Neste momento, na oposição ao desastre deliberado, sincronizado e injustificado que a subida da taxa de juro representa, todas as vozes são poucas. 
Ricardo Cabral é uma delas e a este propósito, na sua coluna semanal no jornal Público, cita este blogue. Nota-se e retribui-se. Até porque é um das raras vozes regularmente dissonantes na insalubre homogeneidade da opinião económica publicada no nosso rectângulo. 
Voltando ao ponto, o tempo já escasseia, mas o desastre ainda pode ser evitado. 
Cabral cita também, entre outros, o economista liberal e cronista do Financial Times, Martin Sandbu, apontando para o seu mais recente artigo de opinião. 
Ali Sandbu defende que a subida da taxa de juro, não sendo uma decisão técnica, mas política, deve ser sujeita ao escrutínio democrático. 
Confirma-se que ser liberal, só por si, obviamente, não impede ninguém de antecipar o efeito que, em resultado da subida da taxa de juro, teria na democracia uma onda potencialmente avassaladora de desemprego e insustentabilidade de dívidas privadas e públicas. 
Confirma-se que ser liberal, só por si, obviamente, não impede ninguém de recordar, por exemplo, o resultado económico e político das escolhas de Heinrich Brüning na Alemanha dos anos 30 do século passado. 
Não impede, é verdade, mas dificulta...
 
 
 


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