação Bancária), verifica-se uma nítida aceleração dos valores e dos preços desde que o governo da AD tomou posse, invertendo o abrandamento que se estava a registar no final de 2023.
Como era de esperar, os retrocessos do governo em matéria de regulação, conjugados com uma política que passou a estar centrada em incentivos à aquisição, num contexto fortemente especulativo, resultam numa aceleração dos preços e agravamento da situação, em termos de capacidade de acesso das famílias a uma habitação. Tal como no caso da Saúde, a questão já não é a de o governo se revelar incapaz de responder ao problemas. É antes a de contribuir ativamente para os agravar.
sábado, 28 de dezembro de 2024
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